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Anomalias

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Por:   •  29/5/2014  •  Seminário  •  606 Palavras (3 Páginas)  •  287 Visualizações

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Anormalidade.

É interessante perceber que por toda a história da humanidade sempre houve grupos ou pessoas que foram mais ou menos excluídos ou aceitos no convívio social, em nome de uma suposta harmonia e equilíbrio ou normalidade, por assim dizer, seja por qual for o motivo: doença, classe social etc. A natureza, no homem ou fora dele, é harmonia e equilíbrio. A perturbação desse equilíbrio, dessa harmonia, é o anormal, a doença, o desvio, a anormalidade. Assim, o anormal é a ausência de normalidade, é o que põe em risco o conhecido desde sempre e que perturba a ordem estabelecida. A perturbação, a doença, o transtorno mental, o diferente, isso é “anormalidade”.

A doença não é somente desequilíbrio ou desarmonia, ela é também, e talvez, o esforço que a natureza exerce no homem para obter um novo equilíbrio. Com este pensamento, podemos dizer que o “anormal” é que uma nova forma de “normal”, ou seja, uma forma diferente de normalidade. Assim, ser portador de transtornos mentais pode ser outra forma de viver, ser diferente. Se a doença é uma reação generalizada com intenção de cura , a “loucura” é um modo de ver e viver a vida diferente dos “normais”.

Além de tantos outros diferentes, estranhos e bizarros, a exemplo dos homossexuais e aleijados, o portador de transtornos mentais é classificado, por quem tem o poder de classificar quanto é reconhecido por si próprio. Assim, o comportamento desviante é atribuído, tanto pelo outro que se arroga “normal” quanto é reconhecido por grupos e indivíduos, de modo que essa classificação nada mais é do que um jogo de poder. A ideia de que reconhecer o outro como outro, como diferente, significa pensá-lo como inferior ou superior e consequentemente sua relação com ele. É interessante observar que é somente na relação que o homem percebe o outro. É na relação que, enquanto que se assemelham, os homens se diferenciam, porquanto a pluralidade humana comporta o duplo aspecto da igualdade e da diferença, igualdade de homens e diferença de indivíduos. Nesse sentido, ser diferente não significa, ou não deveria significar, ser inferior ou superior, tampouco“ anormal”, mas simplesmente diferente, embora possa ser semelhante. Existir socialmente é também ser percebido e notado como distinto, que destaca serem os homens não apenas diferentes, mas também distintos.

O portador de transtornos mentais é tido como diferente, como pessoa de “comportamento desviante”. os transtornos mentais são percebidos como subversão de normas e regras socialmente estabelecidas. Relata-se que o portador de transtorno mental não tem consideração por nenhuma regra, desconhece-as todas; cujos discursos, posturas e ações estão sempre em oposição, com o que existe de humano e de racional.

Desse modo, os transtornos mentais são tidos como um estigma, ou seja, o portador de transtornos mentais é um indivíduo que apresenta características que o tornam diferente dos outros, pois lhe é atribuída uma identidade também negativa, uma identidade deteriorada. Assim, os transtornos mentais, concebidos como algo negativo, são vistos como o avesso da ordem, da harmonia e da normalidade. Seriam a própria agitação, ausência de moderação, desregramento, impulsividade e periculosidade,

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