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Agua Virtual

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Por:   •  2/4/2014  •  9.527 Palavras (39 Páginas)  •  295 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Água virtual é a quantidade de água gasta para produzir um bem, produto ou serviço. A água virtual está embutida no produto, não apenas no sentido visível, físico, mas também no sentido “virtual”, considerando a água necessária aos processos produtivos. É uma medida indireta dos recursos hídricos consumidos por um bem.

O termo “água virtual” foi introduzido em 1993, exposto durante quase uma década para obter reconhecimento da importância do tema, que envolve disciplinas de meio ambiente, engenharia de alimentos, engenharia de produção agrícola, comércio internacional e tantas outras áreas que se relacionam com a água.

Atualmente, em discussões técnicas, esse parâmetro tem sido avaliado como um instrumento estratégico na política da água, tendo em vista que a quantificação do consumo hídrico dos países é questão estratégica para a adoção de políticas públicas referentes à exploração dos recursos hídricos.

Dentre as atividades que consomem grandes volumes de água, a atividade agrícola está entre as que promovem as maiores taxas de transferência de água entre regiões onde ela se encontra de forma abundante e a baixo custo, para outras regiões onde é escassa, cara e seu uso competem com outras prioridades.

A exportação de produtos agrícolas brasileiros causa a transferência de recursos hídricos do Brasil para outras nações. Levando em consideração as regiões brasileiras que sofrem com a escassez de água, este fator “água virtual” se mostrar altamente relevante, ressaltando ainda mais a importância de uma boa gestão dos recursos hídricos presentes em nosso país.

A título de exemplo, o Brasil exportou 1,3 milhões de toneladas de carne com uma receita cambial de 1,5 milhões de dólares. Nesse processo, houve também a exportação de 19,5 km³ de água virtual (19,5 bilhões de m³). Dados recentes dão conta que o comércio global movimenta um volume anual de água virtual da ordem de 1.000 a 1.340 km³, sendo 67% relacionados com o comércio de produtos agrícolas; 23% relacionados com o comércio produtos animais; 10% relacionados com produtos industriais.

O Brasil foi considerado como o 10º exportador de água virtual, atrás apenas dos Estados Unidos, Canadá, Tailândia, Argentina, Índia, Austrália, Vietnã, França e Guatemala. Os maiores importadores mundiais são: Sri Lanka, Japão, Holanda, Coréia, China, Indonésia, Espanha, Egito, Alemanha e Itália.

O comércio virtual de água entre países poderá causar déficit ambiental, pois ainda não se podem prever os resultados destas transferências de recursos principalmente para as nações exportadoras que poderão sofre com impactos ambientais (aquecimento global, mudanças climáticas, perturbações no ciclo hidrológico e disponibilidade deste recurso) em um futuro próximo.

A quantificação da água virtual, em uma determinada bacia hidrográfica, facilita o levantamento e o desenvolvimento de ações referentes à gestão dos recursos hídricos, além de servir como orientação para consumidores comuns sobre a importância deste bem em seu dia a dia, estimulando ainda mais a implementação da Lei Nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos, em relação ao uso e cobrança da água em todos os níveis de gestão e utilização do recurso.

Nesse contexto, este trabalho objetivou avaliar a água virtual associada à produção agrícola na Bacia do PCJ, buscando retratar os produtos responsáveis pela exportação de água, levando em consideração a representatividade de cada um desses produtos em relação à quantidade produzida e o percentual de umidade presente nos mesmos.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Disponibilidade Hídrica

2.1.1 Mundial

Da quantidade de água existente sobre a terra (1.370 milhões de km3), 97,2% são de água salgada. A água presente na neve ou no gelo corresponde a 2,1%, a água doce equivale a 0,6% do total e o restante da água apresenta-se na forma de vapor atmosférico.

As reservas de água doce são estimadas em 8,2 milhões de km3, sendo que desse total somente 1,2% (98.400 km3) apresenta-se na forma de rios e lagos e os restantes 98,8% constituem águas subterrâneas ou aqüíferos. Os continentes mais favorecidos em reservas de água doce são a Ásia, a América do Norte e a América do Sul.

Aproximadamente metade da água subterrânea é considerada inviável para utilização, porque está situada a mais de 800 m de profundidade. Sua qualidade, entretanto, é naturalmente boa para o consumo geral, graças ao processo de filtração e às reações biogeoquímicas no subsolo (PHILIPPI JÚNIOR; ROMERO; BRUNA, 2006, p. 55-56).

Em países como a Arábia Saudita, a Dinamarca e Malta, as águas subterrâneas são o único recurso hídrico disponível. Em outros, como a Áustria, Alemanha, Bélgica, França, Hungria, Itália, Holanda Marrocos, Rússia e Suíça, mais de 70% da demanda são atendidos pelo manancial subterrâneo.

Os aqüíferos podem ter centenas de metros de espessura e milhares de quilômetros quadrados de extensão e sua realimentação processa-se tal como a das águas superficiais, pelo recebimento das águas das chuvas, neves e geadas.

A gestão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, na área de uma unidade hidrográfica, deve manter o equilíbrio do regime hidrológico e a qualidade das águas.

De acordo com a International Water Resources Association (IWRA) entre 8 milhões e 11 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo por causa de problemas relacionados ao controle da qualidade da água (doenças provenientes da contaminação) ou da quantidade (inundações e secas).

Os conflitos entre países usuários de uma mesma bacia, que envolvem cerca de 40% da população mundial, costumam ser resolvidos através de tratados internacionais. Existem mais de 200 bacias hidrográficas comuns a dois ou mais países, correspondendo a cerca de 60% da superfície mundial (BORSOI; TORRES, 2006).

2.1.2 Brasil

A vazão da bacia amazônica altera profundamente a disponibilidade de recursos hídricos no território brasileiro (177,9 mil m3/s). Se agregarmos

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