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Arte E Cidade

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Por:   •  16/10/2014  •  9.742 Palavras (39 Páginas)  •  452 Visualizações

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Academismo no Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Victor Meirelles: A primeira missa no Brasil, 1861, Museu Nacional de Belas Artes

O Academismo no Brasil foi a expressão institucionalizada de todo o sistema de arte que prevaleceu no Brasil do início do século XIX até o início do século XX, baseado nos princípios das academias de arte européias. Nasceu com a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios fundada por Dom João VI em 1816 por incentivo da Missão Artística Francesa, floresceu com a Academia Imperial de Belas Artes e o mecenato de Dom Pedro II e encerrou-se com a incorporação de sua sucessora republicana, a Escola Nacional de Belas Artes, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1931.1 2

Antes que um estilo específico, o Academismo é, estritamente falando, um método de ensino artístico profissionalizante de nível superior, equivalente ao ensino universitário moderno. No Brasil tal sistema foi introduzido no período de vigência do Neoclassicismo, estilo do qual foi um dos principais motores de difusão, e depois absorveu estéticas românticas, realistas, simbolistas e outras que deram o tom à virada do século XIX para o XX, expurgando delas o que não se enquadrasse na formalidade da Academia.3 4

A estreita ligação da arte acadêmica brasileira com o poder constituído ampliou o significado do termo fazendo do Academismo nacional tanto um sistema de ensino quanto um movimento filosófico e um ato político, como um laboratório para a formulação de importantes símbolos da identidade nacional e uma vitrine para a sua divulgação, contribuindo para tornar o seu tempo de vigência um dos mais ricos, complexos, movimentados e interessantes da história da arte brasileira. Seu pujante legado em arte permanece significante até os dias de hoje.5 Apesar de o termo Academismo se aplicar mais comumente na História da Arte brasileira ao período acima delimitado, o sistema acadêmico de ensino sobreviveu aos atropelos do Modernismo e das correntes vanguardistas do século XX, embora se tenha modificado, inserindo-se no ambiente das escolas de arte das modernas universidades, que hoje produzem e teorizam a arte em alto nível e são filhas diretas da Escola fundada por Dom João e os franceses.6

Índice [esconder]

1 O modelo acadêmico europeu e o contexto brasileiro

1.1 Primórdios: A Academia de Lebreton

1.2 Estabilidade

2 O ensino artístico

2.1 O ensino técnico

2.2 Aperfeiçoamento

2.3 Estilos, gêneros e ideologias

2.4 Acadêmicos notáveis

2.5 Música

3 O mercado para a arte acadêmica

4 Fim do ciclo

5 Apreciação

5.1 A continuidade de um modelo de sucesso

6 Galeria de imagens adicionais

7 Referências

8 Ver também

9 Ligações externas

O modelo acadêmico europeu e o contexto brasileiro[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Academismo

Giorgio Vasari: Auto-retrato

As academias de arte nasceram no final do Renascimento. Antes a produção artística ocorria através de corporações de artesãos e de ateliês coletivos, as guildas, que muitas vezes tinham um caráter de entidade de classe, onde o aprendizado acontecia de modo essencialmente informal. Não havia aulas regulares, nem uma metodologia sistematizada. Procurando organizar esse sistema e elevar o status da arte de uma função artesanal qualificada para um ofício liberal, fundou-se em Florença, em 1563, sob o incentivo de Vasari e a proteção de Cosmo de Médici, a Accademia del Disegno.7 Inicialmente oferecendo apenas palestras teóricas e aulas de anatomia, e na prática não diferindo muito de uma guilda como as outras, logo a Accademia del Disegno tornou-se uma instituição educativa respeitada, responsabilizando-se pelo treinamento de pintores, escultores e arquitetos, e se transformou na instância de assessoria governamental para todos os assuntos de obras públicas da cidade.8 . Em 1593 fundou-se em Roma a Accademia di San Luca, com uma organização já bem mais objetiva e um cronograma de aulas mais consistente 9 Consolidando-se com a experiência dos anos, o sistema de educação acadêmico tornou-se bastante padronizado, baseado em princípios práticos e teóricos, incluindo desenho de observação e cópias de modelos consagrados, geometria, anatomia e perspectiva, história e filosofia. Adotando a ideia de que a arte pode ser ensinada, transmitida em sua completude, e que o talento apenas não conduzia a lugar nenhum sem um treinamento disciplinado e metódico, ficava problematizada a noção de originalidade individual, mas distinguia-se a arte do artesanato por situar o artista numa esfera superior, a do intelectual e do profissional liberal.7 Para os acadêmicos o ponto de partida era a tradição, acreditando que se fossem adotados os mesmos pressupostos teóricos e técnicos observados no trabalho dos mestres consagrados, seria possível alcançar o mesmo patamar de qualidade.10

Charles Le Brun

Seguindo o exemplo italiano, em 1648 foi fundada em Paris a Academia Real de Pintura e Escultura, com o mesmo propósito de ensinar arte como uma profissão liberal.7 Com o suporte financeiro do governo de Luís XIV e sob a direção de Le Brun, a Academia francesa desenvolveu uma sólida ortodoxia estética e uma filosofia alinhada à política propagandística do Estado que controlou quase por completo da arte produzida na França, exercendo grande influência em toda a Europa e sendo especialmente fértil e marcante durante o Neoclassicismo.11 E desta fonte vem o Academismo brasileiro. Assim, "Academismo" não é tanto um estilo específico, pois acadêmicos houve desde o século XVI, atravessando todos os estilos sucessivos — Renascentista, Maneirista, Barroco, Neoclássico, etc — mas trata-se de um sistema de ensino dirigido por critérios pedagógicos e estéticos tradicionais e formalizados.1 O termo artista acadêmico significa, a rigor, simplesmente aquele que ingressou e foi treinado em qualquer

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