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Arquiterura E Urbanismo

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Por:   •  12/11/2014  •  3.305 Palavras (14 Páginas)  •  406 Visualizações

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Segurança no Trabalho na Construção Civil

Jean Carlos Vaz de Lima.

Estudante do curso de Engenharia Civil,

jeancarlos_vdl@hotmail.com, UFMS, BR.

Cidade Universitária. CEP 79070-900. Campo Grande-MS.

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo avaliar como a segurança no trabalho é percebida pelos trabalhadores de um canteiro de obras (engenheiro, mestre-de-obras, técnico em segurança e operários). Esse artigo falará sobre causas de acidentes, sugestões para melhorar a segurança, satisfação no cargo, treinamento, principais riscos, carga de trabalho e como as empresas se comportam quanto à segurança de seus operários. As conclusões iram identificar diversas necessidades de melhoria gerencial, as quais influenciam de modo direto ou indireto a segurança no trabalho.

Palavras-chave: segurança no trabalho, construção civil, pesquisa qualitativa.

l. INTRODUÇÃO

Hoje, tanto no Brasil quanto em países europeus, a construção civil continua a se destacar quanto aos acidentes de trabalho. No Brasil, o setor é o quarto maior gerador de acidentes fatais em termos de frequência perdendo para a China, os Estados Unidos e a Rússia. Em países como os Estados Unidos e a Inglaterra, os números também revelam os elevados índices de acidentes, o que causa preocupação nas empresas, principalmente em função do aumento dos prêmios dos seguros contra acidente. Aqui, a empresa de seguro é estatal, e diferente dos países desenvolvidos, nos quais o seguro contra acidentes é pertencente ao setor privado e que usa como base indicadores que refletem a realidade de cada empresa.

Ainda que os custos econômicos e sociais dos acidentes de trabalho sejam altos, geralmente as empresas não procuram evitá-los, apenas tentam cumprir à legislação. Contudo, as normas brasileiras, focam principalmente na implantação de medidas relacionadas às instalações físicas de segurança (guarda-corpos ou aterramentos, por exemplo), e deixando de exigir medidas preventivas mais amplas que visem eliminar ou reduzir os riscos.

Estudos realizados por Hinze (1997), Liska et. aI. (1993) e Davies e Tomasin (1990), destacam a importância da existência de programas de segurança específicos para cada empreendimento. Nesses programas devem estar incluídos procedimentos tais como a colocação de metas relativas ao desempenho em segurança de cada obra, a coleta de indicadores, os incentivos aos operários para a redução de acidentes, a elaboração de orçamentos relativos à segurança, os programas de combate ao alcoolismo e o treinamento da mão-de-obra.

De acordo com Harper e Kohen (1998), as economias geradas pela implantação de um forte programa de segurança superam os custos do programa, atingindo uma relação custo-benefício favorável. A empresa na qual foi realizado tal estudo apresentava excelentes indicadores de segurança, adotando estratégias de gestão da segurança no trabalho que enfatizavam o envolvimento dos funcionários, a redução da rotatividade, programas 5S (manutenção da limpeza e organização), reuniões semanais com as equipes de trabalho, identificação de riscos nos postos de trabalho preexistentes ao início dos serviços e fornecimento de equipamentos de segurança.

Baseando-se no desempenho de construtoras líderes nos EUA, Jaselskis et aI. (1996) quantificaram os principais fatores que interferem na segurança. Entre os resultados desta pesquisa pode ser destacado: a necessidade de programas de segurança escritos e bastante detalhados (em média 4,5 páginas por atividade); a necessidade de apoio da alta direção da empresa; a realização de cerca de oito inspeções mensais formais de segurança em cada obra; a redução da rotatividade para um máximo de 7%; o aumento dos gastos com premiações por desempenho em segurança para cerca de 9% do orçamento da segurança da obra; a realização de três reuniões formais com empreiteiros por mês.

Os poucos tópicos discutidos, envolvendo seguro, influência da legislação, do projeto, e escopo dos programas de segurança, representam apenas uma pequena parcela dos diversos elementos que interferem na gestão da segurança no trabalho, revelando a complexidade do problema. Assim, medidas pontuais e descoordenadas para gerenciar a segurança não são eficientes, e períodos sem ocorrência de acidentes serão devidos muito mais a fatores circunstanciais do que a tomada de ações preventivas.

A influência de elementos como os citados sobre a segurança é geralmente considerada de forma superficial ou mesmo desconhecida por muitas empresas e profissionais, o que é reflexo, em parte, da falta de estratégias para a segurança. Nesse contexto, o artigo visa contribuir para a identificação e discussão de fatores que influenciam a segurança no trabalho, e que apesar de leves, de modo oposto à falta de um guarda-corpo, por exemplo, também devem ser conhecidos e resolvidos, ainda que a legislação não se refira a eles.

2. MÉTODO E MATERIAIS

O estudo de caso realizado seguiu uma abordagem essencialmente qualitativa. Apesar desse tipo de abordagem vir sendo utilizada com crescente intensidade em todas as áreas do conhecimento, ela ainda é pouco conhecido na área das Engenharias. As pesquisas qualitativas são indicadas para identificar a presença ou ausência de algo, contribuindo para a elaboração de teorias sobre o fenômeno estudado.

A fim de atingir o objetivo em uma pesquisa, foi realizado um estudo de caso em um canteiro de obras, buscando-se identificar as percepções relativas à segurança no trabalho, tanto por parte da gerência (engenheiro, mestre-de-obras e técnico em segurança) quanto por parte dos operários (profissionais e serventes).

As entrevistas serão, realizadas através de questionários constituídos por dois roteiros básicos de perguntas, um para engenheiro, mestre-de-obra e técnico em segurança (contendo vinte e uma perguntas) e outro para operários profissionais e serventes (contendo vinte e três perguntas). São apresentados, a seguir, alguns exemplos de questões do roteiro do nível gerencial: Que riscos diferentes esta obra tem, em comparação com outras obras nas qual você já trabalhou? Há alguma pressão adicional nesta obra, em termos de custo ou prazo de conclusão? ; A vizinhança, o meio ambiente ou pedestres correm algum risco decorrente desta

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