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FENOMENOLOGIA ATUAL

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Por:   •  16/1/2015  •  727 Palavras (3 Páginas)  •  414 Visualizações

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Fenomenologia da época atual

As ideias que hoje parecem ser hegemônicas se

manifestam como expressão de crise na medida em

que não se afirmam positivamente, mas expressam-se

como negação daquilo que é denominado a “metafísica

do sujeito”, característica da modernidade.

Daí a crítica à razão, à consciência, às noções de

verdade e de objetividade, a substituição da epistemologia

pela linguística e da lógica pela semântica,

chegando-se à conclusão de que não faz sentido se

falar em conhecimento das coisas, já que tudo se resume

a “jogos de linguagem”. Mas afirmar que “tudo

é linguagem” não é um enunciado metafísico? E, no

entanto, isso é afirmado precisamente como forma de

se contrapor exatamente à metafísica que teria caracterizado

as concepções filosóficas anteriores, em especial

aquela da modernidade.

Nesse contexto, o século XX parece um parêntesis

histórico, uma espécie de sonho (para os socialistas) ou

um pesadelo (para a burguesia) de que o capitalismo

seria ultrapassado, cedendo lugar a uma sociedade

socialista. Acordamos, no final desse século, os primeiros

com a desilusão de que foi apenas um sonho e os

segundos com o alívio de que tinha sido somente um

pesadelo. E retomam-se as críticas à razão que haviam

marcado as principais tendências filosóficas da passagem

do século XIX para o século XX, como se este

último século não tivesse existido.

Retomemos o fio da história para tentar dissipar

essas falácias filosóficas.

A ideia de que a metafísica é algo que está além

da física, entendido este “além” como algo que a ultrapassa

porque a precede e a fundamenta, deriva de uma

leitura de Aristóteles que não corresponde nem à forma

como se desenvolveram os estudos desse filósofo, nem

ao modo como foram dispostos os seus escritos. Com

efeito, os estudos sobre a física precederam os da metafísica,

cujo nome, por sua vez, deriva do fato de que,

na organização da obra de Aristóteles, foram chamados

de metafísicos aqueles que foram postos depois dos

escritos sobre a física.

Ao mesmo tempo, sabemos também que foi a física

aristotélica, de caráter ptolomaico, que esteve na base da

sua metafísica. Tanto assim que, com a substituição da

física ptolomaica pela física de Copérnico, no final da

Idade Média, a metafísica aristotélica veio a ruir, o que

colocou a necessidade de uma nova metafísica, de base

copernicana. Essa foi a tarefa que se impôs Descartes,

tendo-a formulado no Discurso do Método, obra que

inaugura a filosofia moderna, e dando-lhe uma forma

acabada nas Meditações sobre a filosofia primeira.

A metafísica dos tempos antigos e medievais,

isto é, a metafísica aristotélica, era uma metafísica do

objeto (ou objetivista). Em contrapartida, a metafísica

da modernidade era uma metafísica do sujeito (ou

subjetivista).

Entretanto, não procede a afirmação de que a

metafísica é um pensamento substantivador, isto é, que

atribui às suas ideias centrais o caráter de substância,

ou seja, de uma coisa que se sustenta em si e por si.

Esse entendimento tem levado a se considerar que a

metafísica da modernidade, por ser uma metafísica do

sujeito, consideraria o

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