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Discussão teórica sobre o processo de globalização de modernização da sociedade brasileira e seus impactos nas áreas rural e urbana

Por:   •  13/1/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.590 Palavras (7 Páginas)  •  721 Visualizações

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Discussão teórica sobre o processo de globalização de modernização da sociedade brasileira e seus impactos nas áreas rural e urbana

A globalização provocou uma reestruturação produtiva da agropecuária brasileira, marcada pela territorialização do capital e pela oligopolização do espaço agrícola, culminado na organização de um novo modelo econômico, técnico e social de produção. Com a globalização da economia verificam-se profundas transformações no processo produtivo associado à agropecuária e reestruturam seus sistemas mediante introdução da ciência, da tecnologia e da informação. Após uma lenta acumulação de inovações anteriores, constitui-se uma nova e acabada “compreensão da agricultura” que gradualmente se tornou hegemônica em todo o mundo, não apenas no plano científico, mas nos diferentes sistemas agrícolas dos países que a ela aderiram. Ao que se pode chamar de “revolução verde”, materializou-se de fato sob um padrão tecnológico o qual, onde foi implantado de forma muito significativa, rompeu radicalmente com o passado por integrar famílias rurais as novas formas de racionalidade produtiva, mercantilizando gradualmente a vida social, e em lento processo histórico, quebrando a relativa autonomia setorial que em outros tempos a agricultura teria experimentado.

Com a difusão de tal padrão na agricultura, desde então chamado de “moderno”, o mundo rural passou a subordinar-se como mera peça dependente, a novos interesses, visando especialmente o consumo. Segundo Sociologia Rural e Urbana, a mudança ganhou força especialmente quando motores substituíram animais de tração. A terra, antes usada para produzir aveia e outros alimentos para animais, estava disponível para cultivar mais milho, soja, algodão e outras culturas em grande parte para a venda e remessa. A rotação tradicional de cereais-aveia- trevo, que protege a cobertura do solo e mantém o balanço de nitrogênio, começou a se desintegrar. A soja plantada moderadamente em 1920, principalmente como alimento, se tornou uma importante cultura de rendimento. O esgotamento de culturas e exposição do solo teve impulso na mudança para a agricultura mecanizada; uma pequena parte das melhores terras é utilizada para pastagem e feno; menos estrume animal e resíduos vegetais que são retornados aos campos. O meio rural deixou de ser sinônimo agrícola e passou a ser o local de atividades que eram tipicamente urbanas. Segundo Baptista (1994), o declínio de lugar da agricultura nas atividades e ocupações no espaço rural foi acompanhado pelo surgimento de funções não-agrícolas, tais como aspectos ambientais e de proteção à natureza, o lazer e o turismo, a caça, a pesca e acolhimento dos que aí pretendem viver temporária ou permanentemente. Segundo o autor, a procura por esses usos tende a aumentar, e a questão que se coloca é saber quem se encarregará da oferta desses novos serviços no interior das sociedades rurais. Com as novas funções do meio rural como lazer, moradia, turismo, preservação ambiental, sede de empresas industriais e de serviços, não há mais como falar em separação entre sociedade rural e urbana, de sua interdependência, nota-se uma defasagem entre os tradicionais instrumentos utilizados até o momento pelos poderes públicos para regular a agricultura e os novos problemas que surgem no meio rural.

De acordo com Planejamento e Políticas Públicas da Educação, toda sociedade por mais sofisticada e urbanizada que tenha se tornado, teve início como uma sociedade rural agrária. O ruralismo representa a gênese de todas as civilizações, e não é diferente no caso do Brasil. Nas últimas décadas, essas áreas têm sofrido muito pressões que resultam na diminuição contínua da população, com destaque para o desenvolvimento constante de tecnologias agrícolas. Grandes máquinas são utilizadas para executar um trabalho que substitui, por vezes, centenas de trabalhadores rurais. O emprego escasseia e a população termina por se deslocar para as cidades, em busca de melhores condições para trabalhar e viver. Com as mudanças no cenário político na última década, passando de um enfraquecimento na agenda nacional para um fortalecimento na agenda local/regional, os “arranjos institucionais” desse nível de governo estão lidando melhor com a heterogeneidade do uso da terra e do espaço rural de forma a dar melhores repostas de regulação para os diferentes níveis de desenvolvimento no meio rural (Marsden 1995). Nesse sentido, é necessário que os poderes públicos locais, em parceria com as diferentes organizações coletivas busquem e ofereçam soluções inovadoras aos problemas mais correntes da população rural, torne-se algo realmente positivo para a população rural, na geração de novas ocupações e melhoras nas condições de vida, e não beneficie somente os camponeses das classes urbanas mais abastadas. (Etxezarreta et alii, 1995; Saraceno, 1999).

A globalização trouxe para a humanidade um complexo de consequências, dentre as quais injustiças sociais, na justa medida em que passou a acompanhar a evolução do capitalismo, as mudanças do rural para o urbano. O agronegócio é um dos setores da economia que mais recruta pessoas para trabalhar em regime de escravidão. E entre as atividades rurais com maior número de trabalhadores resgatados, o desmatamento para expansão da fronteira agrícola, especialmente na Amazônia, está em primeiro lugar. Com o crescimento da cana de açúcar para a produção do etanol, muitos trabalhadores morreram nas lavouras de cana, onde com muitas horas de trabalhos, falta de higiene e lugares adequados para alimentação acarretaram muitas doenças e mortes.

A escravidão, cercada de preconceitos e crueldade, é algo que só vai se repetindo na história do mundo. Segundo o Pensamento Social Brasileiro, a colonização comercial portuguesa, fundada no monopólio da terra e na escravidão, deu origem a uma sociedade brasileira segmentada em estratos sociais distinguidos por preconceitos associados à origem, riqueza e cor da pele, o que formou a base da condição de subalternidade atribuída aos segmentos majoritários da formação social por gerações, apesar de ser esse contingente (povo) quem construiu o país. Com a abolição dos escravos, foi deixada uma herança perversa de homens e mulheres livres, sobras do sistema que os explorara e que agora estavam à própria sorte, discriminados na ordem social que se constituíra. Os escravos

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