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Escola E Representações Sociais

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Por:   •  8/5/2014  •  10.871 Palavras (44 Páginas)  •  386 Visualizações

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1 - INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é apresentar as Representações Sociais que professores e alunos fazem da escola e do ensino público. A intenção da pesquisa não foi apenas conhecer as Representações Sociais, mas como estas se constróem por aqueles que habitam o cotidiano da escola.

Na realidade as Representações Sociais não nascem num vazio, mas se originam daquele burburinho, daquele ruído que os grupos estão sempre emitindo. Durkheim, o sociólogo francês fala em Representações coletivas, nesse conhecimento que circula no interior dos grupos humanos, enquanto que Serge Moscovici e seguidores referem-se as representações, muito mais dinâmicas, pois situadas na intersecção do indivíduo na sua relação com o grupo a que pertence. Nesse aspecto, as Representações Sociais são instrumentos de análise de uma vida moderna, enquanto que as Representações coletivas são visões que decorrem de uma sociedade mais agrária, e por isto mesmo mais rígida, mais estática, menos dinâmica.

As Representações Sociais, sistematizada por Moscovici e colaboradores são estados interiores, percepções, situações subjetivas. O indivíduo das representações Sociais não podem ser compreendidos fora desta “verdade” que circula no interior do grupo, verdade que é ao mesmo tempo do coletivo e do sujeito. Por esta razão, as Representações Sociais são sempre representações de algo, de alguma coisa, objetivadas, concretas. Neste aspecto, as RS se traduzem pelo conhecimento comum, compartilhado e alimentado pelo cotidiano, não existe representação que possa ser compreendida fora da vivência do indivíduo na sociedade.

Por esta razão, as RS estão presentes em nossa vida diária, seja nos temas sérios como a morte, a vida, a doença, o amor, a relação entre os gêneros, a educação, a escola, o estudo, entre outros. Elas servem para que nos comuniquemos com os outros, para que nossas conversas tenham sentido, para que possamos suportar a dureza da existência.

Como dissemos acima, nosso objetivo é apreender as RS que professores e alunos expressam sobre a escola e o ensino público mas na perspectiva de compreender como se formam essas representações, como elas são construídas, como se organizam, como se hierarquizam, como se constituem um corpo de conhecimentos compartilhados no interior de uma sociedade. Para tanto ficou este trabalho assim dividido: no primeiro capítulo apresentamos o panorama geral da pesquisa, onde estão os diversos motivos de ordem pessoal e acadêmica que nos levaram a estudar o tema específico; bem como as inquietações que deram origem ao tema; a metodologia exposta que tem como objetivo facilitar o percurso que percorremos para a elaboração e realização deste trabalho, bem como mostrar para o leitor os instrumentos, amostra e sujeitos pesquisados.

No segundo capítulo, está exposto referencial teórico que serviu de base para este estudo, apresentamos a teoria das representações sociais, elaboradas Serge Moscovici e seguidores como por exemplo Jodelet, bem como Paro e Marcílio que tratam do ensino público. O último capítulo corresponde à análise dos dados obtidos por meio da pesquisa de campo, que nos serviu de base para estabelecermos as nossas considerações e algumas conclusões verificadas sobre o tema e a problemática decorrente. Em anexo encontra-se o roteiro da entrevista e o questionário aplicado com os sujeitos participantes da pesquisa.

CAPÍTULO I

2- PANORAMA GERAL DA PESQUISA

2.1-JUSTIFICATIVA

O nosso interesse pelo tema deriva da preocupação dos especialistas em educação que têm sentido o pouco caso com que o ensino público vem sendo tratado.

É comum a mídia veicular noticias a respeito da educação pública no Brasil, e essas notícias revelam que têm sido precário o desempenho dos alunos nos exames realizados pelo governo com o propósito de avaliar o ensino básico o Sistema de Avaliação do Ensino Básico (SAEB), e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Embora alguns contestem a validade desses exames como adequados instrumentos de avaliação, não deixa de ser interessante observar alguns de seus resultados. Uma reportagem veiculada pela Revista Veja no dia 5 de abril de 2006 nos dá os seguintes resultados:

“No último Pisa, o programa internacional da avaliação comparada entre 41 países, feito pela Organização para Comparação e o Desenvolvimento

Econômico (OCDE), o Brasil ficou em último lugar em matemática; em 2003, de acordo com o sistema nacional de avaliação da educação básica, 55,4% dos alunos terminaram a 4ª série com resultado crítico e muito crítico em Português (incapacidade de ler e compreender apenas frases simples); esse percentual foi de 51,6% em matemática (incapacidade de resolver operações básicas); o mesmo exame detectou que 26,8% dos alunos chegaram a 8ª série com desempenho crítico e muito crítico em português. Em matemática, o percentual foi de 57,1%”.

Ainda de acordo com a reportagem da Veja:

“A crise da educação brasileira é antiga e seus principais motivos, tristemente conhecidos. Os equívocos das políticas governamentais, a negligência em relação ao ensino fundamental, o descuido quanto à qualidade, o vergonhoso atraso do Brasil são temas de trabalhos de especialistas respeitados”.

Como futuras pedagogas não queremos apenas elaborar um exercício acadêmico, mas contribuir de alguma forma para melhorar essa situação preocupante por que passa o ensino público, conhecer as representações sociais deste ensino feitas por professores e alunos poderá ser um meio para compreender melhor suas estruturas.

Além desses interesses profissionais, se faz necessário realizarmos este trabalho tendo em vista que este é um requisito no sentido de recebermos o título de pedagogas na área de aprofundamento em Supervisão e Orientação Educacional.

2.2 - OBJETO DE ESTUDO

Este estudo tem como foco “O ensino público”, mais precisamente as “Representações Sociais” expressas por professores e alunos da Rede pública, acerca do mesmo. Nos últimos anos, um dos temas mais constantes na educação brasileira,

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