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Analisar uma interação enfermeira-familiar de paciente com comunicação prejudicada

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Por:   •  12/9/2013  •  Projeto de pesquisa  •  3.862 Palavras (16 Páginas)  •  368 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Para o ser humano, a doença é a quebra da harmonia orgânica, interferindo, com todos os setores da sua vida, especialmente na convivência com os familiares mais próximos.

Quando a hospitalização se faz necessária, o indivíduo é retirado de seu ambiente familiar e no hospital encontra um mundo completamente estranho, onde rotinas e normas rígidas controlam e determinam suas ações.

CERIBELLI (1977) afirma que ao ser hospitalizado, o paciente deixa sua família, trabalho e meio ambiente para adentrar em um mundo diferente, sendo obrigado, inclusive, a ter seus hábitos modificados para se ajustar às rotinas do hospital. Afirma ainda que este indivíduo traz conceitos advindos de suas relações com vizinhos, conhecidos, leituras de jornais ou revistas, ou mesmo por experiências anteriores de hospitalizações que favorecem a fuga da realidade ou a sua distorção.

Estudiosos como COSPER (1977) e SKIPPER et al. (1964) concordam com a importância da comunicação entre o profissional e a pessoa hospitalizada tanto no que se refere à compreensão do jargão local quanto da segurança necessária ao paciente nessas condições.

Diante dessas possibilidades, a equipe de enfermagem procura amenizar as sensações de desequilíbrio bio-psico-sócio-espirituais apresentadas pelo paciente, aumentando sua confiança e auto-estima.

A relação interpessoal que se dá entre o enfermeiro e a pessoa hospitalizada está calçada na comunicação entre ambos.

Para LITTLEJOHN (1982), a comunicação interpessoal se dá através da troca de mensagens codificáveis (verbal e não verbalmente) entre os envolvidos, marcadas pela informalidade e flexibilidade.

Numa abordagem compreensiva sobre a mesma questão, RODRIGUES (1993) afirma que quando alguém busca ajuda e outra pessoa capaz de prestar auxilio coloca-se profissionalmente disposta a compreender o problema, a ajudar o outro a evoluir pessoalmente no sentido de sua melhor adaptação pessoal, através da comunicação interpessoal, temos a relação de ajuda.

Para ROGERS (1982), a relação de ajuda é uma relação na qual pelo menos uma das partes procura promover na outra o crescimento, o desenvolvimento, a maturidade, o melhor funcionamento e maior capacidade de enfrentar a vida.

A relação de ajuda se dá através de todas as interações enfermeiro-paciente de duas formas básicas: a) no desempenho das tarefas rotineiras de enfermagem e b) no seguimento de pacientes ou grupos, dentro ou fora do contexto hospitalar (RODRIGUES, 1993 e 1996b). Assim, em todas as situações de contato com o paciente está presente a comunicação. Esta comunicação poderá ser impessoal (robótica) ou pessoal (compreensiva) e, portanto, terapêutica ou não. Terapêutica será toda interação na qual o enfermeiro esteja voltado para atender as reais necessidades de quem precisa de ajuda. Essa ajuda pode se dar junto a uma pessoa e seus familiares ou junto a grupos específicos da população.

De acordo com TRAVELBEE (1982), a relação de ajuda possui uma caraterística muito importante, ou seja, o enfermeiro usa sua própria pessoa como instrumento terapêutico, através da relação interpessoal.

PAULA (1995) afirma que o enfermeiro possui formação pedagógica que facilita sua interação com o paciente. RODRIGUES (1996b) ressalta que, na relação de ajuda, o enfermeiro utiliza-se tanto de seus conhecimentos gerais de enfermagem e os específicos da situação em questão como dos procedimentos técnicos e principalmente de si próprio, como instrumento terapêutico.

Na relação de ajuda, espera-se que o enfermeiro promova um ambiente favorável, onde o indivíduo sinta tranqüilidade e confiança para expressar-se, pois segundo LAZURE (1994), o objetivo da relação de ajuda é dar ao indivíduo a possibilidade de identificar, sentir, saber, escolher e decidir se deve mudar.

Esta afirmação vai ao encontro do posicionamento de RUDIO (1990). Para ele, quando o indivíduo possui liberdade experiencial é capaz de entrar num processo de exploração de sua personalidade a fim de descobrir e reconhecer por si mesmo as incoerências que nele existem. Da mesma forma, o Modelo de Procedimento de Enfermagem de Saúde Mental (M.P.E.S.M.) oferece subsídios para o profissional conduzir compreensivamente a relação de ajuda (RODRIGUES, 1996a).

Este processo é possível quando utilizamos a comunicação interpessoal não-diretiva, estimulando a comunicação da pessoa consigo mesma e com a situação com a qual convive.

Diante das colocações dos estudiosos das relações interpessoais na área da saúde, temos refletido sobre nossa atuação profissional que encontra-se centrada principalmente na instituição, transferindo para o paciente as normas e rotinas desta, com prevalência de atitudes autoritárias.

A disciplina "Relacionamento interpessoal enfermeiro-paciente", como parte de um projeto de aprofundamento dos estudos desta temática, tem propiciando os elementos teórico-vivenciais para repensarmos a essência do trabalho da enfermagem e a possibilidade da humanização da assistência com responsabilidade.

Através deste estudo, os enfermeiros são estimulados a avaliar sua conduta profissional diante das mais variadas situações do cotidiano. Esta avaliação promove profundas reflexões sobre o exercício de sua prática, sobre o suporte no qual é baseada, sobre as possibilidades terapêuticas do desempenho humanista e sobre a responsabilidade que recai sobre sua conduta profissional em respeito ao ser humano sob seus cuidados.

Assim, a enfermeira-pós graduanda experiencia uma vivência do seu cotidiano que é analisada em profundidade. Por este motivo, optamos por interagir com um familiar de paciente da Clínica de Ginecologia e Obstetrícia, onde a enfermeira-aluna era a encarregada do turno.

OBJETIVO

- Analisar uma interação enfermeira-familiar de paciente com comunicação prejudicada, tendo por base o referencial teórico do relacionamento interpessoal.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS SOBRE O ESTUDO

R.C.S., paciente com 20 anos, com diagnóstico médico de Insuficiência Renal Aguda, acompanhada de insuficiência respiratória, coma hiperosmolar e cetoacidose diabética. Tal quadro deu-se após 34 semanas de gestação, culminando com o nascimento de um feto morto. Paciente primigesta deu entrada

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