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BASES TEÓRICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

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Por:   •  10/9/2014  •  9.164 Palavras (37 Páginas)  •  840 Visualizações

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BASES TEÓRICAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

NOVAS CONQUISTAS DO PEDAGOGO: A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NA ÁREA SÓCIO-ECONÔMICA

Solange Aparecida de O. Collares1

A sociedade atual ampliou o campo de atuação do Orientador Educacional para outros ambientes, como instituições não-escolares, onde se constata a sua importância em todos os segmentos organizados da sociedade, tornando-o o elo que conduz ao relacionamento interpessoal, com possibilidade de reflexão crítica dos indivíduos, tornando-os aptos ao convívio em sociedade. Parte-se do pressuposto da instabilidade no mundo de trabalho para a inserção do Pedagogo Habilitado em Orientação Educacional nas organizações, para atuar junto aos funcionários, encaminhando e reabilitando-os em funções condizentes com o seu conhecimento e o seu modo de ser e se relacionar com outras pessoas.

Nossa discussão abordará a atuação do pedagogo na orientação educacional da área sócio-econômica, destacando a importância do profissional desta área nas diversas organizações governamentais e não-governamentais, pois sua atuação faz-se necessária nesses meios, devido às mudanças e transformações do contexto sócio-econômico e político do mercado de trabalho. Trata-se de um campo em expansão no momento, no qual o indivíduo busca sentido no que faz.

A orientação educacional, ora restrita à área educacional, tem-se ampliado cada vez mais, sendo o objetivo desta análise demonstrar os novos campos de trabalho do pedagogo habilitado em orientação educacional no contexto social e a sua repercussão no meio político e econômico.

A função do orientador educacional vem sendo questionada ultimamente, como decorrência das transformações gradativas que ocorrem no âmago da sociedade. O profissional desta área durante muito tempo atuou somente no espaço escolar, onde cabia-lhe a tarefa de ajustar o aluno à escola, família ou sociedade. Mas atualmente, em sua nova roupagem, a orientação educacional volta-se à construção do cidadão além dos espaços educativos. Para melhor entendimento dessa trajetória, faz-se necessário uma breve incursão aos primórdios da orientação educacional.

Analisando as origens da orientação educacional, constata-se que suas raízes encontram-se na orientação profissional, praticada nos Estados Unidos da América por volta de 1930, quando o incremento das ocupações ampliou a necessidade de orientar os jovens para uma correta decisão, capaz de lhe assegurar êxito no recente mercado de trabalho.

Em consonância com a psicologia científica, a orientação profissional elaborou testes psicológicos de inteligência, de personalidade e de interesses, capazes de detectar as diferenças individuais, tornando-se um modo e persuasão psicológica, visto que objetiva convencer os indivíduos de que conseguir um emprego depende das capacidades pessoais.

A princípio o trabalho de orientação profissional era realizado pela empresa, mas depois foram criados os escritórios de orientação profissional, visando orientar os indivíduos sobre as várias opções de que dispunha, com base em suas próprias capacidades. Posteriormente esse trabalho passa a ser solicitado no interior da escola, para orientar os educandos nos planos de carreira e estudo conforme as aptidões de cada um, e passou a ser denominado de orientação escolar.

Contudo, a seleção profissional, a orientação profissional e a orientação escolares não sanaram os problemas existentes nas organizações, pois havia necessidade de preocupar-se com o ser humano, ocupante do cargo, surgindo então os estudos sobre o relações humanas no trabalho.

Assim, a orientação profissional passa a integrar a área da orientação educacional, pois a formação do profissional tem início com a formação do homem, nos vários aspectos da vida: familiar, escolar, social e profissional.

Na França, a orientação era desenvolvida em âmbito escolar, como um serviço de psicologia escolar, objetivando conhecer o educando no ambiente formal e informal. Tornou-se orientação profissional, embasada na aplicação de testes, sendo que o profissional da área era denominado de psicólogo escolar, cabendo-lhe elaborar dossiês com todas as informações disponíveis sobre os educandos.

No Brasil, a história da orientação educacional inspira-se nesses dois modelos, o americano e o francês que, embora divergentes em alguns aspectos, estão alicerçados em um mesmo conceito de sociedade, isto é, conforme Pimenta (1995, p. 26), concebem a sociedade como um todo orgânico ao qual todos os indivíduos se devem ajustar nas mesmas bases psicológicas.

Em solo pátrio, a orientação educacional foi criada seguindo experiências externas que se delinearam através das leis, com base na dimensão psicológica e em consonância com os objetivos educacionais mais amplos.

Deve-se a Lourenço Filho a criação do serviço de orientação profissional e educacional no Departamento de Educação do Estado de São Paulo, em 1931. No Rio de Janeiro, a experiência pioneira, datada de 1934, coube a Maria Junqueira Schmidt e Aracy Muniz Freire, na Escola Comercial Amaro Cavalcanti.

A legislação concernente à Orientação Educacional data do início dos anos 40. Conforme Grispnun (2001), pela Reforma Capanema, a Lei Orgânica do ensino Industrial (1942) criou o Serviço de Orientação Educacional, visando a correção e encaminhamento dos alunos-problemas e a elevação das qualidades morais.

De acordo com a Lei 4.073/42, art. 50, Inciso XII, instituir-se-á, em cada escola industrial ou escola técnica, a Orientação Educacional mediante a aplicação de processos adequados, pelos quais se obtenham a conveniente adaptação profissional e social e se habilitem os alunos para a solução dos próprios problemas.

A Lei 5.692/71, em seu art. 10, declara que será instituída obrigatoriamente a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento vocacional em cooperação com os professores, a família e a comunidade. Com isso, pretendia-se preparar trabalhadores para atender os interesses e as necessidades empresariais, justificando o desenvolvimento econômico.

Pelo Decreto-Lei 72.846/73, art. 1.º, constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando. Portanto, o orientador educacional deveria prestar assistência ao aluno a partir do planejamento estabelecido no Decreto, em consonância com os interesses do Estado, sendo que o indivíduo teria que se conformar com sua situação perante a sociedade dominante, a qual destinava o ensino profissionalizante aos menos

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