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Epidemiologia da Anemia ferropriva

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Por:   •  6/6/2013  •  Trabalho acadêmico  •  2.639 Palavras (11 Páginas)  •  1.337 Visualizações

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Epidemiologia da Anemia ferropriva

A epidemiologia da anemia ferropriva, por definição, de travar dos determinantes da distribuição deste agravo nutricional causado pela deficiência de ferro no organismo humano, que afeta sobretudo, o desempenho de uma das funções mais nobres do sangue, o transporte de oxigênio.

Em 1.990, por iniciativa das Nações Unidas, à frente o Fundo das Nações Unidas para a infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), reuniram-se em Nova York representantes de oitenta países durante o Encontro Mundial de Cúpula pela Criança com a finalidade de elaborar um plano de ação para ser implementado durante a última década do século XX, visando a melhorar a saúde de crianças e mães, combater a desnutrição, o analfabetismo e erradicar as doenças que matavam milhões de crianças a cada ano.

Histórico

Os médicos da antiga Grécia administravam água potável ou vinho, em que uma faca havia sido enferrujada, para tratar pacientes com palidez acentuada, com o propósito de passar o vigor do ferro ao doente, pois acreditava-se que Marte, o deus da guerra, havia imbuído o metal de forças superiores (Hillman, 1.991).

Nos meados do século XVII, mulheres jovens que apresentavam respiração difícil, palidez, palpitação, queixas gastrintestinais e perversão do apetite eram consideradas portadoras de clorose, um arcaico termo usado para definir a deficiência de ferro. Thomas Sydenham (médico inglês, considerado o Hipócrates do ocidente) prescrevia, na segunda metade do século XVII, limalhas de ferro banhadas em vinho para moças clorótidas, iniciando a história biológica do ferro (Hillman, 1.991).

No século XVIII, Menghini observou que pó de sangue podia ser atraído por um corpo imantado, e em 1.916 Williamsom desenvolveu um método espectométrico para mensurar a concentração de hemoglobina em escala populacional, inclusive em crianças (Dallman, 1.989). Na década de 1.980, o fenômeno do bloqueio da mucosa é confirmado em seres humanos.

As implicações entre a deficiência de ferro e respostas a estímulos na área cognitiva passam a ser objeto crescente de interesse da investigação científica na década de 1.970, com os trabalhos pioneiros de Oski e Honing (1978), estabelecendo-se a partir daí a associação entre a deficiência do mineral e o desenvolvimento cognitivo.

Conceito e Definições (pontos de corte para a classificação)

A deficiência de ferro é reconhecida como uma condição na qual não há ferro nos estoques e há sinais de comprometimento da oferta de ferro aos tecidos, incluindo os eritrócitos, e é o resultado de um desequilíbrio entre a oferta, a utilização e as perdas do mineral. O estágio mais grave da deficiência de ferro está associado com a anemia.

Em escala populacional, defini-se anemia como o estado em que a concentração de hemoglobina no sangue está abaixo de um nível considerado ótimo. Fatores como etnia e hábito de fumar influenciam os valores da concentração de hemoglobina.

Em uma população saudável, espera-se que 2,5% das pessoas estejam abaixo do ponto de corte. Segundo a OMS, a anemia por deficiência de ferro é um problema de saúde pública quando a prevalência de ferro é um problema de saúde pública quando a prevalência da concentração de hemoglobina abaixo do ponto de corte está acima de 5%.

A anemia por deficiência de ferro, e as demais anemias carenciais (por deficiência de vitamina B12 e ácido fólico) estão incluídas nas anemias por deficiência de produção, ao passo que as talassemias e a anemia falciforme estão enquadradas nas anemias por destruição de células vermelhas (Winrobe, Lukens & Lee, 1.993).

Metabolismo do ferro

O ferro é o quarto elemento químico mais abundante da Terra, e apresenta cerca de 4,7% de sua crosta, estando presente como componente essencial em todos os organismos vivos do planeta (exceto algumas espécies de Lactobacillus).

Nos seres humanos a quantidade de ferro é menor que o peso de uma moeda de cinco centavos, cerca de 3,5g em homens e 2,5g em mulheres. Esse montante de ferro está biologicamente em dois compartimentos: ferro funcional presente na hemoglobina, mioglobina e enzimas, e ferro de estoque em forma de ferritina, hemossiderina e transferrina. Cerca de 60% a 65% do ferro corporal estão na hemoglobina , 10% na mioglobina, 3% nas enzimas e o restante, 20 a 30%, presente nas duas proteínas de armazenamento .

O ferro está contido na dieta sob duas formas químicas: o ferro heme, presente em alimentos de origem animal (carnes, peixes, aves e vísceras), proveniente da hemoglobina, mioglobina e heme-enzimas, que representa cerca de 10% a 15% do mineral na dieta, e o ferro não-heme (85% a 90% do ferro da dieta), encontrado em alimentos de origem animal (por exemplo, algumas enzimas não-heme) e vegetal, tais como feijões, vegetais de folhas escuras (Dallman, 1.989; Beard, Dawson & Pinero, 1996).

Diferentemente do que ocorre com outros minerais, o organismo humano não tem mecanismo de excreção de ferro. As perdas fisiológicas ocorrem pelas fezes, pelo suor e pela descamação de células, e representam cerca de 0,1% do ferro estocado e menos ainda do ferro corporal, cuja perda é de, em média, 1 mg de ferro por dia (0,6 a 1,6% mg/por dia); sua regulação é realizada apenas pela absorção, que ocorre nas células do intestino delgado (duodeno e jejuno). O complexo mecanismo de absorção do ferro efetuado dentro dos enterócitos, apesar de muito estudo, é pouco conhecido e motivo de controvérsias (Dallman, 1.989)

Em torno de 90% das necessidades do ferro orgânico em uma pessoa adulta são obtidos pela reutiliação do mineral, em especial pelo reaproveitamento do ferro oriundo da hemocaterese das células vermelhas.Os 10% complementares são obtidos, por meio dos alimentos. A dieta ocidental balanceada proporciona cerca de 6 mg de ferro heme e não-heme por 1.000 calorias.(Dallman, 1.989; Beard, Dawson & Pinero).

Alimentos contendo fitatos (cerais, farelos, farinhas) e prolifenóis (chá preto e cafés) e ricos em cálcio (leites e derivados) dificultam a absorção do mineral , ao passo que carnes, peixes, aves,o ácido ascórbico (vitamina C) e a vitamina A facilitam a absorção do ferro não-heme (Dallman, 1.989; Dawson & Pinero, 1986; Lync, 1.997).

Indicadores (diagnóstico populacional)

O hemograma completo é o exame sangue mais utilizado na clínica em todo o mundo, independentemente da especialidade médica. A

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