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DESENVOLVIMENTO ENDÓGENO COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL. O CASO DA CADEIA DA AMÊNDOA DE CASTANHA DO CAJU - A.C.C. NO ESTADO DO CEARÁ

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Por:   •  29/10/2013  •  7.217 Palavras (29 Páginas)  •  1.062 Visualizações

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DESENVOLVIMENTO ENDÓGENO COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL. O CASO DA CADEIA DA AMÊNDOA DE CASTANHA DO CAJU – A.C.C. NO ESTADO DO CEARÁ

Marta Maria de Mendonça Bastos,

Pós-D. Sc. em Economia do Desenvolvimento e Logística

DET/ GESLOG/NUPELTD/UFC, marta@ ufc.br

Larisse de Oliveira Costa

D. Sc. Em Gestão Logística.

CRET-LOG, Université de La editerranée

RESUMO

Este artigo apresenta o desenvolvimento endógeno, como estratégia de desenvolvimento regional. Parte-se da análise do problema da concentração de renda no Brasil e particularmente em sua região Nordeste e no estado do Ceará e do conceito de desenvolvimento humano, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas – ONU, no início da década de noventa. Em seguida analisam-se as exigências requeridas para a geração de um processo de desenvolvimento endógeno e apresentam-se estratégias de desenvolvimento regional endógeno, desenvolvidas para Israel, Moçambique e União Européia. Segue-se análise da cadeia de produção da amêndoa de castanha de caju – ACC, no estado do Ceará, na qual se examinam os elos internos, as relações entre eles e deles com a base de apoio institucional, externa, constituída por instituições de fomento, financiamento e desenvolvimento. Considerando o fato desta cadeia ser estruturada com base em recursos de produção eminentemente endógenos, ela pode servir como justificativa para a organização de outras cadeias de produção em quaisquer regiões onde se tenha como foco o desenvolvimento regional endógeno, isto é, aquele realizado com base em recursos de produção próprios da região. Finalmente, se apresentam as conclusões e recomendações visando minimizar os obstáculos que dificultam o bom desempenho desta cadeia como fator de desenvolvimento regional endógeno no estado do Ceará.

Palavras-chave: concentração de renda, desenvolvimento humano, desenvolvimento regional endógeno, cadeias de produção, estratégias de desenvolvimento regional endógeno.

1. Introdução

De país de terceiro mundo, o Brasil passou a ser chamado de país em desenvolvimento. País de economia emergente, nele pode-se constatar a diminuição das taxa de mortalidade, de analfabetismo e de desemprego aberto. Entretanto, o Brasil permanece um país onde predominam profundas desigualdades e onde a concentração de renda continua sendo uma das piores do mundo.

A tabela 1, apresentada a seguir, mostra o aumento da concentração de renda no país, e contribui para levantar profundos questionamentos sobre os modelos, as políticas e as estratégias de desenvolvimento, até o presente adotadas no Brasil, em suas distintas regiões e estados, inclusive na região Nordeste e no estado do ceará.

ANO 1960 1970 1980 1990 2001 2004

% da % por % acu- % por % acu- % por % acu- % por % acu- % por % acu- % por % acu-

PEA classe mulado classe mulado classe mulado classe mulado classe mulado classe mulado

10 (mais 1,9 1,9 1,2 1,2 1 1 0,8 0,8 0,7 0,7 0,8 0,8

Pobres)

10 2,0 3,9 2,2 3,4 2,1 3,0 1,8 2,6 1,6 2,3 1,7 2,5

10 3,0 6,9 2,9 6,3 2,9 5,6 2,2 4,8 2,4 4,7 2,6 5,0

10 4,4 11,3 3,7 10,0 3,7 8,8 3,0 7,8 3,4 8,1 3,5 8,5

10 6,1 17,4 4,9 14,9 4,3 12,7 4,1 11,9 4,4 12,5 4,5 13,1

10 7,5 24,9 6,0 20,9 5,5 17,8 5,5 17,4 5,8 18,3 5,9 19,0

10 9,0 33,9 7,3 28,2 7,4 24,5 7,3 24,7 7,5 25,9 7,7 26,7

10 11,3 45,2 9,9 38,1 9,9 33,9 10,3 35,0 10,4 36,3 10,5 37,2

10 15,2 60,4 15,2 53,3 15,5 49,0 16,3 51,3 16,2 52,5 16,2 53,4

10 (mais 39,6 100 46,7 100 47,7 100 48,7 100 47,5 100 46,6 100

Ricos)

Fontes: IBGE: Estatísticas Históricas do Brasil, 1988; Anuário Estatístico do Brasil, 2004; e PNAD, 2004.

Tabela 1: Brasil: Distribuição de Renda pela População Economicamente Ativa (PEA): Evolução entre 1960 e 2004.

A desigualdade e a concentração de renda transformam o Brasil em vários “Brasis”, e os estados brasileiros em mais ou menos desenvolvidos, do ponto de vista humano. Esta situação é mais grave no Nordeste e particularmente no estado do Ceará. A tabela 2, apresentada a seguir, mostra a classificação extremamente desfavorável, ocupada em 2005 pelo estado – 23ª dentre os 27 estados da federação - e compara-a com a de alguns outros estados brasileiros no que diz respeito ao desenvolvimento humano, como aferido pela Organização das Nações Unidas – ONU.

Estados da IDH: IDH: Posição PIB Per Esperança de Escolaridade

Federação Valor Relativa Capita vida ao nascer

Ceará 0.506 23° 23° 22° 24°

Piauí 0.502 24° 26° 18° 23°

Rio G. do Sul 0.871 1° 4° 2°

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