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Didática Tps Do 2 Semestre Da Anhanguera

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Por:   •  7/9/2013  •  767 Palavras (4 Páginas)  •  426 Visualizações

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Desde alguns anos que a questão da Didática e do lugar dos saberes pedagógicos na formação e profissionalização docente tem-me chamado atenção e impulsionado alguns de meus estudos (GARCIA, 1994, 1995).

Em investigação que desenvolvi para minha Tese de Doutorado (Garcia, 2000) retomei, à luz dos estudos de Michel Foucault acerca da ética e dos modos de subjetivação do sujeito moderno, essa mesma questão. Tomando como objeto de análise os discursos pedagógicos críticos e seus enunciados acerca do trabalho docente crítico, problematizei as pedagogias críticas e suas propostas didáticas enquanto tecnologias humanas que envolvem os sujeitos pedagógicos (professores e alunos) em trabalho ético, no qual são levados a tomarem-se como objetos de análise de modo a fabricarem-se no interior de certos princípios e regras de conduta que pautam um jeito de ser e agir como sujeitos críticos, de princípios, conscientes e politicamente engajados. A discussão que aqui trago é uma derivação desse trabalho. Quero defender, a partir da demonstração de um caso em particular − o das pedagogias e didáticas críticas − que a Didática, assim como outros saberes da formação profissional dos docentes, é uma tecnologia fortemente implicada na produção de modos de ser e de fazer-se professor, professora. A Didática propõe uma ética e uma ascética para os docentes, interpela os aprendizes do trabalho docente com discursos e exercícios que conformam o que Michel Foucault denominou de as tecnologias de si, ou o cuidado de si, uma condição indispensável a quem se designa ou arvora ao cuidado e à educação dos outros.

A escolha dos discursos que fiz para o estudo, considerou a influência que as pedagogias freireanas e a pedagogia histórico-crítica tiveram em diferentes níveis de ensino no Brasil durante as décadas de 1980 e 1990, inclusive nos currículos de formação docente em nível superior. Coloquei em suspenso as diferenças e as descontinuidades entre esses discursos e seus respectivos defensores e surpreendi os enunciados que indicam continuidades e filiações entre eles. Do corpus discursivo que foi matéria de análise fazem parte escritos de autores percussores dessas pedagogias como Paulo Freire e Dermeval Saviani, mas também discursos de outros autores que, situados no interior de uma ou outra dessas pedagogias, proliferaram suas idéias para o campo da Didática e das práticas escolares, como por exemplo José Carlos Libâneo e Neidson Rodrigues. Dos escritos dessas pedagogias selecionei fragmentos que têm um caráter prescritivo, que indicam uma certa moralidade da ação docente e aconselham os docentes, indicando regras e procedimentos para o seu bem agir e portar-se. Considerei os efeitos produtivos desses discursos sobre o ser e o agir docentes. Não foi minha preocupação empreender uma análise exaustiva e de totalidade das pedagogias estudadas, ou mesmo buscar explicar esses discursos pelas conjunturas em que emergiram. Não que eu condene esse tipo de analítica. Pelo contrário. Mas no caso que aqui trago, ative-me aos ditos dos discursos, tentando identificar através de seus enunciados as formas de pessoalidade que instituem para os docentes bem como o funcionamento da didática crítica na produção de uma personalidade moral exemplar encarregada de guiar as consciências pelos caminhos do esclarecimento e da ação emancipada.

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