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Experiências De Eja No Brasil: Final Do século Xx E Inicio Do século Xxl

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Por:   •  19/3/2015  •  1.425 Palavras (6 Páginas)  •  1.208 Visualizações

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Apresentação

As experiências do EJA no Brasil

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO BRASIL

A história da EJA insere-se num cenário econômico, social e político, onde a relação entre educação e trabalho está normalmente ligada uma a outra, tendo um público de trabalhadores jovens que procuram pelo primeiro emprego e também os trabalhadores aposentados. Ela começa a ter uma maior procura devido às necessidades políticas e exigências de uma nova sociedade.

A partir da década de 30 a educação de adultos começou a ganhar o seu lugar na história do Brasil, devido às grandes transformações na sociedade brasileira.

A história da EJA no Brasil passou por várias etapas, tentando conquistar o seu lugar e ganhar o devido reconhecimento na educação básica brasileira observando-se que a Educação de Jovens e Adultos não é recente no país, pois, verifica-se que desde o Brasil colônia, quando se falava em educação para a população não infantil, fazia-se referência à população adulta, que precisava ser catequizada para as causas da santa fé.

Com a campanha essa visão preconceituosa foi mudando e fez com que os analfabetos fossem vistos como seres “normais”, capazes de adquirir conhecimento e cultura. Estudos da psicologia mostraram que a capacidade dos adultos aprenderem não era menor que das crianças, e certamente isso também fez com que o preconceito fosse diminuindo, dando espaço a um novo olhar para essas pessoas.

Segundo Paulo Freire:

A partir daí, a educação de adultos assumida através da campanha nacional do povo começou a mostrar seu valor. A campanha de educação lançada em 1.947 buscava uma ação que previa a alfabetização em três meses, para depois seguir uma etapa de ação voltada para a capacitação profissional e para o desenvolvimento comunitário.

Através da campanha de Educação de Adultos, abre-se a discussão sobre o

analfabetismo e a educação de adultos no Brasil. Um enorme preconceito era mantido em relação aos analfabetos, discriminando-os como seres incapazes não só socialmente, mas psicologicamente também. Por serem analfabetos não tinham direitos econômicos, políticos e jurídicos, não tinham acesso ao voto, eram explorados no trabalho, pois não tinham conhecimento e cultura. Com a campanha essa visão preconceituosa foi mudando e fez com que os analfabetos fossem vistos como seres “normais”, capazes de adquirir conhecimento e cultura.

Segundo Paulo Freire: Alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler. Com efeito, ela é o domínio dessas técnicas em termos conscientes.É entender o que se lê e escreve o que se entende Implica uma auto formação da qual se pode resultar uma postura atuante do homem sobre seu contexto. Para isso a alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo próprio analfabeto, apenas ajustado pelo educador. Isto faz com que o papel do educador seja fundamentalmente diálogos com o analfabeto sobre situações concretas, oferecendo-lhes os meios com que os quais possa se alfabetizar. (FREIRE, 1989, p.72)

No fim da década de 50, surgiram críticas à Campanha de Educação de Adultos, feitas e lançadas em todos os aspectos da campanha, tanto voltada para a área administrativa, financeira quanto à orientação pedagógica.

Mas todas essas críticas serviram para que um novo olhar sobre as dificuldades do analfabetismo fosse dado, e assim uma nova proposta pedagógica para a educação de jovens e adultos foi lançada, cujo educador principal foi Paulo Freire.

No começo, mesmo com a sua ação consciente no trabalho de alfabetização, houve dificuldades, pois veio o golpe militar de 1.964 que causou uma ruptura em seu trabalho, pois toda a experiência do educador, a conscientização e proposta para as possíveis mudanças, foram vistas como ameaça pela “revolução” .

Em 1.967 foi lançado o Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização, que, no início visava atender analfabetos de 15 a 30 anos, objetivando o termo de “alfabetização funcional”, ou seja tinha como foco ensinar a ler e a escrever.

Para Bello: O projeto MOBRAL permite compreender bem essa fase ditatorial por que passou o país. A proposta de educação era toda baseada aos

interesses políticos vigentes na época. Por ter de repassar o sentimento de bom comportamento para o povo e justificar os atos da ditadura esta instituição estendeu sobre seus braços a uma boa parte das populações carentes, através de seus diversos programas. (BELLO, 1993, p.38)

Na década de 70 o Mobral se expandiu, e em 1.985 teve seu fim, dando lugar à Fundação Educar, que tinha como objetivo apoiar técnica e financeiramente as iniciativas de alfabetização existentes. Com a promulgação da Constituição de 1.988, o Estado amplia o seu dever com a Educação de Jovens e Adultos.

De acordo com o artigo 208 da Constituição de 1.988 “O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria”.

É então na década de 90 que a Educação de Jovens e Adultos consegue estabelecer uma nova política, onde ganha novos métodos para trabalhar com criatividade, a fim de

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