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Animais Nas Ruas

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Por:   •  17/11/2014  •  1.345 Palavras (6 Páginas)  •  303 Visualizações

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Há ainda o abandono supostamente justificado, que decorre da incapacidade real do dono em continuar a manter o animal. Porque se perde o emprego, porque a doença impede que se trate, porque o dono morre. Ainda assim, mesmos nestes casos o abandono não pode ser a solução. Há que procurar encontrar uma solução junto do grupo de familiares, amigos, divulgando o animal em lojas de animais. Às vezes basta que alguém o possa acolher durante a fase menos boa que o dono atravessa. E se de todo for impossível uma solução deste tipo, as associações de defesa animal tudo farão para apoiar donos responsáveis que por motivos de força maior, reais, são obrigados a separar-se do seu fiel amigo.

Na verdade, apesar de existirem várias campanhas, promovidas normalmente por Associações de defesa dos direitos dos animais, que alertam para a crueldade do Abandono de um animal, mas os comportamentos ainda não mudaram, pois são milhares de pessoas que todos os anos abandonam o animal que lhe foi sempre fiel.

Quando um animal é posto na rua e não está esterilizado/castrado deixou de estar em ambientes protegidos e o seu instinto de procriação passa à prática. Em resultado surgem muitas crias de gatos e cães que na sua maioria terão um fim trágico, mas há sempre uma probabilidade de sobreviverem alguns filhotes contribuindo assim de forma excepcional para o aumento da espécie.

A falta de controlo de natalidade que vigora na nossa sociedade aliada ao ABANDONO dos animais provoca com que o problema tenha uma dimensão cada vez maior, provocando mortes e mortes diárias de animais que tiveram o azar de nascer numa época em que os seus direitos ainda não são reconhecidos na prática, mesmo que a lei os salvaguarde. Segundo o site < http://www.azp.pt/ficheiros/ABANDONO.pdf>

Há quem zombe da afeição pelos bichos. Mas o fato é que animais como os cachorros colocam na gente o senso da nossa própria humanidade, quando forma-se entre eles e nós um elo comunicativo que desafia certas proposições da linguística e da filosofia.

Ter um cachorro é como ter uma paixão. Lá estamos nós, nos achando os melhores do mundo, os reis da cocada preta, no alto da nossa prepotência juvenil e adolescente, quando então aparece a garota. A garota faz gato-e-sapato da gente e, graças a ela, começamos a pensar que "Ops, as coisas não são exatamente como achei que fossem, nem sempre a razão é minha". Fazemos um esforço enorme para ganhar a garota, e ganhamos. Queremos aprender mais. O amor é um aprendizado de nós mesmos. Todos os dias contam.

Com os nossos cachorros, acontece a mesma coisa. No colégio, as aulas de biologia são diretas, "O homem é o único animal racional blá blá blá". "Vá lá", você pensa "aceito". Mas a aula vai mais longe, "O homem é o único ser vivo detentor de linguagem". Você leva isso a sério, até ter um cachorro.

Quando o seu cachorro chega, você logo percebe que ele entende os seus sinais. Ele faz desaforos, inclusive. E teimosias. A suposta burrice do animal se torna um mito. Você se dá conta de que o seu cachorro é capaz de fingir que não entende. Chega a ser incrível. Ele é mais do que inteligente. É astuto. À medida que o tempo passa, você vê que ele vive de olho em você, e que ele é um sensitivo sentimental. O coração dele é o coração de um gigante. Ele não conhece mágoa nem rancor. Se acontecer de você chorar, por algum motivo, seu cachorro está plantado à sua frente, olhando fixamente para você, raspando uma pata na sua perna. Você lembra da sua professora de biologia e pensa "Ok, posso até aceitar que o homem seja o único animal capaz de articular uma linguagem fonética. Mas é claro que não é o único a ter linguagem". Você pensa em J. M. Coetzee, em Elisabeth Costello e Peter Singer. Pensa em todas as atrocidades que andamos fazendo com os animais. Você se dá conta de que, bem alfabetizado, seu cachorro seria capaz de escrever um romance, melhor que as suas crônicas semanais para um portal de notícias.

Sua relação com o seu cachorro se torna rapidamente uma relação de intenso companheirismo e diálogo. Você e ele começam a fazer passeios noturnos exploratórios. Ele nunca se afasta muito. Quando se afasta, é para fuçar do outro lado da rua. Logo, se ele acha alguma coisa, ele te chama, latindo ou simplesmente ficando ereto, no meio da noite. De longe, nessas horas, você admira a exuberância altiva do bicho. Isso sem falar dos momentos em que ele pleiteia ou sugere um caminho. Ele para numa esquina, olha alternadamente para você e para a direção que quer tomar. A cidade é de vocês, nesses passeios. Vocês andam pelos becos, mapeiam os moradores de rua, saúdam os garçons e os vigias. Muitas vezes, ele janta um franguinho de macumba.

Assim, um dia você entende que o seu cachorro está falando com você há muito tempo, sem dizer uma palavra. Você descobre que

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