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Refletindo Sobre Morte E Morrer, Pacientes, Equipe De Saúde E Familiares

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Por:   •  8/6/2014  •  1.489 Palavras (6 Páginas)  •  712 Visualizações

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A morte desrespeita e quebra todas as nossas regras, barreiras e etiquetas criadas pela nossa sociedade, rompe nossas defesas mais profundas. No Brasil, poucas faculdades discutem a temática da morte, a realidade é cruel, milhares de profissionais que lidam diariamente com a morte não recebem qualquer formação na área, repercutindo negativamente no cuidado, no sofrimento do paciente, mas também no sofrimento deste profissional. Todos acabam envolvidos tanto como profissionais como familiares e precisamos entender quais os sentimentos que passa o nosso paciente e como lidar com estas situações. O paciente passa por fases diante da morte: nega, tem crises de raiva, tenta barganhar, pode entrar em depressão para depois aceitar. Nem todos passam por todas as fases ou possuem elas bem definidas, podem também apresentar características de duas ou mais fases juntas, mas podemos identificar em qual momento está nosso paciente e poder em determinadas situações ajudá-lo, pois não podemos permanecer imparciais diante destas situações, principalmente a enfermagem que está diretamente relacionada ao cuidado. Neste momento também deve ser levado em conta o sofrimento da família, esposos, irmãos, pais e filhos. Aqui há uma contradição: ao mesmo tempo que devemos pensar na morte, não devemos porém ser dominados por este pensamento, portando uma certa negação faz parte da vida. Durante este processo torna-se evidente a importância das crenças do paciente, independentemente da religião seguida, desde a fé de ser curada até a própria aceitação do inevitável.

1. Introdução

Reflexão que vem de uma necessidade profissional em discutir, desmistificar e tentar entender e agir diante da morte, temida, impronunciável, frente a ela somos obrigados a repensar a vida, nossos valores e nossa visão do mundo. Pois é na morte que o homem se revela, mostra o que tem der mais genuíno, refaz atitudes e crenças perante ela. Tradicionalmente as profissões de saúde não são preparados para lidar com a morte, e, sim, somente para tratar e curar doenças prolongando a vida daqueles que são cuidados, causando angustia diante do inevitável, a morte dos pacientes, dificuldade de comunicar o fato e métodos de defesa acaba se evidenciando no campo da saúde.

2. A morte e o preparo dos profissionais de saúde

Ainda temos profissionais que acreditam que o cuidado eficiente é essencialmente impessoal e as discussões sobre a morte perturbam os enfermeiros; quando os mesmos são questionados sobre o tema a grande maioria foge ao assunto mostrando o despreparo frente a morte. O profissional de saúde vê a morte como inimigo, pois é impotente diante dela.

O legado de Florence tem sido negligenciado pois o cuidado humanizado e fundamental principalmente na enfermagem, ocorre mais preocupação com técnicas e procedimentos, falta tempo para os detalhes.

Para entender melhor a discussão perante a morte, precisamos voltar ao passado, lembrar que houve um tempo que tínhamos pouco poder perante ela, e, portanto a aceitávamos com resignação, até mesmo como gloria e rituais como por exemplo no Egito com a crença da continuação da vida.

Com a evolução das ciências medicas, equipamentos de alta tecnologia, exames de ponta, aumento da expectativa de vida, mapeamento genético, o ser humano acredita possuir mais poder perante a morte.

Hoje, os profissionais de saúde (ênfase na medicina) ainda não aceitam que a morte faz parte da vida e sentem-se fracassados a cada vez que não podem evitá-la. Acreditam que a morte é causada por doenças e esquecem que doenças e mortes fazem parte da vida e que as doenças apenas contribuem para a maneira como se morre. De certa forma ele pode passar por dois caminhos, no primeiro ele tenta manter vivos pacientes para os quais nada mais pode ser feito ou se afasta deixando-o abandonado.

3. Defesas frente à morte e as doenças

A morte é um mistério mais aterrorizante, pois implica no desaparecimento dos seres humanos, não sabemos representar o que não mais existe, a idéia do nada, sentir o terror com sua proximidade, o vazio, a finitude. Isso de certa forma pode se tornar insuportável e o ser humano passa a fazer uso de estratégias, mecanismos de defesa, artifícios mentais inconscientes evitando o enfrentamento de situações, fatos, sofrimento físico e psíquico, ocorre a fuga, a mente procura não tomar conhecimento da realidade.

Fantasias contraditórias fazem parte do universo mental de todos os seres humanos: para alguns a morte pode significar culpa, punição, injusta, entre outros, ou seja a espiritualidade pode tanto ajudar, consolar ou se sentir dignas de punição fazendo-as se sentir culpadas e deixando de lutar.

Elizabeth Kübler-Ross (1998) foi a pioneira em descrever as atitudes e reações emocionais suscitadas pela aproximação da morte, por observação e estudo de entrevistas ela identificou padrões de fantasias, comportamentos, ansiedade e defesas que auxiliam o profissional de saúde a perceber os mecanismos que estão sendo utilizados frente a ameaças de morte, e a como lidar com eles, realizou a identificação dos cinco estágios que um paciente pode vivenciar desde o momento de um mal prognóstico. Em vários pacientes a sequência pode mudar se misturar ou não apresentar algum deles, também podem passar por estes comportamentos pacientes que apresentarem doenças crônicas, perda de função de órgãos, idosos e invalidez; acontecem também com os próprios profissionais e familiares.

3.1. Negação

A negação pode ser uma defesa temporária ou, em alguns, casos pode sustentar-se até o fim. Costuma ser o primeiro mecanismo emocional. O paciente desconfia de troca de exames ou competência da equipe de saúde, no entanto essa negação pode ser exagerada e impedir um diagnóstico precoce, dificultando o tratamento, contribuir para a não adesão e eventualmente

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