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Caminhos Da Copa

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Por:   •  14/5/2014  •  631 Palavras (3 Páginas)  •  229 Visualizações

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O documentário “A caminho da Copa”, com direção de Florence Rodrigues e Carolina Café, traz um realismo que rivaliza com a artificialidade de boa parte das discussões sobre os megaeventos no país. Realizado pelo Instituto Polis, o vídeo mostra a violência das remoções no Rio de Janeiro e em São Paulo, em função das competições esportivas internacionais. As maiores capitais do país se apequenam quando nelas se veem os três níveis de governo tentando justificar o injustificável.

As cenas em que o relator da Lei Geral da Copa, deputado Vicente Candido (PT-SP), diz que que não há violações de direitos humanos e urbanísticos é contundente justamente por fazer uma oposição com as imagens expostas e com a vida real. “Não vi nenhum caso concreto”, responde ele no filme.

Há muitos casos concretos. O jornalista Juka Kfouri dá uma entrevista às diretoras sobre as ações do poder público na qual diz algo mais condizente com o dia a dia das comunidades que já foram ou estão sendo removidas. “Lembram práticas nazistas”. O que Vicente Candido não viu, por exemplo, foi uma senhora que não quis sair da própria casa no ato da remoção e, atônita, assistiu à sua residência começar a virar pó com ela dentro. Na Vila Toboinhas, também na Zona Oeste do Rio, a população protestou e, numa reação desproporcional da polícia, foi alvo de bombas de efeito moral. O cinegrafista Patrick Granja registrou então um depoimento de um morador : “Por que a Dilma não vem aqui para ver isso. Um monte de polícia jogando bomba, dando tiro no meio de um montão de criança. Que país é esse, tá maculo?”

A falta de lógica, de fato, impera. A diretora Florence Rodrigues, por exemplo, não entendeu por que foi removida a Vila Harmonia na Zona Oeste sob a justificativa da TransOeste, já que a comunidade ficava ao lado da via e não no caminho dela.

- Por esse raciocínio, tinham que retirar alguns prédios que estão na mesma situação. O pior de tudo é que o estado, que deveria dar bons exemplos, é que está fazendo essas coisas.

Embora esse atropelamento já fosse injustificável por questões humanas, ele também está sendo feito à revelia da lei. A advogada Karina Uzzo, do Instituto Polis, diz que o Rio da Copa e das Olimpíadas , São Paulo e as demais capitais que receberão a Copa ferem não só o Estatuto da Cidade como o Direito Urbanístico como um todo.

- Há comunidades que foram removidas ou estão sofrendo ameaças de remoção cuja população tem documentos como a concessão de direito real do uso, que é um acordo entre as famílias e o poder público, com prazos , direitos e obrigações. Na Vila Autódromo, no Rio, as famílias têm esses documentos e, mesmo assim, sofrem com as ameaças vindas do próprio poder público – explicou a advogada, ressaltando que o direito real de uso é uma lei federal.

Karina faz uma análise ainda mais abrangente quando diz que as remoções ilegais feitas pelos governos são uma aberração não só por isso, como também por refletir a falta de planejamento urbano.

- A loucura é que as cidades estão sendo modificadas não pelos grandes eventos, mas pelos interesses imobiliários.

Nesse contexto, a advogada não vê qualquer ação governamental que dê um freio no aumento do preço da terra.

- Isso

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