TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Cooperação para a Folha

Resenha: Cooperação para a Folha. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  7/8/2014  •  Resenha  •  843 Palavras (4 Páginas)  •  167 Visualizações

Página 1 de 4

O prazer é todo seu

Ana Maria Peres

colaboração para a Folha

A canção diz que só é preciso um banquinho e um violão. Para a paulista Ângela Hirata, que passou metade do ano em visita a seis países da Europa e quatro da Ásia, além de Argentina, México e Estados Unidos, a fórmula da felicidade é uma passagem aérea em uma mão e um futuro negócio na outra. Com exceção de dois cruzeiros que ela realizou no período -um de Lisboa a Roma e outro de Barcelona a Londres-, o restante das viagens foi a trabalho. Aos 61 anos, ela é consultora de comércio exterior da São Paulo Alpargatas, empresa que fabrica as Havaianas, sandálias que devem o glamour recém-conquistado ao trabalho de Ângela.

Quando aceitou o convite da direção da empresa para internacionalizar as Alpargatas, em 2001, Ângela optou pelos famosos chinelos de borracha. "Você está louca? É considerado produto de pobre", respondeu o então presidente da companhia, Fernando Tigre, rindo. "As Havaianas são a cara do Brasil, alegres e coloridas", retrucou ela.

"Achei uma loucura a idéia que ela teve de vender as Havaianas em lugares tão sofisticados como a Galerie Lafayette, em Paris, na qual o par de sandálias mais barato custa 23 euros, ou a Celux, em Tóquio. Na Celux, os clientes pagam US$ 2.500 só para ter o direito de freqüentar o lugar. Não acreditei quando vendemos todas as Havaianas que exportamos para lá, algumas por US$ 250", recorda Tigre, 60, que foi diretor-presidente da Alpargatas de 1997 a 2003.

"Para minha surpresa, a toda hora Ângela acrescentava um país na lista dos que vendiam as sandálias. Depois que fomos para fora do país, os brasileiros passaram a ir ao shopping usando Havaianas", completa Tigre, hoje presidente da Kaiser. No ano passado, 10 milhões de sandálias "pobres" foram exportadas para 76 países. Hoje, um exemplar com um cristal Swarovski chega a custar, em Paris, o equivalente a R$ 80.

Ângela acompanha com zelo de mãe as sandálias que pôs no mundo. Sua rotina inclui pernoites em aviões, encontros com embaixadores, políticos, estilistas e empresários do setor e até um bate-papo com o pessoal do Oscar: em 2003, ela convenceu a direção do prêmio a dar a cada indicado um par de Havaianas especialmente desenhado para o evento.

Quando Ângela propôs que as Havaianas fossem exportadas, o dono da empresa achou uma loucura, "é considerado produto de pobre", disse. O resultado é que, só no ano passado, 10 milhões de sandálias foram vendidas para 76 países

A habilidade para conviver com tantas pessoas veio de casa. Filha de uma ceramista e de um professor de haicai (tipo de poema japonês), ela nasceu em Rosália, interior de São Paulo, onde foi alfabetizada em japonês pela avó e aprendeu a negociar com o avô, comerciante e fazendeiro. "Sempre fui boa mediadora de conflitos, inclusive na escola", afirma, com a experiência de quem teve de dividir a atenção dos pais com mais 12 irmãos. Quem vê a determinação com a qual defende suas opiniões não imagina que a carreira de Ângela nasceu por causa de uma frustração e de uma escolha equivocada. Adolescente, tentara ser pianista para tocar Sergei Rachmaninoff, compositor russo do começo

...

Baixar como (para membros premium)  txt (5.2 Kb)  
Continuar por mais 3 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com