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Biografia De Galileu Galilei

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Por:   •  7/10/2013  •  3.680 Palavras (15 Páginas)  •  633 Visualizações

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Galileu Galilei

Nascimento e formação

Filho mais velho de Vincenzio Galilei e de Giulia Ammannati di Pescia, nasceu em Pisa no dia 15 de Fevereiro de 1564. Os seus antepassados pertenciam à alta sociedade de Pisa e, embora a família tivesse decaído economicamente, mantinha quase intacto o seu prestígio graças às boas tradições familiares que conservara, e às boas relações de amizade com os membros da alta aristocracia.

Em 1581 Galileu iniciou os seus estudos de Medicina na Universidade de Pisa, possivelmente a conselho de seu pai, desejoso que o seu filho renovasse o prestígio de um dos seus antepassados, chamado também Galileu Galilei, e que tinha sido um médico de fama. A orientação escolástico-galênica do ensino médico de Pisa, não satisfaz as esperanças do jovem Galileu que abandona os estudos médicos e transfere-se para Florença onde, sob a orientação de Ostílio Ricci, discípulo por sua vez de Nicolo Tartaglia, professor de matemática na Escola de Belas Artes, começa a descobrir o sentido das suas inclinações. O mestre Ostílio Ricci é o impulsionador de um vasto campo de estudos científicos que em muitos domínios são do interesse permanente do discípulo. Além disso, Ostílio Ricci oferece a Galileu as obras de Arquimedes. É durante esta época que Galileu realiza os seus trabalhos sobre o isocronismo das oscilações pendulares.

Galileu tinha um temperamento alegre, otimista, sociável, com todas as paixões do diletante e do sibarita; com o mesmo empenho, participava num argumento literário, num difícil caso legal, numa cena elegante ou na descoberta de um novo efeito natural. Era direto e audaz na apresentação dos problemas intelectuais; no trabalho e no lazer, mostrou-se sempre como homem apaixonado, que ía até aos limites das suas possibilidades. Era dotado de uma grande imaginação, viva e desperta; tinha um espírito de rebeldia, de inconformismo, de contradição, que lhe granjeou a animosidade e até o ódio dos seus professores na Universidade de Pisa.

Sentia-se atraído por tudo: os movimentos da lâmpada do templo; o canto dos insetos; os versos elegantes. Vivia nele um espírito aberto, filho das tradições intelectuais da Grécia e de Roma. Galileu era um cientista-filósofo - assim gostava de se chamar -, um pensador, um escritor. Era tal o seu talento que estas características intelectuais da sua mente não conseguem completar a descrição da sua personalidade profundamente humana.

Galileu era generoso. Quando, em 1591, sua irmã Virgínia contrai matrimônio, Galileu dá-lhe muitos presentes e chega até a comprometer-se, mediante contrato, a dar-lhe um dote. E isto, quando o seu cargo de professor em Pisa não lhe permitia sequer manter-se, vendo-se obrigado a dar aulas particulares. Recebia 180 florins anuais, por ensinar Geometria, Astronomia, Engenharia Militar, enquanto que um professor de Filosofia ganhava 200 florins. Mais tarde, voltou a fazer o mesmo contrato com a sua irmã Lídia, aumentando assim consideravelmente as suas dívidas.

Nas suas obras, Galileu é sempre um escritor; um escritor sem par em toda a literatura científica. É um gramático de engenho agudo e de bom gosto. Adora a simplicidade, a clareza, a propriedade e a ordem. No campo científico, estas idéias deveriam aproximá-lo do estilo de Euclides. Contudo, o estilo de Galileu é a antítese do euclidiano. Abandona todo o tipo de geometrismo; e fá-lo conscientemente, não por instinto. Fala das coisas necessárias e das que o não são para o seu trabalho científico. Galileu não seria escritor, se não sentisse a irresistível necessidade de se exprimir, de ceder perante o gênio da sua inspiração. É uma necessidade puramente estética. Os seus escritos são o diário espiritual de um homem que contempla tudo com uma admiração infinita e quer comunicar o seu entusiasmo, o seu veemente entusiasmo.

Sempre teve, em justa correspondência, o apoio dos artistas, dos poetas e escritores, ao mesmo tempo que lhe faltou o dos professores, cujas idéias arcaicas não conseguiu mudar. Os escritores celebraram o telescópio nas suas obras; os pintores representaram-no na cúpula de Santa Maria Maior de Roma; de Inglaterra, chegaram-lhe notícias de que o telescópio teria invadido a Filosofia. O clima intelectual daquela época foi, em grande parte, a causa das lutas que Galileu teve que travar. Correspondia a um ambiente de esterilidade nas Universidades e a uma grande resistência, por parte dos homens cultos, na aceitação de novas idéias. Galileu, de talento muito superior ao dos seus contemporâneos, fez descobertas astronômicas de grande importância (...). A reação dos seus colegas irritou-o profundamente. Alguns doutores negaram-se terminantemente a fazer observações pelo seu telescópio; outros fizeram-nas, mas disseram que não tinham visto nada.

Atividade científica

Pelos seus progressos científicos, é nomeado em 1592 professor da cátedra de Matemática da Universidade de Pádua, considerada então como a melhor da Europa. Durante 18 anos rege esta cátedra, até 1610, altura em que publica em latim uma obra que abala as convicções científicas e culturais do seu tempo: o Sidereus Nuntius (o mensageiro celeste). O livro contém revelações que são espetaculares para a sua época. Trata-se de uma descrição do céu tal como se observa através da luneta que ele próprio construiu: a Lua, aumentada muitas vezes, mostra o segredo das suas montanhas; milhares de novas estrelas, que antes não se viam, aparecem agora no céu; a Via Láctea deixa de ser uma nuvem cósmica e aparece como uma imensurável aglomeração de astros...

A vida de Galileu, a partir deste momento em que a celebridade é afirmada pela novidade suas idéias científicas e pelo alcance extraordinário das mesmas, decorre entre atividades muito diferentes. Para uma exposição adequada do significado geral da sua vida e da sua obra nos anos que se seguem à publicação do Sidereus Nuntius, é imprescindível assinalar os rasgos mais vincados da sua personalidade. Os grandes criadores das orientações científicas do Renascimento estão presentes de modos diversos no contexto histórico-cultural em que viveram. Esta multiplicidade de ambições e de propósitos pode, no fundo, reduzir-se a três formas diferentes de atitude pessoal, exemplificadas por Kepler, por Bruno e pelo próprio Galileu. Iohannes Kepler é a personificação de uma atitude perfeitamente definida: as conclusões e as descobertas da Nova Ciência hão de ser tema de diálogo e de discussão entre as pessoas devidamente informadas. Kepler classifica como inoportuno o comportamento dos homens

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