A Metodologia Cientifica

O saber científico propõe-se a criar e desenvolver conhecimentos, sendo este falível por não ser definitivo e absoluto. Por este motivo, quase é exato, pois existe a possibilidade de reformular o acervo de teoria já existente através do desenvolvimento de novas técnicas.  Apesar dos diferentes métodos aplicados nos tipos de conhecimento teológico, filosófico e do senso comum, neste processo de compreender a realidade do objeto, o sujeito pode entrar nas diversas áreas do conhecimento.

 David Hume (1711–1776) diz “não se pode inferir qualquer causa ou efeito sem auxílio da observação ou da experiência” e acrescenta “a inferência não é intuitiva, nem demonstrativa, e sim experimental.

Assim, as relações de ideias seriam baseadas em conceitos criados pelo homem, e todas as teorias gerais a respeito de objetos ou fatos da realidade seriam apenas probabilidades.

O conhecimento teológico tem sua base exclusivamente na fé humana, esta, adquirida através da crença de um ser superior; tudo é aceito pela fé, de forma infalível e exata. Nada pode ser confirmado e nem negado. Sua valorização caracteriza-se por apoiar-se em doutrinas que propõe o sagrado, reveladas por inspiração sobrenatural, única fonte de dados. Funciona de maneira sistemática e suas evidências não são verificadas. Diferente do fundamento do conhecimento científico, que consiste na evidência dos fatos observados experimentalmente controlados, no caso do conhecimento teológico o fiel não se detém a procurar evidências, pois o que vale é a revelação divina.

 O conhecimento Filosófico é totalmente racional e valorativo, não verificável pois não se baseia em experimentações, está em busca de conclusões sobre a vida, o universo, ultrapassando o limite que a ciência impõe. O objeto de analise da filosofia são ideias, na busca da verdade. Preocupa-se em questionamentos do ‘’ ser’’ com o seu ‘’ meio’’. Sistemático, questiona o homem e as coisas da vida. Além de infalível e exato, pois na busca da realidade que seja capaz de abranger todas as outras, não sendo submetidas a experimentação.  De acordo com Kant :

“todavia é assim que o espaço é pensado (pois todas as partes do tempo existem simultaneamente no infinito)” (KANT, 1997,P.66),sendo que o “tempo é uma representação necessária que constitui o fundamento de todas as intuições” (KANT,1997,P.70).Tempo e espaço fazem parte da experiência e da observação.

Diferente do conhecimento científico, o senso comum aceita a opinião ou sentimento de convicção como fundamento para justificar a aceitação de uma formação implicando em duas realidades (sujeito x objeto). Conhecimento adquirido através da observação. É valorativo e reflexivo. É falho e não tem exatidão por se conformar com a aparência e com o que se ouviu falar a respeito do objeto, é passível de erro. Então, entende-se que :

[...] um conhecimento empírico, isto é, um conhecimento que determina um objeto diante percepções. É, uma síntese das percepções, que não está contida na percepção, antes contém, numa consciência, a unidade sintética do seu diverso, unidade que constitui o essencial de um conhecimento dos objetos dos sentidos, isto é, da experiência (não simplesmente da intuição ou da sensação dos sentidos) (B 218-219)¹.

O pensamento de Karl Popper nos faz entender a diversidade das linhas de raciocínio existentes na filosofia científica, para ele a busca pelo conhecimento não acontece apenas a partir da observação simples dos fatos ou dedução.