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A Gestão Da Cadeia De Suprimentos: Teoria E Prática

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Por:   •  17/12/2013  •  3.856 Palavras (16 Páginas)  •  391 Visualizações

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A gestão da cadeia de suprimentos: teoria e prática

Resumo

A gestão da cadeia de suprimentos tem atraído a atenção de acadêmicos e profissionais. As empresas têm investido na implantação deste conceito na busca por vantagem competitiva. O presente trabalho tem como objetivo analisar a utilização do termo gestão da cadeia de suprimentos na teoria e na prática. Para isto, foi realizado um levantamento teórico sobre o tema. Apartir deste, identificaram-se três aspectos considerados chaves na gestão da cadeia de suprimentos: compartilhamento de informação, integração e parceria. Foram selecionadas três empresas que formam uma parte da cadeia e foram analisadas quanto as suas práticas de gestão da cadeia de suprimentos. Observou-se falta de convergência no uso do termo tanto no campo teórico quanto prático e espera-se que mais pesquisas sejam feitas no sentido de solidificar o conceito e o seu uso.

Palavras chaves: Gestão da cadeia de Suprimentos; Integração; Informação; Parcerias.

1. Introdução

A gestão da cadeia de suprimentos apresenta-se no atual ambiente de negócios, como uma ferramenta que permite ligar o mercado, a rede de distribuição, o processo de produção e a atividade de compra de tal modo que os consumidores tenham um alto nível de serviço ao menor custo total, simplificando assim o complexo processo de negócios e ganhando eficiência (BALLOU et al., 2000; CHISTOPHER, 2001; BOWERSOX e CLOSS, 2001).

Apesar da nítida importância da gestão da cadeia de suprimentos (BALLOU et al., 2000; CHISTOPHER, 2001; BOWERSOX e CLOSS, 2001; GUNASEKARAN et al., 2004), existe falta de coerência no uso do termo e se associam diferentes conceitos a ele (DUBOIS et. al.;

2004). Partindo desta visão, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão do conceito gestão da cadeia de suprimentos e explorar na prática o significado do termo, dentro do contexto de uma cadeia de suprimentos, ou seja, analisar se teoria e prática convergem. Dada a amplitude da análise deste conceito na prática, este trabalho limitou-se ao estudo de uma cadeia de suprimentos do setor metal-mecânico brasileiro, enfocando três aspectos relevantes dentro do processo de gestão: compartilhamento de informação, integração e parceria.

A seguir, na seção 2, apresenta-se a evolução do conceito. Após se introduzem as diferentes posições existentes entre logística e gestão da cadeia de suprimentos. Na seção 4, são apresentados os principais aspectos associados com o conceito. Logo, são expostos o método de pesquisa utilizado e os resultados encontrados. Finalmente, na seção 7 são apresentadas as conclusões deste trabalho.

2. Origem do conceito

Enquanto o gerenciamento da cadeia de suprimento como conceito é recente, suas bases encontram-se em teorias antigas e estabelecidas (COOPER et al., 1997). Sua origem aparece intimamente ligada ao renascimento da logística na década de 1950, quando surge uma abordagem nova orientada a sua administração integrada. Curiosamente os mesmos fatos que

propiciaram a evolução da logística deram origem, na opinião de diferentes autores, ao conceito de gestão da cadeia de suprimentos.

Segundo Bowersox et al. (1986) a evolução da logística integrada pode considerar-se em quatro períodos. O primeiro abrange de 1956 até 1965. Nele o conceito começa a cristalizar- se apoiado em quatro grandes desenvolvimentos; os quais também são citados por diferentes autores como contribuintes para o nascimento do conceito em estudo:

− O nascimento da análise de custos totais dentro do marco de um estudo relativo às operações logísticas voltou a atenção para a área (CROOM et al., 2000).

− A aplicação da abordagem de sistemas para a análise de relações complexas mostrou que o foco num único elemento não pode assegurar a efetividade do sistema total (NEW, 1997; CROOM et al., 2000).

− O aumento da preocupação com o serviço ao cliente, levou ao surgimento dos mantras da cadeia de suprimento: flexibilidade, compressão de tempo e capacidade de resposta (NEW,

1997).

− As pesquisas de Wroe Alderson e Louis P. Bucklin mudaram a visão sobre a criação e estruturação dos canais de marketing (LAMBERT e COOPER, 2000).

O segundo período, de 1966 a 1970, teve como objetivo testar a relevância das práticas. O resultado foi a materialização dos benefícios em menores custos e melhores serviços. Os esforços de aplicação começavam nas áreas de compras ou distribuição física. Empresas de produção de bens duráveis geralmente focavam-se na primeira, dando especial atenção à administração de materiais: fluxo de matérias primas e componentes de suporte à produção. Empresas de produção de bens de consumo dedicavam-se à segunda área: administração do inventário de produtos terminados e o processo de colocação de ordens de compra. Casualmente isto, relaciona-se com a origem atribuída por Tan (2001), para quem a gestão da cadeia de suprimento evolucionou através de dois caminhos separados, plenamente coincidentes com os descritos anteriormente.

O terceiro período, delimitado entre os anos 1971 e 1979, se caracteriza pelas mudanças nas prioridades. Como conseqüência da crise do petróleo as atividades de fornecimento foram assoladas por altos níveis de incerteza, aumentando a necessidade de racionalizar as atividades dentro da empresa. Numa tentativa de melhorar o desempenho, se introduziram novos conceitos para a administração de materiais: Manufacturing Resources Planning, Just in Time (TAN, 2001). Aliás, se começou a pensar nos operadores logísticos terceirizados como uma possível solução à crescente complexidade do sistema (BOWERSOX et al., 1986).

Finalmente, o último período abrange desde 1980 até o começo dos anos 1990. Envolve significantes transformações políticas e tecnológicas: mudanças na regulamentação do transporte, comercialização do microcomputador, revolução da informação, adoção dos movimentos da qualidade e desenvolvimento de parcerias e alianças estratégicas (BOWERSOX e CLOSS, 2001).

Nesta etapa, especificamente em 1982 se localiza o uso do termo gestão da cadeia de suprimentos pela primeira vez (HARLAND, 1996; COOPER et al., 1997; LAMBERT e COOPER, 2000; DUBOIS et al., 2004). Seus criadores, os

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