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EDUCAÇÃO JOVENS E ADULTOS

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Por:   •  8/4/2013  •  5.091 Palavras (21 Páginas)  •  2.227 Visualizações

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1º Relatório Parcial

A Educação de Jovens e Adultos no Brasil sempre foi marcada por movimentos ou iniciativas individuais de grupos, órgãos públicos e privados ou pesquisadores decididos a enfrentar o problema da existência de uma enorme população que não a teve oportunidade de freqüentar a escola regular.

A problemática educacional no Brasil está marcada pela exclusão de camadas populares da sociedade que vem interditando a inúmeros cidadãos a possibilidade de acesso a língua e a um universo de saberes produzidos nas diferentes áreas do conhecimento.

Para além da necessidade de alfabetização, a perspectiva da totalidade escolarização fundamental como patamar mínimo para a qualificação pessoal e profissional do sujeito, como condição para o acesso aos diferentes espaços culturais e como elemento possibilitador de reflexão e posicionamento político e autônomo.

A alfabetização de jovens e adultos é um desafio, não só para administradores governamentais, universidades, professores, como também como para toda a sociedade e o próprio aluno.

As bases do conhecimento sistematizado deverão estar em seus aspectos sócio econômico político cultural, visando à construção da consciência crítica e reflexiva, onde as capacidades, atitudes e valores sejam necessários para que as pessoas melhorem a qualidade de vida e continuem aprendendo, tendo uma vida justa e digna.

A aprendizagem da leitura e da escrita das duas últimas décadas nos impõe a necessidade de compreender como se dá o processo de aprendizagem dos jovens e adultos e como poderia ser o processo de ensino voltado para uma educação integral, que considere os aspectos sociais, afetivos e cognitivos dos alunos.

A alfabetização não se resume a ensinar a ler, ela dá possibilidade para que o aluno se desenvolva como ser humano e assim ficar integrado no mundo.

Nesse sentido, a construção do conhecimento não acontece de maneira linear, constituindo-se em importantes etapas deste processo os momentos de dúvidas e os erros cometidos desde que utilizados para se chegar à sistemática produtiva de estágios superiores de desenvolvimento.

O conhecimento é adquirido através da interação social. Ele é constituído a partir da relação do indivíduo com o meio social, considerando as experiências de vida, os valores, as crenças, ou seja, a cultura do alfabetizando. Freire (1987) entende que uma aprendizagem significativa se dará a partir de um processo que proporcione uma análise crítica da prática social dos homens, contribuindo para que estes repensem a forma de atuar no mundo.

O aspecto social da aprendizagem diz respeito aos valores e aspirações coletivas, bem como a dimensão política da educação. A intervenção pedagógica pode ter um amplo alcance, requerendo responsabilidade e compromisso por parte dos educadores.

Para Paulo Freire (1987) educar é um ato político, é um ato de criação e recriação, sendo, portanto, impossível falar em educação neutra. O diálogo aparece como fundamento da construção do sujeito, como mecanismo de compreensão da estrutura social, de conscientização e de transformação.

A Educação e Jovens e Adultos em muitos casos se constitui na única alternativa de inclusão social para os alunos que já estão fora do sistema de ensino. Diante desta realidade novos métodos de ensino precisam ser experimentados, novos conteúdos, novas estratégias. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais os conteúdos ministrados em sala de aula precisam estar de acordo com um padrão mínimo, e ao mesmo tempo, estar sintonizados com as particularidades e especificidades do lugar em que o ensino está sendo desenvolvido. Precisam ser oferecidas condições para que os alunos possam construir suas idéias a partir de suas experiências, tornando-se sujeitos sócio-culturais aptos a conhecer diferentes épocas e lugares, e poder compará-los com sua própria história de vida.

De acordo com Vygotsky (1998), o desenvolvimento do indivíduo é resultado de um processo sócio-histórico, sua teoria também é conhecida como sócio interacionista, enfatizando o papel do contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, no qual o aluno aprende junto ao seu grupo social, ao passo que também constrói os elementos integrantes do seu meio, tais como: valores, linguagem e até o próprio conhecimento.

Para Paulo Freire (1987) a prática pedagógica necessita estar vinculada aos aspectos históricos e sociais para facilitar a compreensão e elucidação das questões que realmente importam para os envolvidos no processo educativo, para ele se não ocorre uma reflexão sobre si mesmo, sobre seu papel no mundo, não é possível ultrapassar os obstáculos que o próprio mundo impõe por isso a ação do professor, tendo ele consciência ou não, estimula o aluno à libertação ou à opressão.

Nesta perspectiva, o alfabetizador deve incentivar os alunos a se posicionarem de maneira crítica diante da realidade que cada um vive, buscando favorecer sua conscientização. A formação do cidadão crítico é um imperativo para o desenvolvimento da sociedade, além de ser um direito inalienável, neste sentido, a Educação de Jovens e Adultos precisa compor um sistema educativo no qual o aluno e o meio social devem estar absolutamente articulados. Por isso a elaboração da estratégia de ensino terá de ser desenvolvida com a finalidade de instrumentalizar o alfabetizador com subsídios que lhe garanta a maior eficácia na hora de alfabetizar. E isto é possível através da combinação de métodos e técnicas em sala de aula capazes de empreender o processo de ensino-aprendizagem. Nela também estão presentes as concepções culturais e ideológicas do modo de viver e agir dos alunos e também dos alfabetizadores.

O grande desafio é romper com os limites que restringem a atividade escolar à mera repetição de conteúdos. Procurar a formulação de propostas que integram os conteúdos das diferentes disciplinas, diferente abordagem na explicação da realidade presente interna e externamente à escola configura-se como o maior desafio a ser enfrentado. E isto equivale a selecionar as atividades que serão desempenhadas pelos alfabetizandos, que em sua maioria são: donas de casa, pescador, pedreiro, pintor, agricultor, etc... Cabe ao alfabetizador discutir a importância do papel desempenhado por cada aluno na sua comunidade, ao passo que estas atividades sejam incluídas no processo de alfabetização.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987

VYGOTSKY.

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