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Como Surgiu Serviço Social

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Por:   •  19/5/2014  •  1.740 Palavras (7 Páginas)  •  294 Visualizações

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SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL E O CONTEXTO HISTÓRICO

Em meados da década de trinta surge o Serviço Social profissional, nesse período registrava-se uma intensificação do processo de industrialização e a economia ganhava um impulso significativo. Essas mudanças no contexto sócio-político e econômico brasileiro tiveram início com a Revolução de 30, considerada um marco na história contemporânea do Brasil, pois marcou a divisão de dois períodos da nossa história: vigência do sistema agrário-comercial, ligado ao capitalismo internacional e a do sistema urbano-industrial, direcionado para o mercado interno. As condições de trabalho precárias e o estado de tensão era permanente por falta de uma legislação trabalhista.Em relação ao contexto histórico, Vasconcelos nos traz que:“...O contexto histórico e político brasileiro de desenvolvimento dos serviços sociais como iniciativa de Estado e da emergência das primeiras escolas de Serviço Social, na década de 30, foi fortemente marcado pelas abordagens e pela ação política do movimento de higiene mental, em relação ao qual o Serviço Social católico se aliou, numa relação de complementaridade e de demarcação de áreas de competência.” (VASCONCELOS, 2002, p.129)O Estado, que até então atuava apenas como um simples regulador do livre jogo das forças econômicas, passa, a partir da Revolução de 1930, através do governo populista, que assume o poder após a Revolução, a reconhecer os problemas sociais vividos no país e a enfrentar essas questões através de criações de políticas sociais, que no Brasil, junto com o surgimento do Serviço Social assumiram características peculiares, que vão marcar seu desenvolvimento e que ajudam a compreender suas limitações atuais.A Igreja Católica, a partir da Revolução de 30, encontrou um novo espaço para a sua intervenção, obteve vantagens nesta etapa que resultaram numa complexa interação com o governo de Vargas.Os resultados para a Igreja foram notáveis, alcançando conquistas significativas. O CEAS (Centro de Estudos e Ação Social) foi considerado como o vestíbulo da profissionalização do Serviço Social no Brasil, onde o trabalho de organização e preparação dos leigos se apoiou na base social feminina, com origem burguesa assistidas por Assistentes Sociais belgas, que disponibilizaram sua experiência para possibilitar a fundação da primeira escola católica de Serviço Social:“A formação das escolas, resultaram da reativação do movimento católico para renovar e reinserir a presença da Igreja nos novos blocos de poder, mediante a preparação da sua diferenciada militância a fim de responder adequadamente a uma estratégia de ação doutrinária exercendo um trabalho social de evidentes efeitos políticos.” (CASTRO, 1996)A origem da profissão no Brasil está ligada à ação social da Igreja e à sua estratégia de adequação às mudanças econômicas e políticas que alteravam a face do país neste período. Consideramos que os reflexos dessa origem são perceptíveis ainda nos dias atuais, nas metodologias aplicadas por alguns profissionais na sua prática diária do fazer Serviço Social.

2. A QUESTÃO SOCIAL E O SERVIÇO SOCIAL

Inicialmente o Serviço Social creditava aos homens a “culpa” pelas situações que vivenciavam, e acreditando que uma prática doutrinária, fundamentada nos princípios cristãos, era a chave para a “recuperação da sociedade” (FALLEIROS, 1997)

Posteriormente, o Serviço Social ultrapassa a idéia do homem como objeto profissional. Passa-se à compreensão de que a situação deste homem – analfabeto, pobre, desempregado, etc. – é fruto, não só de uma incapacidade individual, mas também, de um conjunto de situações que merecem a intervenção profissional.

Para IAMAMOTO(2003), o objeto do Serviço Social, no Brasil, tem, historicamente, sido delimitado em virtude das conjunturas políticas e sócio-econômicas do país, sempre se tendo em vista as perspectivas teóricas e ideológicas orientadoras da intervenção profissional.

Para a Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social, o Assistente Social convive cotidianamente com as mais amplas expressões da questão social, matéria prima de seu trabalho. Confronta-se com as manifestações mais dramáticas dos processos da questão social no nível dos indivíduos sociais, seja em sua vida individual ou coletiva (ABESS/CEDEPSS, 1996, p. 154-5).Acreditamos que a proposta de Faleiros torne mais clara a nossa interpretação acerca da questão social. Pois qualificar a questão social significa apreender o que compete ao Serviço Social no âmbito da questão social. Se falarmos, por exemplo, nas expressões sociais da questão social, estaremos, minimamente, definindo um espaço de atuação profissional.Segundo IAMAMOTO(2003), as expressões sociais necessitam de uma reflexão contemporânea sobre o trabalho profissional, reflexão esta que permita identificar as expressões particulares da questão social, assim como os processos sociais que as reproduzem. Ao fazermos reflexões sobre as literaturas aqui apresentadas, conseguimos entender o significado da questão social e suas expressões e compreendemos a forma como se deu, historicamente, o processo de institucionalização do Serviço Social no Brasil que, aqui, está profundamente arraigado na questão social.

. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL

A questão social foi enfrentada inicialmente pela sociedade brasileira através da Igreja Católica e dos setores mais abastados da burguesia, repassando ideologicamente para os leigos, principalmente para a parcela feminina, a ideologia dos serviços assistenciais, como missão, tendo estes um cariz de benevolência social. Com o agravamento da questão social, a classe trabalhadora insatisfeita com os serviços prestados pela Igreja, reivindicava, através de movimentos sociais, políticas que respondessem aos problemas de forma mais ampla, sendo, portanto, necessária à intervenção estatal no intuito de conter tais movimentos. A partir da década de 30, o Estado, enquanto representante dos interesses da classe burguesa, interferiu na questão social através de seus aparelhos coercitivos, a questão social como caso de polícia. A burguesia e o Estado ao perceberem que tais mecanismos eram insuficientes, passaram a enfrentá-la pela ideologia, através da criação e fundamentação de leis, serviços e políticas sociais. O Estado necessitava de profissionais tecnicamente qualificados para a execução e organização dos Serviços Sociais, capazes de organizar, coordenar e distribuir esses serviços à população. A atuação desses profissionais

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