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A Teologia Bíblica

Por:   •  24/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.324 Palavras (10 Páginas)  •  215 Visualizações

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TEOLOGIA BÍBLICA DO ANTIGO TESTAMENTO

Paul R. House

TEOLOGIA DO LIVRO DE JUÍZES NA PERSPECTIVA DE PAUL R. HOUSE

 SÍNTESE DO CAPÍTULO 8

O Deus disciplinador e libertador 

CLEIDE PIRES AGUIAR COSTA

FACULDADE BATISTA DE MINAS GERAIS

4º PERÍODO DE TEOLOGIA

PROFESSOR: IERSON SILVA BATISTA


INTRODUÇÃO

House faz sua teologia do Antigo Testamento procurando reconhecer as contribuições teológicas de cada seção do AT, sem perder de vista a unidade do cânon, demonstrando portanto a coerência do AT mediante análises de conexões intertextuais. Nesse sentido ele inicia seus estudos no livro de Juízes fazendo comparações tanto históricas, quanto teológicas com os textos de Deuteronômio 28.15-68, pois o povo comete idolatria, sofre as conseqüências do seu pecado, arrepende-se e clama a Yahweh por ajuda, recebe auxílio e então volta-se de novo para a idolatria (v. Jz 2.6—3.6) e com Êxodo 32—34 e Números 25.

Ele faz a observação de que visto sob certa perspectiva o livro é mais complexo, terrivelmente deformado, sombrio e brutal. “Assassinato, estupro, idolatria, perversão e traição tornam-se o pano de fundo para teologia e a ironia permeia o todo...fracassos abundam. Derrotas são normais.”

O livro descreve o que acontece quando um povo que estabeleceu uma aliança com Deus abandona essa aliança e faz o que cada indivíduo ou tribo bem entende em vez de seguir a palavra revelada do Criador de todas as terras e povos (v. 17.6; 21.25). O livro assim o faz mediante descrição do que parece ser um ciclo de pecado, arrependimento, livramento e pecado repetido, mas que na verdade é um declínio na direção de um abismo moral cada vez mais profundo e que ameaça a existência de Israel na terra.

1 - O DECLÍNIO MORAL DE ISRAEL EM TRÊS ETAPAS

  1. O DEUS QUE TESTA O POVO - Antecipação do Declínio – (1.1—3.6)

Resumo histórico e teológico da situação de Israel naquele tempo. Nessa seção Yahweh age como o Deus que testa o povo, um papel não desempenhado com tanto vigor desde Gênesis 22.

  1. O DEUS QUE RESPONDE (3.7— 16.31)

Aqui uma série de doze juízes de maior e menor importância e com caráter variável conduz Israel à liberdade de seus opressores. Nesses capítulos o Senhor chama os juízes como resposta aos clamores de Israel por ajuda, contudo assim mesmo envia os opressores para castigar a idolatria de Israel. O Senhor responde devido ao seu senso de justiça e às decisões de vida do povo escolhido. Em todos os momentos Yahweh é fiel à aliança, mas às vezes Israel não desfruta essa fidelidade.

  1. O DEUS QUE OS ENTREGA À PRÓPRIA IMPIEDADE (17.1— 21.25)

Agora a nação castiga a si mesma. O problema do pecado na nação santa parece ser tão real quanto no mundo em geral. Ainda muitos outros escritos canônicos serão necessários para aliviar esses fardos teológicos.

Em Juízes nenhuma outra questão é mais importante do que o compromisso de Israel com o monoteísmo pactuai. Qualquer desvio desse princípio resulta em catástrofe para a nação. Cada vez que o autor declara que Israel desagrada a Deus, é a idolatria que provoca a disjunção relacional. Outros tipos de pecado podem ser perdoados quando indivíduos voltam- se para o Deus perdoador, mas os adoradores de ídolos separam-se da realidade teológica e de um relacionamento com o Deus vivo. O juízo é a única consequência possível.

2 – O DEUS QUE TESTA A FIDELIDADE DE ISRAEL: JUIZES 1.1—3.6

“Cada um fazia o que era bom a seus próprios olhos”

A introdução de Juízes faz referência a seu líder falecido assim como a introdução do livro de Josué faz referência à Moisés, ligando o primeiro a seu antecessor canônico. Quando coloca-se esta sentença lado a lado com a sentença final do livro (“cada um fazia o que lhe parecia certo”), a mensagem de Juízes torna-se clara. A morte de Josué inicia uma nova era de quebra da aliança, o que os esforços de renovação da aliança em Josué 23 e 24 procuraram adiar. Tendo ficado sem liderança forte e confrontados por inimigos poderosos que defendem seus sistemas de crenças, Israel muda seus compromissos de fé.

Juizes 2.16-19 apresenta os problemas teológicos básicos do livro. Quando Israel segue os deuses cananeus, que tinham em Baal seu grande expoente, Yahweh entrega o povo a nações opressoras (2.11-15). Essa parte da provação não raro leva a nação a pedir a ajuda de Deus, a qual vem na forma de juízes que conduzem o povo à liberdade (2.16-18).

Síntese canônica: falta de descanso na terra

Esse trecho provoca uma pausa na teologia canônica do descanso de Israel na Terra Prometida. O povo experimenta o cumprimento físico das promessas a Abraão, mas não desfruta os benefícios da fidelidade pessoal, os quais são o verdadeiro centro do que Deus começou a fazer quando chamou Abraão a sair de Ur. O povo não percebe que o objetivo de Yahweh não era apenas dar ao povo escolhido um pedaço de terra, por mais significativo que fosse tal dádiva, mas solucionar o problema do pecado mediante a criação de um sistema de perdão dentro de uma nação que poderia agir como reino de sacerdotes para todo o mundo.

O fato de os juízes não conseguirem motivar o povo a obedecer à aliança também cria um dilema de liderança, o qual marcará o restante do AT e também torna-se a principal questão teológica em 2Samuel 7.1-17, nos Profetas Posteriores e no NT.

Os israelitas agem como se viver em Canaã fosse tudo o que desejam considerar a respeito da aliança. Deus não permite que se deem a esse luxo. O Senhor, sem quaisquer reservas, comprometeu-se com Israel (2.1) e espera o mesmo do parceiro da aliança. (pág. 274)

3 – 0 DEUS QUE REAGE: JOSUÉ 3.7—16.31

A vida e carreira dos juízes

Geralmente os juízes revelam um compromisso pactuai mais elevado do que o povo em geral como um todo, mas em alguns casos essa generalização não procede. Há juízes que cometem muitos dos mesmos erros do povo e, às vezes, fazem coisas piores que o povo. Nesses capítulos a decadência do povo equipara-se ao declínio moral dos juízes.

Nas primeiras narrativas dos juizes (Otniel, Eúde, Débora), o separar-se de Yahweh tem origem no povo — “fizeram o que o Senhor reprova”. Com Gideão, o desviar- se de Yahweh tem origem no próprio juiz, e o povo continua no estilo de vida que vinha tendo. Em vez de ensinar ao povo, o juiz aprende com eles.

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