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Atps De Serviço Social

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Por:   •  25/11/2013  •  4.358 Palavras (18 Páginas)  •  580 Visualizações

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2. Assessoria e consultoria na área do Serviço Social

A bibliografia do Serviço Social brasileiro sobre assessoria/consultoria é recente e marcada, na sua maioria, por reflexões sobre experiências de assessoria. Essas reflexões, geralmente ricas, são marcadas por uma imprecisão sobre o tema e pela ausência de referência teórica sobre o assunto. Percebemos, em geral, uma nebulosa compreensão de assessoria, ora entendida como a supervisão profissional, ora como trabalho interventivo junto a comunidades ou movimentos sociais, ora como militância política. Longe de isso ser uma mera questão epistemológica, entendemos como importante a desvelação do que estamos, na categoria profissional, chamando de assessoria/consultoria.

A importância de uma reflexão sobre assessoria/consultoria para o Serviço Social se dá pelo fato de que a maioria da produção teórica sobre o tema tem sido, em geral, produzida em outra área do conhecimento – o campo da administração de empresas – com vistas a maximização do lucro, pressuposto muito distante do atual projeto profissional do Serviço Social, mas que tem espaço na bibliografia de alguns planos de aula e em textos de Serviço Social sobre o tema. Portanto, a reflexão conceitual sobre o tema é importante com vistas a subsidiar o debate e a produção sobre a assessoria/consultoria no âmbito do Serviço Social brasileiro e do seu projeto ético-político.

Assim, hoje, na categoria profissional, quando falamos de assessoria estamos nos remetendo a qual conceito e com quais objetivos?

Se observarmos a origem da palavra (FERREIRA, 1999), podemos entender que assessoria é aquela ação que visa auxiliar, ajudar, apontar caminhos. Não sendo o assessor um sujeito que opera a ação e sim o propositor desta, junto a quem lhe demanda esta assessoria.

Assim, definimos assessoria/consultoria como aquela ação que é desenvolvida por um profissional com conhecimentos na área, que toma a realidade como objeto de estudo e detém uma intenção de alteração da realidade. O assessor não é aquele que intervém, deve, sim, propor caminhos e estratégias ao profissional ou à equipe que assessora e estes têm autonomia em acatar ou não as suas proposições. Portanto, o assessor deve ser alguém estudioso, permanentemente atualizado e com capacidade de apresentar claramente as suas proposições. (MATOS, 2006, p.). A distinção entre assessoria e consultoria é mínima. Consultoria vem de a palavra consultar, que significa pedir opinião. Portanto, consultoria é mais pontual que assessoria que remete a idéia de assistir. Devido à pequena diferença, entre assessoria e consultoria, trataremos neste artigo os dois processos de forma indistinta. Mas, vale trazer aqui a definição de Vasconcelos (1998): Freqüentemente para que uma equipe ou assistente social solicite um processo de consultoria, é necessário que já tenha passado, ainda que precariamente, pela elaboração de um projeto de prática, objetivando, com a consultoria, respostas para algumas questões pontuais que dificultam o encaminhamento do mesmo (VASCONCELOS, 1998, p. 128). Os processos de assessoria são também solicitados tanto por uma equipe como por indicação externa, mas neles nos deparamos com uma realidade diferente.

As assessorias são solicitadas ou indicadas, na maioria das vezes, com o objetivo de possibilitar a articulação e preparação de uma equipe para a construção do seu projeto de prática por meio de um expert que venha assisti-la

teórica e tecnicamente (VASCONCELOS, 1998, p. 129). Uma vez definido o que seja assessoria e consultoria, passaremos aqui a chamar atenção para algumas iniciativas que se apresentam como assessoria/consultoria, mas não são. v Assessoria não é sinônimo de supervisão Como a supervisão profissional caiu em desuso no Serviço Social desde os anos de 1970, a assessoria/consultoria tem sido utilizada como sinônimo. Contudo, como já apontava Vieira, não é: O que distingue assessoria da supervisão é sua natureza temporária, eventual (o supervisado procura o assessor quando precisa) e ampla liberdade do assessorado em aceitar ou não, em seguir ou não as indicações do assessor.

Mais do que supervisor, assessor tem uma autoridade de ‘idéias’, ou de ‘competência’ e não ‘de mando’ (VIEIRA, 1981, p. 108).

v Assessoria não é sinônimo de toda e qualquer ação extensionista Há nas universidades brasileiras uma ampla gama de concepção de extensão universitária. Desde a ideia de promoção de cursos a comunidades, como a prestação de serviços de saúde. Muitas das ações extensionistas têm sido na prestação de serviços, algo distante, como já acima delineado no que seja assessoria. Contudo, é na universidade que a assessoria encontra um espaço privilegiado para se constituir, já que por meio do saber que envolve os seus integrantes (alunos, professores e servidores técnico-administrativos) pode disponibilizar novos conhecimentos e se retro alimentar por meio do contato dinâmico com as demandas da sociedade. v Assessoria não é, necessariamente, trabalho precarizado e/ou temporário Muitas das organizações empregadoras, públicas e privadas, têm contratado profissionais para a prestação temporária de serviços, sem vínculo trabalhista. Isso muita das vezes tem sido chamado de assessoria, mas nada mais é que uma estratégia de burlar os direitos trabalhistas, já que os contratados na realidade exercem ações, não desenvolvendo, na prática, nenhuma assessoria/consultoria. v A assessoria no Serviço Social não é abandono do trabalho assistencial Devido ao status que ainda se tem hoje sobre o cargo de assessor, é importante que os profissionais de Serviço Social se atentem para importância de se garantir o atendimento direto do assistente social a população usuária nas instituições em que assessoram. Não podemos menosprezar a importância do nosso trabalho profissional junto aos usuários. Assim, uma frente de trabalho não substitui a outra. v Assessoria não é mera militância política Em que pese a importância cada vez maior da participação política, não podemos misturar a contribuição que muitos assistentes sociais dão a diferentes entidades de mobilização política, como assessoria. Ambas as ações são importantes e se inter-relacionam, mas possuem objetivos distintos. As possibilidades de atuação profissional na área da assessoria

A assessoria, mesmo que na Universidade encontre seu espaço privilegiado de trabalho,

pode ser desenvolvido pelos assistentes sociais no conjunto das atribuições que desenvolvem nos seus locais de trabalho.

Os assistentes sociais

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