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Datação Relativa

Por:   •  9/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.903 Palavras (16 Páginas)  •  151 Visualizações

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UNB – Universidade de Brasília

Curso: Ciências Naturais

Disciplina: Ensino de Geociências

Professora: Anete Oliveira

PLANO DE ENSINO

NOME: Edeltrudes dos S. C. de Oliveira                 MATRÍCULA: 150008805

1. TEMA: Datação Relativa        

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Hoje em dia, se aceita com naturalidade por grande parte da população que o nosso planeta tem cerca de 4,5 bilhões de anos. A história da Terra é dividida em períodos com dezenas de milhões de anos cada um, e com isso podemos estender ao passado cada vez mais, a origem da vida e do homem. Porém, ainda se dá pouca atenção, ao significado histórico e cultural dessas informações. E na maioria das vezes menosprezamos que boa parte da humanidade desconheça ou refute essas ideias. (HOLMES 1923).

 Somos capazes de medir o tempo nas nossas atividades diárias, respeitando uma escala padronizada em dias, horas, minutos e segundos. Neste exemplo temos uma escala absoluta de tempo, onde todos os acontecimentos podem ser datados com precisão. Mas, quando afirmamos, por exemplo, que a maior parte das bacias petrolíferas brasileiras hoje conhecidas formou-se depois da separação dos continentes, não estamos dizendo quando, mas apenas em que ordem um fenômeno veio depois do outro, o que nos permite ter uma noção relativa do momento em que aconteceu. (HOLMES 1923).

HOLMES (1923) destaca que ao se estudar os fenômenos do passado, a intuição e as analogias são essenciais. Porém, para que possamos compreender como se determina a idade do nosso Planeta precisamos de alguns vestígios que a sua história nos traz, e que estão registrados nas rochas. Esses vestígios são estudados por meio de métodos geológicos de estudo do tempo, como os métodos estratigráficos e paleontológicos.

Uma das atividades frequentes do geólogo é separar os tipos de rochas de uma dada região, em ígneas, metamórficas ou sedimentares. Tais rochas devem ser reconhecidas pelos seus atributos particulares e também pela sua espessura e extensão para serem representadas em um mapa geológico. Ao serem mapeadas as unidades são denominadas formações, e distinguem-se entre si por meio da composição, cor, textura, idade relativa e outras propriedades. Este estudo só é possível mediante a aplicação de alguns princípios da estratigrafia, ciência que estuda os estratos sedimentares, incluindo: minerais; fósseis presentes; ordenação cronológica; distribuição geográfica e, ambientes de sedimentação. (POPP 1987).

Segundo POPP (1987), os princípios permitem ordenar as rochas estratificadas no tempo, aferindo então, uma datação relativa. Três desses princípios foram estabelecidos por Nicolas Steno. Foram eles: o princípio da horizontalidade original, a lei da superposição e o princípio da continuidade lateral original. Existe ainda mais um princípio, mas esse foi definido por James Hutton, em 1795 e trata-se do princípio das relações de intersecção.

Formulemos então o enunciado original de cada um, analisando separadamente a importância implícita nos conceitos:

Em qualquer sucessão de estratos de rochas (que não tenha sofrido deformação), cada camada é mais jovem que aquelas abaixo dela e mais antiga do que aquelas situadas acima. Estamos falando da lei da Superposição. A lei foi reconhecida pelo pioneiro Nicolas Steno e aplica-se a camadas de origem sedimentar e até mesmo a derrames de lava e camadas de cinza provenientes de erupções vulcânicas. Embora seja simples, este conceito é de todos, o mais importante, pois a história geológica de uma região qualquer é interpretada de acordo com a ordem de deposição das sucessões ou sequências sedimentares. Muitas vezes, porém, não é simples determinar qual a posição de topo de uma camada, ou seja, não se sabe se ela está em posição normal ou invertida. Neste caso, recorre-se ao estudo das estruturas sedimentares, ou seja, feições que possam esclarecer a posição do estrato durante a deposição (CARNEIRO, C.D. R, MIZUSAKI, A.M.P., ALMEIDA, F.F.M. 2000).

Quando falamos que a acumulação de sedimentos, ocorre na maioria das vezes em uma disposição planar ou muito próxima da horizontalidade, estamos nos referindo ao princípio da horizontalidade. Este princípio constitui a base de qualquer interpretação regional em ambientes de rochas estratificadas. Mesmo que algumas estruturas encontradas em camadas sedimentares sejam desde o início dispostas em camadas inclinadas, como as marcas de onda em areias de praia, algumas frentes de deposição de areia em dunas ou barras de rio, seus limites mais gerais são dados por superfícies que se mantiveram horizontais durante a sedimentação. No entanto, existem exceções, como inúmeras lâminas sedimentares, alguns depósitos inclinados em encostas montanhosas, camadas depositadas nos flancos de grandes dunas e certos depósitos marinhos, como em bordas de grandes recifes submarinos. Nesses casos, a inclinação original da camada não deve ser assumida como zero ou próxima de zero, mas interpretada com algum cuidado. (CARNEIRO, C.D. R, MIZUSAKI, A.M.P., ALMEIDA, F.F.M. 2000).

Já o princípio da continuidade lateral nos diz que sequências estratigráficas idênticas expostas em locais opostos de uma região, devem ser interpretadas como restos de camadas que já foram contínuas nessa área. Steno reconhecera que muitas formações atualmente interrompidas por vales ou cadeias de montanhas, eram contínuas, antes que as feições mais jovens se implantassem. Uma camada sedimentar forma-se, na época de sua deposição, como uma lâmina contínua que terminaria apenas ao se afinar até o desaparecimento, ou pela mudança gradual para uma camada de composição diferente ou ainda pelo encontro de uma parede ou barreira. (CARNEIRO, C.D. R, MIZUSAKI, A.M.P., ALMEIDA, F.F.M. 2000).

Por fim, temos o princípio da intersecção e da inclusão. O da intersecção define que qualquer rocha que foi cortada por um corpo intrusivo ígneo ou por uma falha é mais antiga que o corpo ígneo ou falha. Enquanto a da inclusão refere que os fragmentos de rocha incorporados num dado estrato são mais antigos do que ele. As relações de intersecção e inclusão, de certo modo, fazem parte do senso comum. Em diferentes situações reconhece-se a ideia de cronologia; em outras, ela permanece implícita, mas não necessariamente as pessoas percebem com clareza o(s) mecanismo(s) envolvido(s) no fenômeno considerado (CARNEIRO, C.D. R, MIZUSAKI, A.M.P., ALMEIDA, F.F.M. 2000).

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