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Epidemiologia

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Por:   •  8/4/2014  •  Seminário  •  2.162 Palavras (9 Páginas)  •  214 Visualizações

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A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS)

estima que 80 milhões de pessoas se infectem anualmente, em 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa.

Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue.

O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, encontrou no mundo moderno condições muito favoráveis

para uma rápida expansão, pela urbanização acelerada que criou cidades com deficiências de abastecimento de água e de

limpeza urbana; pela intensa utilização de materiais não-biodegradáveis, como recipientes descartáveis de plástico e

vidro; e pelas mudanças climáticas.

Com essas condições, o Aedes aegypti espalhou-se por uma área onde vivem cerca de 3,5 bilhões de pessoas em

todo o mundo. Nas Américas, está presente desde os Estados Unidos até o Uruguai, com exceção apenas do Canadá e do

Chile, por razões climáticas e de altitude.

Em nosso país, as condições socioambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti possibilitaram uma dispersão

desse vetor, desde sua reintrodução em 1976, que não conseguiu ser controlada com os métodos tradicionalmente

empregados no combate às doenças transmitidas por vetores, em nosso país e no continente. Programas essencialmente

centrados no combate químico, com baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem integração

intersetorial e com pequena utilização do instrumental epidemiológico mostraram-se incapazes de conter um vetor com

altíssima capacidade de adaptação ao novo ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos.

Em 1996, o Ministério da Saúde decide rever a estratégia empregada contra o Aedes aegypti e propõe o Programa

de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa). Ao longo do processo de implantação desse programa observou-se a inviabilidade

técnica de erradicação do mosquito a curto e médio prazos. O PEAa, mesmo não atingindo seus objetivos teve méritos ao

propor a necessidade de atuação multissetorial e prever um modelo descentralizado de combate à doença, com a participação

das três esferas de governo, Federal, Estadual e Municipal.

A implantação do PEAa resultou em um fortalecimento das ações de combate ao vetor, com um significativo

aumento dos recursos utilizados para essas atividades, mas ainda com as ações de prevenção centradas quase que

exclusivamente nas atividades de campo de combate ao Aedes aegypti com o uso de inseticidas. Essa estratégia, comum

aos programas de controle de doenças transmitidas por vetor em todo o mundo, mostrou-se absolutamente incapaz de

responder à complexidade epidemiológica da dengue.

Os resultados obtidos no Brasil e o próprio panorama internacional, onde inexistem evidências da viabilidade de

uma política de erradicação do vetor, a curto prazo, levaram o Ministério da Saúde a fazer uma nova avaliação dos avanços

e das limitações, com o objetivo de estabelecer um novo programa de controle da dengue que incorporasse elementos

como a mobilização social e a participação comunitária, indispensáveis para responder de forma adequada a um vetor

altamente domiciliado.

Diante da tendência de aumento da incidência já verificada nos dois últimos anos e a introdução de um novo sorotipo

(DEN 3) que prenunciava um elevado risco de epidemias de dengue e de aumento nos casos de Febre Hemorrágica da Dengue

(FHD), o Ministério da Saúde, com a parceria da Organização Pan-Americana de Saúde, realizou um Seminário Internacional,

em junho de 2001, para avaliar as diversas experiências e elaborar um Plano de Intensificação das Ações de Controle da

Dengue (PIACD). Esse plano selecionou 657 municípios prioritários no país, com o objetivo de intensificar ações e adotar

iniciativas capazes de utilizar com melhor eficácia, os pontos positivos já criados anteriormente: 1) uma grande infraestrutura

para controle de vetores nos estados e municípios (veículos, equipamentos de pulverização, microscópios e

computadores); 2) cerca de 60.000 agentes, em mais de 3.500 municípios capacitados para o controle de vetores; 3) a

existência de um conjunto de rotinas e normas técnicas padronizadas nacionalmente para o controle de vetores.

A introdução do sorotipo 3 e sua rápida disseminação para oito estados, em apenas três meses, evidenciou a

facilidade para a circulação de novos sorotipos ou cepas do vírus com as multidões que se deslocam diariamente. Este

fato ressalta a possibilidade de ocorrência de novas epidemias de dengue e de FHD. Neste cenário epidemiológico, tornase

imperioso que o conjunto de ações que vêm sendo realizadas e outras a serem implantadas sejam intensificadas,

permitindo um melhor enfrentamento do problema e a redução do impacto da dengue no Brasil. Com esse objetivo, o

Ministério da Saúde apresenta esse Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD).

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