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Aborto

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Por:   •  13/3/2015  •  11.357 Palavras (46 Páginas)  •  237 Visualizações

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Aborto: uma abordagem geral

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Etimologia, definição, tipos de aborto e métodos conhecidos.

A palavra "aborto" vem do latim ab-ortus, étimo que transmite a idéia de privação do nascimento. Assim, a prática do aborto, pode ser definida sinteticamente como: "interrupção da gravidez, com a morte do produto da concepção"(1).

Dentre os diversos tipos de aborto existentes, torna-se importante ressaltar aqui os mais discutidos atualmente, a fim de facilitar o entendimento de considerações posteriormente expostas neste trabalho: aborto terapêutico ou necessário, que é aquele feito porque a gravidez põe em risco a vida da gestante; honoris causa, honroso ou moral, que consiste em abortar o feto por ser a gestação resultante de estupro; eugênico ou profilático, representado o aborto feito pois o feto apresenta alguma anomalia grave; e, por fim, o social, que é realizado por questão de controle de natalidade.

Além desses tipos citados, há um critério de classificação que o divide em dois grupos principais: espontâneo e provocado. O primeiro consiste naquele em que o próprio organismo se encarrega de realizar. Assim, independente da vontade da mulher, o organismo expulsa o feto (pode acontecer pelos motivos mais diversos(2)) impossibilitando, então, a continuidade da gestação. Já o aborto provocado, é aquele feito intencionalmente, ocasionando, então, a morte do feto por vontade própria. É em relação a este tipo de aborto que surgem diversas polêmicas, e é a seu respeito que discorrerá o presente trabalho.

Para a execução do aborto provocado, há variados métodos(3) que podem ser empregados. Os mais utilizados , entretanto, são os mais perigosos e mais precários, pois a maioria da população não dispões de condição financeira para fazer de outra forma. Dentre estes meios lastimáveis, encontra-se a utilização de vegetais, tais como: cravagem, centeio, arruda, sabina, thuia (arranjo ornamental), tanaceto e até o teixo, bem como a introdução de objetos (agulhas de tricô, tesouras, antenas, etc.), esquartejando o feto ainda dentro do ventre materno. Há também injeções de sabão ou sal e, ainda, apelo às paramédicas (vulgarmente conhecidas como cachimbeiras) , que praticam banhos quentes, massagens e fricções no baixo ventre, duchas ferventes no colo uterino e rolhões vaginais (utilização de algodão ou gaze levado até o final da vagina), além das famosas golfadas de fumaça de cachimbo, com substâncias estupefacientes, para causar torpor mental na "paciente", o que lhes rendeu a alcunha de cachimbeiras.

Outras pessoas, optam pelas drogas químicas, fato que também ocorre em grandes quantidades. Neste método, percebe-se a imensa incidência da utilização do tão conhecido Cytotec. Esse medicamento é próprio para o tratamento da úlcera gástrica e absolutamente contra-indicado a mulheres grávidas, pois tem como princípio ativo o misoprostol, substância com o condão de provocar o aborto. O uso do Cytotec facilitou a prática do aborto, pois ele é encontrado facilmente nas farmácias, de forma ilegal. Muitas vezes os próprios balconistas têm contato com os distribuidores, formando a "máfia do Cytotec". "Uma pesquisa realizada pelo Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos (GPUIM), do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Ceará, revelou que, em 1993, das 510 mulheres que foram internadas na Maternidade Escola Assis Chateubriand após fazer o aborto, 325 confessaram o uso do medicamento" (4) .

Além dos métodos já citados, encontram-se presentes ainda aqueles usados por médicos, que são procurados pelas pessoas de maior poder aquisitivo, já que constituem práticas caras, feitas em geral por clínicas clandestinas. As principais "táticas" usadas são:

• Karman: Faz-se uma aspiração do conteúdo uterino, que dependendo da resistência da mulher, pode ser feito sem anestesia. O bebê termina despedaçado, da mesma forma que acontece quando a mãe o expele por conseqüência de algum remédio ingerido.

• Parto Parcial : É uma cirurgia que parece com a cesariana. Realizada com anestesia geral ou peridural. Nesse caso, puxa-se o bebê para fora, deixando apenas a cabeça dentro, já que ela é grande demais. Daí, introduz-se um tubo em sua nuca, que sugará a massa cerebral, levando-o à morte. Só então o bebê consegue ser totalmente retirado.

• Curetagem: Faz-se uma raspagem das paredes do útero para deslocar o embrião e a placenta, que são retirados com uma pinça especial.

Conseqüências físicas e psicológicas.

O aborto pode comprometer a saúde da mulher em graus variáveis. A gravidade das complicações mórbidas advindas do abortamento tendem a aumentar com a duração da gravidez, por exemplo, um aborto no segundo trimestre da gestação é mais perigoso que um no primeiro trimestre. Embora também possam ocorrer nos casos de aborto espontâneo, as complicações são mais graves e mais freqüentes quando o aborto é provocado.

A hemorragia, nos casos de aborto espontâneo, raramente é profusa. Já no aborto provocado, ela é mais intensa e pode até levar ao choque. Já as infecções, apresentam-se relativamente raras e benignas no aborto espontâneo, mas podem ser graves e mortais no aborto provocado.

O traumatismo mais perigoso associado ao aborto provocado é a perfuração uterina, que poderá ocasionar peritonite e morte. O colo do útero também pode ser lesado durante as práticas abortivas e, mais raramente, outros órgãos vizinhos, como bexiga e alças intestinais, podem ser comprometidos. O aborto provocado executado em clínicas clandestinas, é feito em geral sem acompanhamentos e cuidados médicos adequados, o que igualmente poderá ocasionar inúmeras complicações.

Apesar de ser uma questão polêmica que admite diferentes posicionamentos, todos os que se manifestam contra ou a favor do aborto estão de acordo em um ponto: os impactos negativos do aborto poderiam ser minorados hoje com os aperfeiçoamentos desenvolvidos pela medicina, tanto ao nível da técnica quanto da pesquisa ou da preparação pessoal. Poderia, então, constituir uma cirurgia simples, de pouco risco e de baixo custo, afinal, o aborto é uma realidade.

Além das possíveis conseqüências físicas , um aborto costuma provocar

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