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Por:   •  1/12/2013  •  2.035 Palavras (9 Páginas)  •  634 Visualizações

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1. A INTERDISCIPLINARIDADE

A interdisciplinaridade é a integração de dois ou mais componentes curriculares na construção do conhecimento.

Interdisciplinaridade significa uma prática que rompe com barreiras disciplinares, onde cada disciplina possa apontar suas contribuições sobre um determinado assunto que seja trabalhado em todas as disciplinas, aponto de possibilitar uma visão globalmente sobre o que estiver sendo trabalhado e estudado, possibilitando uma aprendizagem significativa e abrangente.

A interdisciplinaridade Surgiu na França e na Itália em meados da década de 60, num período marcado pelos movimentos estudantis. No final da década de 60, a interdisciplinaridade chegou ao Brasil e logo exerceu influências na elaboração da LDB 9.394/96 e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

Segundo os PCN,

A interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários (BRASIL, 2002, p. 88-89, grifo do autor).

Os atuais marcos legais para oferta do ensino médio, consubstanciados na lei de diretrizes e bases da educação nacional (nº 9394/96), representam um divisor na construção da identidade da terceira etapa da educação básica brasileira, desde então sua presença no cenário educacional brasileiro tem se intensificado.

Alem de sua forte influencia na legislação e nas propostas curriculares, a interdisciplinaridade ganhou força nas escolas, principalmente no discurso e na prática de professores dos diversos níveis de ensino.

Não há duvidas de que o professor, desde a educação infantil ate a universitária, constitui um dos pilares na formação e no desenvolvimento de pessoas aptas a entender o mundo e dele participar como sujeitos competentes.

A influencia do professor ultrapassa os limites da formação acadêmica, esta presente na relação professor-aluno, no modo como trata os alunos, na maneira de projetar neles uma visão positiva de seu potencial, na profunda confiança, na capacidade daqueles seres a sua frente, no modo como age para não ridicularizá-los, no modo como age para não humilha-los, no modo como, enfim, age para levar em conta sua dignidade como ser humano.

Temos a convicção de que um bom professor deixa marcas profundas e positivas em seus alunos, sendo um modelo de profissional e de pessoa a ser venerado e, se possível imitado.

Fazenda (1994) fortalece essa ideia quando fala das atitudes de um “professor interdisciplinar”:

Entendemos por atitude interdisciplinar, uma atitude diante de alternativas para conhecer mais e melhor; atitude de espera ante os atos consumados, atitude de reciprocidade que impele à troca, que impele ao diálogo – ao Jairo Gonçalves Carlos Interdisciplinaridade no Ensino Médio: desafios e potencialidades diálogo com pares idênticos, com pares anônimos ou consigo mesmo – atitude de humildade diante da limitação do próprio saber, atitude de perplexidade ante a possibilidade de desvendar novos saberes, atitude de desafio – desafio perante o novo, desafio em redimensionar o velho – atitude de envolvimento e comprometimento com os projetos e com as pessoas neles envolvidas, atitude, pois, de compromisso em construir sempre da melhor forma possível, atitude de responsabilidade, mas, sobretudo, de alegria, de revelação, de encontro, de vida (FAZENDA, 1994, p. 82).

E mais, Fazenda (1994) chega a determinar o que seria uma sala de aula interdisciplinar:

Numa sala de aula interdisciplinar, a autoridade é conquistada, enquanto na outra é simplesmente outorgada. Numa sala de aula interdisciplinar a obrigação é alternada pela satisfação; a arrogância, pela humildade; a solidão, pela cooperação; a especialização, pela generalidade; o grupo homogêneo, pelo heterogêneo; a reprodução, pela produção do conhecimento. [...] Numa sala de aula interdisciplinar, todos se percebem e gradativamente se tornam parceiros e, nela, a interdisciplinaridade pode ser aprendida e pode ser ensinada, o que pressupõe um ato de perceber-se interdisciplinar. [...] Outra característica observada é que o projeto interdisciplinar surge às vezes de um que já possui desenvolvida a atitude interdisciplinar e se contamina para os outros e para o grupo. [...] Para a realização de um projeto interdisciplinar existe a necessidade de um projeto inicial que seja suficientemente claro, coerente e detalhado, a fim de que as pessoas nele envolvidas sintam o desejo de fazer parte dele (FAZENDA,1994, p. 86-87).

Nas citações acima, para Fazenda, a interdisciplinaridade possui uma dimensão humana, no sentido de impregnar e influenciar os comportamentos, ações e projetos pedagógicos. Ela compreende a busca constante de novos caminhos, outras realidades, novos desafios, a ousadia da busca e do construir.

É ir alem de mera observação, pois este termo ainda é alvo de muitas discussões entre estudiosos da área que veem inúmeras possibilidades para a realização da mesma em vários ambientes, sejam escolares, empresariais etc, mesmo que as realidades do cotidiano teimem em nos colocar perplexos e inseguros diante do desconhecimento ou estimulando a indiferença para evitar maiores compromissos. Quando falamos em interdisciplinaridade estamos nos referindo a uma espécie de interação entre as disciplinas ou áreas do saber. Todavia, essa interação pode acontecer em níveis de complexidade diferentes. E é justamente para distinguir tais níveis que foram criados termos como: Multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade, transdisciplinaridade. Esta classificação é a mais comum e foi proposta originalmente por Eric Jantsch e sofreu algumas adaptações de Hilton Japiassú (1976), um dos pioneiros da interdisciplinaridade no Brasil.

Estes termos propostos, que perpassam, portanto, todas as disciplinas, devem ser vistos como “um pano de fundo” ou como “um cenário” sobre qual a educação deve fundamentar seus objetivos. Tendo em vista a escola estar organizada de forma fragmentada, ou seja, por disciplinas, cabe salientar que há uma longa caminhada a ser percorrida para que possamos alcançar práticas educativas interdisciplinares.

E nossa atitude, como educador e como cidadão, portanto, deverá ser a de uma reflexão profunda para que ocorra

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