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Discussão sobre a evolução da análise ecológica e métodos para avaliar suas variáveis

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Por:   •  27/4/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.928 Palavras (16 Páginas)  •  179 Visualizações

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Resumo

O texto discute a evolução da Análise Ambiental e as técnicas de avaliação das suas variáveis. Com isso, ele pretende contribuir não só à compreensão do tema mas, também, à disseminação do uso destas técnicas nas organizações. A análise do ambiente organizacional procura explicar os efeitos do ambiente futuro nas organizações. O entendimento das transformações ambientais é uma peça chave para a realização de um bom Plano Estratégico, pois esta terá maior possibilidade de antecipar as oportunidades e ameaças do ambiente em constante alteração.

1. Introdução

Quando comentamos sobre análise ambiental, muitas pessoas pensam no ambiente físico (clima, vegetação, grau de urbanização). Este ambiente inspirou por semelhança o processo da análise do ambiente organizacional, que é uma técnica administrativa que deu a origem ao que denominamos de Planejamento Estratégico (PE) (Fischmann,1991).

As técnicas administrativas normalmente evoluem derivando de uma anterior, e o PE é decorrente da técnica conhecida como Planejamento a Longo Prazo, que por sua vez é uma extrapolação do Orçamento para um período mais longo. O PE se diferenciou do Planejamento a Longo Prazo por incluir a análise do ambiente organizacional, ou seja, passou-se a entender que o futuro não é apenas uma continuidade do passado, mas está sujeito a influências diversas que podem alterá-lo.

Com o crescimento da importância do PE a análise do ambiente organizacional vem se tornando cada vez mais, a peça chave para se obter um PE de qualidade. Para exemplificar o crescimento da importância de PE, pode-se citar a sua exigência nos processos de certificação como a ISO 9.000 e para as novas concordatas, a partir da nova legislação que estará sendo efetivada em breve.

Infelizmente parece que ainda são poucas as organizações que tem uma análise ambiental estruturada. No curso de análise do ambiente organizacional ministrado no terceiro trimestre de 2002 na FEA-USP os alunos tiveram dificuldade em localizar empresas que tivessem a análise ambiental estruturada para elaborar o trabalho de campo da disciplina.

Este artigo visa, de uma forma resumida, tratar desta técnica administrativa, para que ao difundir este conhecimento, as organizações possam aprimorar o PE pela sua utilização.

2. Origem da Análise Ambiental

O Planejamento Estratégico apareceu quando se percebeu que para planejar a longo prazo não basta apenas projetar as tendências atuais para o futuro: é fundamental antever como as variáveis que influenciam na empresa, e das quais esta não tem controle, irão afetar a organização. Para tal, diversos autores apresentaram modelos de como segmentar e analisar o ambiente empresarial. A segmentação ambiental recebeu importantes contribuições de Kotler (1995). Posteriormente, Vasconcellos (1983) e outros autores propuseram adaptações ao modelo de Kotler (1995), seguiram a mesma linha ou propuseram métodos distintos. A partir da segmentação, alguns autores passaram a fazer recomendações de como analisar cada um dos segmentos ambientais.

3. O enfoque sistêmico e a análise ambiental

Segundo Ackoff (1999) a ciência, a partir do renascimento, para compreender um problema ela o subdividia em problemas menores e estes em problemas ainda menores até reduzir o problema maior em algo simples o bastante para ser completamente entendido. A compreensão das relações entre as partes do problema traria a compreensão de todo o problema. Para eliminar as influências e poder compreender a menor parte do problema ele era tratado em laboratório minimizando a influência das outras partes do sistema. Para entender uma máquina era necessário desmontá-la e verificar como funciona cada engrenagem. Esta forma de pensamento guia as organizações humanas que buscam eficiência em cada uma de suas atividades.

A teoria de sistemas alterou esta forma de pensar, permitindo e exigindo um visão do todo e não das partes isoladas do todo. O nome "Teoria Geral dos Sistemas" e muitos de seus conceitos básicos, foi criado pelo biólogo Ludwing von Bertalanffy (Kast, 1970). O enfoque sistêmico permitiu a interação entre as diversas ciências (física, biologia, química e sociais), pois o problema deveria ser compreendido como um todo, sofrendo influência das diversas áreas da ciência. A capacidade de síntese passou a ser exigida na compreensão dos fatos.

O sistema, segundo Ackoff (apud Marcovitch, 1972), é um conjunto de elementos inter-relacionados. Podemos estudar os elementos do sistema, mas não podemos deixar de perceber que o sistema em estudo faz parte de um sistema maior. O pensamento sistêmico é dividido em três partes: a)Identificação do sistema do qual a coisa a ser explicada é uma parte; b)Explicação do comportamento ou das propriedades do todo e c)Explicar o comportamento ou propriedades do sistema em termos do seu papel ou funções dentro do todo que o contém (Ackoff 1999).

Um esquema comum para representar o sistema com entrada (no caso de empresas chama-se recursos) , processo (onde ocorre a transformação dos recursos) e a saída (que na empresa podem ser os produtos acabados, o serviço prestado, o capital distribuído entre outros).

Figura 1 - Representação de um Sistema Fechado (teoria dos sistemas)

O enfoque sistêmico se preocupa com as entradas e as saídas e não unicamente as sub-atividades no interior do sistema. Portanto ao analisar a empresa como um sistema não buscamos a eficiência de cada uma de suas atividades mas a eficiência do sistema como um todo. Ackoff (1999 b) é provocador ao afirmar: "Quando cada parte, considerada separadamente, obtém a melhor performance possível, o sistema como um todo pode não apresentar um desempenho tão bom".

Bertalanffy fez outra contribuição importante ao distinguir o sistema fechado do aberto (Kast, 1970). O sistema fechado não recebe influência do meio em que esta inserido. A análise ambiental surgiu da compreensão que as organizações humanas são sistemas abertos e recebem influência do ambiente onde estão inseridos. O esquema de uma organização como um sistema aberto pode ser representado como descrito na figura 2:

Figura 2 - Representação de

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