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Antropologia E Suas Correntes

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Por:   •  12/4/2014  •  4.851 Palavras (20 Páginas)  •  672 Visualizações

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ANTROPOLOGIA E SUAS CORRENTES DE PENSAMENTO

Adilson Siqueira de Andrade

INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é demonstrar a heterogeneidade da vida em sociedade, no período da ocupação colonial, pelas sociedades européias, bem como apresentar as principais correntes antropológicas.

A antropologia, em seu primeiro momento estava relacionada a uma reflexão filosófica, pois enquanto ciência antropológica, somente vai acontecer a partir do século XIX, com o aparecimento das ciências sociais.

As abordagens etnográficas, no seu primeiro momento, estavam vinculadas as posições ideológicas de governos dentro de concepções e modelos europeus.

A etnografia transformou-se em antropologia propriamente dita, a menos de dois séculos, proporcionando assim, uma comparação entre as sociedades humanas entre as sociedades européias e não européias.

A antropologia deixa de ser uma ciência que explica o exótico para formular análises sistematizadas sobre o funcionamento das sociedades humanas como um todo. Um marco referencial dos primeiros tempos são os relatórios de viajantes, visto que trazem uma compreensão didática e proporcionam uma comparação entre às sociedades antigas às sociedades contemporâneas.

I. TÓPICOS DO PENSAMENTO FILOSÓFICO QUE INFLUENCIARAM NA ANTROPOLOGIA

A problemática referente ao valor do conhecimento humano está relacionada intrinsecamente a Filosofia, ou seja, ao questionamento humano em um contexto sócio econômico e cultural.

Na Idade Antiga grega (pré-socráticos), toda preocupação estava centrada em explicações racionais sobre a origem do mundo.

Na Idade Média, predominava a visão Teocêntrica e o ser humano era visto como criatura de Deus.

Já na Idade Moderna a discussão gnosiológica toma uma posição antropocêntrica e procura apoiar-se em explicações racionais.

O racionalismo e o empirismo são as correntes filosóficas que marcam os séculos da modernidade. Trava-se no primeiro momento um embate com a concepção da cultura medieval, na tentativa de encontrar em si mesmo o fundamento para uma nova visão de mundo. Esses sistemas não eram apenas doutrinas gnosiológicas ou teorias do conhecimento, mas perspectivas culturais globais. Essa influência inicia na Europa a partir do século XV, porém somente no século XVIII é que toma uma maior proporção.

Na Inglaterra desenvolve o empirismo e na França o racionalismo.

René Descartes (francês) mesmo sendo racionalista e buscando enfatizar a razão como fundamento à explicação das coisas, considera Deus como um princípio criador.

Já os empiristas ingleses como Bacon, Hobbes e Locke, entendiam que o conhecimento é fruto da experiência e da observação humana.

Emanuel Kant (alemão), como filósofo burguês, confia no poder demiúrgico do homem, ou seja, crer em uma concepção de que o homem cria o universo científico e o universo moral, segundo as normas da própria razão. Embora entenda que exista o conhecimento racional, a “priori” admite que o conhecimento brote da experiência “a posteriori”.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), defensor do chamado idealismo absoluto, procura demonstrar que a idéia é transcende à natureza histórica. Tudo que existe é a realização da idéia. O real para ele é o ideal. Seu idealismo é, portanto, absoluto. Destaca em sua doutrina método dialético. Para ele, a evolução origina-se na luta dos contrários que se efetua através do trânsito das mudanças quantitativas em mudanças qualitativas. Porém, o concreto é o ideal puro. Nesse caso o que muda são as idéias, os conceitos, pois, primeiro se elabora para em seguida ser colocado na prática.

II. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

1. Antigüidade Clássica

Heródoto (séc. V a.C.) de nacionalidade grego é tido como o primeiro historiador-etnográfico, que busca narrar os fatos a partir de sua compreensão “in loco” . Desempenha o papel ambíguo do herói mítico, fundador da História, da Geografia Comparada e da Etnologia.

Faz-se necessário ressaltar que o Estado grego buscava o conhecimento de outras culturas com o objetivo de conquistá-la e de submetê-las ao seu domínio, pois entendia que todos os povos que não fossem da linhagem gregos, eram portanto bárbaros e sujeitos a sua dominação.

Poirier (1981, p.4) ao analisar as concepções de Heródoto diz que sua visão abre uma ampla perspectiva, pois suas obras são ao mesmo tempo etnográficas e históricas, e acrescenta:

Heródoto erigiu um panorama do mundo humano do século V que ele pôde conhecer no curso de suas viagens. Sabe-se que viajou muito; mas Heródoto foi coisa bem diferente de um ‘curioso’, preocupou-se freqüentemente em ir além das aparências; ele próprio investigou, antecipando-se à entrevista etnológica

2. Idade Média

O pensamento medieval tem seu discurso centrado na concepção cristã, e estabelece uma diferença entre os não cristãos. Para Copans (1980, p.22) “É, aliás, em nome desta diferença que se justificarão as primeiras conquistas e explorações coloniais do Renascimento. No Renascimento principia a expansão mercantil e política do Ocidente”.

Durante quatro séculos, o Ocidente estabelece domínio sobre as outras sociedades não européias. Neste contexto, a etnografia acompanha e aparece como uma ciência do Ocidente.

Poirier (1981) entende que o pensamento medieval se caracteriza pelo desdém da experiência, pelo fetichismo da autoridade e pelas posições religiosas intolerantes. Outro fator se relaciona ao questionamento sobre a existência da alma entre a etnia negra e ameríndia. Essa posição levou uma depreciação cultural.

O pensamento medieval não se inclina a abrir-se ao homem “diferente”, visto que herda uma tradição greco-romana de dominação às sociedades tidas como “bárbaras”. Esse conceito, somente vai se modificando com as descobertas relacionadas às grandes viagens, em que o “exótico” passa a ser visto de forma curiosa pelos europeus. Nesse sentido destaca o autor que a partir do século XVI os chamados “naturais” da Américas ou da Oceania são levados para a Europa e apresentados por ocasião de festas.

3. Conquista

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