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Educação De Jovens E Adultos

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Por:   •  15/1/2015  •  1.806 Palavras (8 Páginas)  •  204 Visualizações

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Os participantes do EJA

Seguindo dados recolhidos em pesquisas realizadas em Teresina/PI e em Guanambi/BA, revelaram um certo padrão de egressos na educação de jovens e adultos, os sujeitos participantes da educação de jovens e adultos, através dos dados levantados demonstram participar do programa em busca de um diploma para a disputa no mercado de trabalho, que cada dia está mais exigente em questão de escolaridade. Os alunos desta modalidade são pessoas pertencentes a uma classe social de baixo poder aquisitivo, que consomem apenas o básico para a sua sobrevivência e tem pouquíssimos horários de lazer, tendo como a televisão a principal fonte de informação, na maioria das vezes os pais dos alunos tem ou tiveram uma escolaridade inferior a sua.

A compreensão desta realidade foi o que levou Paulo Freire a perceber que o analfabetismo não é só uma questão pedagógica, mas também social e política.

Nota-se também que a autoestima dos alunos é bem baixa, por força do preconceito existente para com os pouco letrados, e sempre há um nervosismo na sala de aula em avaliações, alguns são mais tímidos e outros são mais indisciplinados e mais agitados, o papel do educador é fundamental para evitar um novo fracasso escolar.

Outro fato que se observa é que a maioria dos alunos são desempregados ou subempregados, como diz um pesquisador do assunto, diz Arroyo (2005, p.29) afirma que, “desde que a EJA é EJA, os jovens e adultos são os mesmos: pobres, desempregados, vivem da economia informal, negros, vivem nos limites da sobrevivência”, muitos só tem a possibilidade de conseguir um emprego informal, graças a pouca alfabetização e às exigências do mercado quanto ao nível escolar, muitos se sacrificam para conseguir assistir as aulas a noite, uma vez que há o acúmulo de responsabilidades, profissionais e domésticas, além da diminuição do tempo de lazer. A maioria dos alunos são homens, tendo em vista que pelo nível de cultura, as mulheres dão prioridade a cuidar dos filhos e maridos, se acomodando em casa e deixando os estudos para segundo plano como se pode ver no gráfico 1.

A evasão continua grande, em Guanambi chega a 30%, porém muitos dos alunos, tendo abandonado na juventude os estudos por força do trabalho, não tem a intenção de abandonar novamente a oportunidade de estudar, uma vez que percebem a importância do estudo e da escolarização nos dias atuais. Sobre os outros motivos de abandono de estudo estão: o medo da discriminação pelos mais jovens, distância da residência, necessidade de ajudar o trabalho na roça, dificuldade de conciliar trabalho e estudo, desinteresse pelos assuntos tratados, dificuldade de aprendizagem, problemas familiares, não gostar dos colegas ou do professor, tempo para cuidar dos filhos e depreciação dos estudos pelos pais. Além de reclamarem que as escolas as quais tem acesso não oferecerem condições de aprendizagem adequada.

Uma parte dos alunos só paneja ter o diploma de ensino médio, enquanto uma parte menor deseja prestar vestibular ou buscar uma especialização. Desta forma, percebe-se que independente da finalidade da volta ao estudo, nota-se que os alunos da educação de jovens e adultos acreditam que os estudos podem lhes proporcionar um futuro melhor, explica Arroyo: “os jovens e adultos que trabalham durante o dia e, à noite, frequentam a EJA dão valor à escola, ao estudo, a ponto de se sacrificar por anos, todas as noites, depois de um dia exaustivo de trabalho”. (ARROYO, 2004, p.118).

O educador tem papel fundamental para ajudar os alunos a superarem o trauma do abandono dos estudos, e não repetirem o mesmo erro, por isso deve-se ter uma maior ênfase na capacitação, e nas metodologias de ensino e não se repetir o erro de programas passados como no caso de voluntariados para alfabetizar, não se pode deixar de fora da questão curricular a técnica de produção sociocultural, um processo da efetivação da educação que considere as necessidades e incentive as potencialidades do educando, muitos estudos vem sendo feitos com a intenção de identificar as causas reais da evasão do EJA e algumas mudanças vem sendo sugeridas para que a evasão e as faltas sejam diminuídas, entre elas estão a utilização de linguagens variadas, que já deu certo no bairro de Pariri, Salvador/BA, onde os alunos passaram a ter mais interesse no EJA através de uma ação da prefeitura que criou projetos de música, cultura e literatura para atrair os alunos.

Um parecer da CEB deixa claro a função da educação de jovens e adultos

“Desse modo, a função reparadora da EJA, no limite, significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade, mas também o reconhecimento daquela igualdade ontológica de todo e qualquer ser humano. Desta negação, evidente na história brasileira, resulta uma perda: o acesso a um bem real, social e simbolicamente importante. Logo, não se deve confundir a noção de reparação com a de suprimento. Como diz o Parecer CNE/CEB nº 4/98:

Nada mais significativo e importante para a construção da cidadania do que a compreensão de que a cultura não existiria sem a socialização das conquistas humanas. O sujeito anônimo é, na verdade, o grande artesão dos tecidos da história.

Paulo Freire e o experimento em Angicos

Não há como falar em educação de jovens e adultos sem citar o método Paulo Freire, após mais de 50 anos da experiência na cidade de Angicos, a 170 km de Natal/RN, o método ainda continua como referência na educação de jovens e adultos e de transformação social, a experiência de alfabetização conhecida como as 40 horas de Angico, tinha como meta alfabetizar jovens e adultos em 40 horas, além de despertar o ser político que existia no educando, como explica o professor doutor no método Paulo Freire Éder Jofre³: "A palavra 'tijolo' fez parte do universo vocabular trabalhado em Angicos. Era uma palavra que fazia parte do cotidiano dessas pessoas. Mas não era só ensinar a escrever tijolo, tinha também a questão social e política. Era questionado: você trabalha na construção de casas, mas você tem uma casa própria? Por que não tem? Levava o cidadão a pensar nessas questões”.

De uma turma de 380 alunos, 300 se formaram em apenas 45 dias, em um método no qual não se utilizava cartilha, pois Freire era crítico da sua forma de transmissão do conhecimento na qual ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa.

Foto 1 – Paulo Freire iniciando

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