Além da Declaração Universal de Direitos Humanos

INCLUIR, v.t. Abranger; compreender; envolver; implicar; somar. (Silveira Bueno, 2000, pg. 428)

A inclusão pode estar relacionada a diversas temáticas das ações sociais. Sendo parte integrante de extrema importância em meio à vida em sociedade, a escola não poderia deixar de integrar a tentativa de por em prática a inclusão social, cabendo ao pedagogo agir em prol desta realização.

Porém, há a necessidade de se repensar o ponto de vista em que a inclusão faz referência à educação, pois a compreensão do processo que permite a construção de um indivíduo está concebida neste tema.

Também se faz necessário, promover uma mudança dos paradigmas educacionais levando em consideração o aprendiz e seu potencial e não somente centrado nas disciplinas e em resultados quantitativos, os quais favorecem apenas uma pequena fatia da população.

Com a realização deste trabalho será possível aprofundar os conhecimentos do grupo perante um assunto de extrema importância no cotidiano escolar, pois esta temática é constantemente presente nas escolas e é necessário que o pedagogo esteja atento e saiba lidar com a situação.

2 DESENVOLVIMENTO

O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos, buscando a não exclusão escolar e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno com deficiência no ensino regular. No entanto, o paradigma de segregação é forte e enraizada nas escolas e com todas as dificuldades e desafios a enfrentar, acabam por reforçar o desejo de mantê-los em espaços especializados.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o paradigma da educação inclusiva está contido na concepção dos direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis.

Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão. A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham as suas especificidades atendidas. (MEC, 2007, p. 01).

Além da Declaração Universal de Direitos Humanos, as leis inclusivas também estão contidas na Constituição Federal, nas leis estaduais e municipais, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

Geralmente, pessoas portadoras de necessidades especiais possuem estas características desde as fases iniciais de suas vidas, a grande maioria apresenta estas condições desde o nascimento. De acordo com Coll, Marchesi e Palácios, as famílias, frente as suas necessidades antes de contar com apoios profissionais, sociais e educativos, passam por situações de desanimo, confusão e solidão, tornando necessária uma análise do histórico familiar do indivíduo com necessidades especiais.

Primeiramente, é necessário que haja um enfoque com relação às expectativas da família quanto ao aprendizado do filho com deficiências múltiplas, buscando que os parentes se empenhem ativa e continuamente na evolução do aluno de forma a apoiá-lo durante este processo, ficando em segundo plano as habilidades de conduta adaptativas do indivíduo. Neste caso, os pais não vêem a escola como a organização que provê recursos de que os filhos necessitam.

Cabe à escola orientar os pais do aluno com necessidades especiais quanto ao caso de seus filhos, pois ao assumir o desafio de proporcionar a criança um desenvolvimento ajustado ao contexto é sempre possível, desde que sejam oferecidos os apoios adequados.

Algumas idéias consideradas chave para a atuação educativa de que tais alunos necessitam uma atuação educativa que os transcende e que se insere em seu ambiente. Nesse sentido, a tarefa da escola é ensinar habilidades relevantes para a adaptação ao contexto, planejar ambientes promotores de participação e desenvolvimento pessoal e social, de modo que tenham um impacto real na melhoria continua da qualidade de vida presente e futura de seus alunos. (COLL, MARCHESI E PALÁCIOS, 2004, pg. 267)

Quanto à atuação do pedagogo, é de extrema importância que o educador acompanhe e reconheça o desenvolvimento obtido por seu aluno, tornando-se capaz de identificar em que nível este se encontra em determinado conceito e, portanto, a partir destas observações, o professor pode criar condições para que o indivíduo especial possa refletir e agir com êxito, abrindo-lhe novas possibilidades.

Para que haja a identificação e atendimento pedagógico na busca da quebra das barreiras que podem causar interferência no aprendizado do aluno, é extremamente necessário que ocorra uma vasta e profunda compreensão relacionada às suas potencialidades e dificuldades. Para tanto, é indispensável o envolvimento de todos os profissionais escolares, quer seja direta ou indiretamente, para que com esta avaliação seja possível estabelecer uma proposta pedagógica e implementar atividades a serem desenvolvidas ao decorrer do processo de aprendizagem e que estejam de acordo com as necessidades educacionais do aluno.

Esta avaliação deve estar centrada em aspectos do contexto familiar e escolar, além de focada no nível evolutivo de desenvolvimento escolar do aluno especial.

“À escola, cabe o papel de rever e pelo uso de alternativas metodológicas assegurar às crianças e jovens a ampliação de seus horizontes e saberes para o exercício e a construção de uma cidadania. A escola tem o papel de acesso ao conhecimentos na perspectiva de superação das desigualdades do saber e do acesso à cultura.”

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