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A SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO

Por:   •  11/8/2020  •  Ensaio  •  860 Palavras (4 Páginas)  •  76 Visualizações

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SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO

Para Freud todo comportamento humano tem sua origem na sexualidade, inclusive as neuroses, e embora na prática psicanalítica as queixas relacionadas à sexualidade não se apresentem no inicio do tratamento, invariavelmente virão à tona no decorrer do processo analítico, sendo necessário que o terapeuta tenha o tato necessário para abordar essas questões de forma natural, tendo o máximo cuidado para não tocar em pontos nevrálgicos, pois ainda nos dias atuais a sexualidade é alvo de tabus, preconceitos, distorções, falta de conhecimento, tudo isso por razões históricas, ou seja, herança de uma sociedade arcaica e cheia de tabus e preconceitos, existentes inclusive por parte dos profissionais da área da saúde, que não estão imunes aos fatores históricos, sociais e culturais, construtores dessa cultura, inclusive se pode observar que o próprio Freud contribuiu em algumas vezes para a disseminação de conceitos absolutamente errôneos  sobre sexualidade, conceitos esses que na atualidade ainda têm seus adeptos.

Fato marcante sobre o desconhecimento e os tabus que envolvem a sexualidade é o das famílias, mais precisamente os pais, que praticamente não tocam nesse assunto quando da educação dos filhos, a maioria dos pais não tem a menor ideia de como abordar a sexualidade no diálogo com os filhos, deixando na maioria das vezes essa educação por conta da “rua”, ou seja, fora do convívio do lar.

Na construção desse conhecimento resolvi abordar alguns pais e mães, de forma informal, e lhes fiz a seguinte pergunta: como você aborda as questões da sexualidade com seus filhos? Sendo que a maioria respondeu ser essa abordagem carregada de conhecimentos “vulgares” que tiveram ao longo da vida, sem buscar conhecimentos científicos e/ou ajuda de profissionais ou educadores, e que suas abordagens são superficiais e inseguras, tendo como maior preocupação a preparação dos filhos para o não sofrimento de violência sexual, levando essa educação mais para construção do medo e de traumas do que para uma libertação através do conhecimento seguro passado de pais para filhos, e diz ainda, essa grande maioria, ter sido esse aprendizado que herdaram de seus pais e familiares.

Dilatando mais, essa busca informal, abordei filhos jovens, ainda solteiros, entre 17 e 25 anos, que moram com os pais, e a maioria esmagadora foram enfáticos em frisar que seus pais raramente abordaram assuntos relacionados à sexualidade, e que nas vezes que o fizeram foi muito mais na intenção de amedrontar e proibir do que educar é instruir para uma vida sexual saudável, já a maioria dos abordados, casados ou solteiros, com mais de 40 anos, se mostraram desconfortáveis em abordar o assunto e declararam que nunca tiveram esse diálogo sobre sexualidade com seus pais, sendo que aprenderam tudo na “rua”.

Em entrevista concedida ao site da Nova Escola, disponível em www.novaescola.org.br, a psicóloga e doutora em educação Mary Neide Figueiró, que há mais de 30 anos pesquisa e estuda o tema da educação sexual no Brasil, afirma: “Penso que não há, provavelmente, no país, mais do que 20% de escolas públicas em que a educação sexual -ampla, completa e desde as séries iniciais- aconteça”, e segue esclarecendo que ocorrem sim, com mais frequência algumas iniciativas pontuais: “Algumas escolas podem fazer um trabalho de educação sexual na 4ª e na 6ª séries ou na 5ª e na 8ª porque uma professora ‘x’ ou outra ‘y’ resolve fazer um trabalho. Então, pode ser que a gente tenha um número maior de escolas que façam um trabalho pontual aqui, outro ali, com uma professora, esporadicamente, mas estou dizendo educação sexual como projeto amplo, completo, desenvolvido ano a ano”.

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