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A Pedagogia Da Transmissão

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Por:   •  22/2/2015  •  1.032 Palavras (5 Páginas)  •  363 Visualizações

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Superando a pedagogia da transmissão

Fragmentos

• “A educação para este período de nossa civilização ainda está para ser concebida e planejada e, depois disto, para executá-la, será preciso verdadeiramente um novo mestre, dotado de grau de cultura e de treino que apenas começamos a imaginar.”

• “Os mestres do futuro terão de ser familiares dos métodos e conquistas da ciência e desde a escola primária iniciar a criança e depois o adolescente na arte sempre difícil e hoje extremamente complexa de pensar objetiva e cientificamente, de utilizar os conhecimentos que a pesquisa lhe está a trazer constantemente e de escolher e julgar os valores, com que há de enriquecer a sua vida neste planeta e no espaço que está em vésperas de conquistar. Reunindo, assim, funções de preceptor e de sacerdote e profundamente integrado na cultura científica, o mestre do futuro será o sal da terra, capaz de ensinar-nos, a despeito da complexidade e confusão modernas, a arte da vida pessoal em uma sociedade extremamente impessoal.”

TEIXEIRA, Anísio. Mestres de amanhã. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, vol. 40, nº 92, out./dez. 1963. P.10-19

• “O professor poderá redimensionar sua autoria modificando a base comunicacional potencializada pelas tecnologias digitais. Precisará modificar o modelo centrado no falar-ditar do mestre, passando a disponibilizar ao aprendiz autoria em meio a conteúdos de aprendizagem os mais variados possível, em vídeo, imagem, som, textos, gráficos, facilitando permutas, agregações, associações, novas formulações e modificações na tela do computador on-line. Inclusive, notando aí a necessidade de maior investimento braçal e intelectual do que aquele que vinha realizando em sala de aula presencial.”

Texto base- Unidade 1 – Superando a Pedagogia da transmissão

• “Seja na sala de aula inforrica, seja na infopobre, seja na presencial, seja na online, o professor não mais transmite, ele disponibiliza. Não mais impõe um conhecimento fechado, mas enseja, urde, arquiteta percursos. Ele oferece múltiplas informações (em imagens, sons, textos, etc.) utilizando ou não tecnologias digitais, mas sabendo que estas, utilizadas de modo interativo, potencializam consideravelmente ações que resultam em conhecimento. “

Texto: De Anísio Teixeira à Cibercultura: Desafios para a Formação de Professores Ontem, Hoje e Amanhã. (Marco Silva)

Síntese colaborativa

Os fragmentos supracitados corroboram de forma enfática a máxima de que não há mais espaço, em tempos atuais, para um fazer pedagógico pautado na premissa mecanicista e cerceante das capacidades crítico/reflexivas, a transmissão de conhecimentos. De acordo com Anísio Teixeira, esse tipo de educação não prepararia a sociedade para utilizar os meios de massa. Com o invento da imprensa, como o rádio e a televisão, as informações são disseminadas de forma ampla, mas isso não garante uma participação crítica e ativa do indivíduo, pois essa transmissão não permite uma interação entre as pessoas; tornando a sociedade manipulável e controlável pela hegemonia dominante.

As novas tecnologias da informação imputam caráter de urgência em renovação de conceitos ao que tange a educação, haja vista que não há como deixar de priorizar um mecanismo tão atuante na vida dos indivíduos, tendo-o como aliado na construção de conhecimentos, que aliás, conforme a assertiva, requer cada vez mais que a figura do professor assuma o papel de mediador, coordenador, orientador dos caminhos traçados rumo a aquisição de conhecimentos.

Os avanços tecnológicos podem e devem ser usados em prol de melhorias de vida individual e coletiva, para tanto, é preciso saber fazer bom uso dos mesmos. A escola precisa entender que hoje quem armazena os dados e informações são os suportes digitais, não a cabeça dos alunos. Que podem ser muito melhor aproveitadas de outras formas, estimuladas pela criatividade, pelo raciocínio e pela autonomia. Daí infere-se tamanha responsabilidade da figura do professor que já não pode manter-se alheio à tais mudanças, haja vista que a responsabilidade que recai sobre tal profissional é demasiadamente excelsa, requerendo as mais apuradas considerações por parte deste ao que tange a formação cidadã de seus alunos.

As novas tecnologias da informação vêm a servir em primeiro plano a propaganda, ao condicionamento ideológico e político do indivíduo, bem como ao consumismo. Assim, é imprescindível que o professor se apodere de suas nuances mais intrínsecas como forma de utiliza-las em favor de uma formação cidadã. Conduzindo o processo de ensino-aprendizagem de forma a mediar a construção de conhecimentos, condicionando seus alunos a pensar de forma objetiva face aos valores e informações que lhes impõe as mídias de comunicação. Assim, assumindo o papel de preceptor integrado a cultura científica, o professor tem o dever de orientar e mediar a construção de conhecimentos. Para tanto, pode e deve redimensionar sua prática aliando-a aos diversos e variados recursos tecnológicos disponíveis, em que os alunos estão bem familiarizados, ainda que não haja o aporte público necessário, pois, uma criança por exemplo com dificuldades de alfabetização pode ser estimulada com um teclado de computador. Assim, é tempo de mudança, o desafio é grande, mas temos de ter a certeza de que somos capazes e seguir em frente deixando para trás qualquer indagação pessimista ao que concerne um novo fazer pedagógico pautado nas novas tecnologias de informação.

O professor de hoje tem que ter em mente que passou de mero transmissor de saberes à formulador de problemas, coordenador de equipes de trabalho, arquiteto dos caminhos do conhecimento, valorizando sempre o diálogo e a interação. Assim, ao contrário de uma classe linear, limitada a responder o que lhe é perguntado, deve-se priorizar uma dinâmica colaborativa, interativa, dentro do prisma de construção de conhecimento. Com isso, a aprendizagem irá transcorrer de forma significativa e estimulante.

É possível e faz-se urgente uma educação pautada na superação da transmissão de saberes, alicerçada por três pilares fundamentais: vontade, pesquisa e ação. Independentemente de autarquias, o professor deve munir-se de conhecimentos acerca dessa corrente emergente que se não for conduzida de forma adequada irá assolar a sociedade com seus desígnios consumistas e alienantes, as novas tecnologias. O desafio de superar a pedagogia da transmissão é um processo que já começou, no entanto o tradicionalismo enraizado nas práticas de ensino são o principal obstáculo. Pautar a prática pedagógica na vivencia de experiências capazes de construir saberes em conjunto com seus alunos e não apenas transmiti-los é primordial para tal superação. Experimentar, não ter medo de inovar, criar e fazer diferente, é essencial para superarmos a pedagogia da transmissão.

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