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Faculdade de Ciências e letras do Sertão Central

Por:   •  8/10/2019  •  Abstract  •  1.230 Palavras (5 Páginas)  •  204 Visualizações

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Faculdade de Ciências e letras do Sertão Central – FECLESC/UECE

Professor: Júlio César Dinoá

Disciplina: Teorias linguísticas

Equipe: Felipe Nobre Costa, Francisco Darlan de Oliveira Nascimento, Maria Alívina, Leonardo Sousa Silcva

Funcionalismo

O funcionalismo é uma corrente linguística que, em oposição ao estruturalismo e ao gerativismo, 1 se preocupa em estudar a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os diferentes contextos comunicativos em que elas são usadas. Assim, a abordagem funcionalista apresenta não apenas propostas teóricas distintas acerca da natureza geral da linguagem, mas diferentes concepções no que diz respeito aos objetivos da análise linguística, aos métodos nela utilizados e ao tipo dos dados utilizados como evidência empírica. Os funcionalistas concebem a linguagem como um instrumento de interação social, alinhando-se, assim, à tendência que analisa a relação entre linguagem e sociedade. Seu interesse de investigação linguística vai além da estrutura gramatical, buscando na situação comunicativa - que envolve os interlocutores, seus propósitos e o contexto discursivo - a motivação para os fatos da língua. A abordagem funcionalista procura explicar as regularidades observadas no uso interativo da língua, analisando as condições discursivas em que se verifica esse uso. Para compreender isso melhor, vejamos dois exemplos que refletem um fenômeno relativamente comum no nosso dia a dia: a) Você é desonesto. b) Desonesto é você. Como explicar a diferença entre essas duas sentenças? Certamente, uma análise que observasse apenas seu caráter sintático não daria conta de indicar por que o falante usaria a sentença exemplificada em (a), em lugar da exemplificada em (b). Ocorre que, ao contrário do que acontece em (a), que constitui uma afirmativa, a sentença (b) está relacionada a uma situação comunicativa típica de réplica, marcada pela inversão do predicado desonesto, que vai para o início da frase. Isso significa que essa sentença só faz sentido em um contexto em que o interlocutor tenha feito anteriormente o mesmo insulto. Esse exemplo demonstra a essência da análise funcionalista, que amplia seu campo de visão, recorrendo ao contexto de uso o qual, por hipótese, motiva as diferentes estruturas sintáticas.

Funcionalismo Europeu

O funcionalismo Europeu foi um movimento dentro do próprio estruturalismo, enfatizando a função das unidades linguísticas: fonologia o papel da demarcação e distinção das palavras e na sintaxe o papel das estruturas das frases em situações reais de comunicação. Tudo começou com os membros da escola de Praga, escola fundada pelo linguista Tcheco Vilém Mathesius em 1926, onde se originou as primeiras análises de cunho funcionalista. Obtendo maior projeção nos estudos fonológicos onde Roman Jakobson introduziu o conceito de traços nos fonemas, mais tarde incorporado ao gerativismo, para exemplificar ele utiliza os fonemas /p/ e /b/ pois /p/ e bilabial oclusivo e surdo e /b/ é bilabial oclusivo e sonoro, Nicolaj Trubetzkoy foi responsável pela teoria de demarcação e função expressiva dos fonemas por um acento tônico se diferencia "fábrica" e "fabrica" e a expressividade para representar o estado de espírito do locutor, ex: "liiiiindo" indica um estado admirado de espírito. Mais tarde Mathesius antecipou uma concepção funcional da sentença, que deu origem, mais tarde, a perspectiva funcional da sentença que se resume em analisar as frases e determinar a motivação da escolha de uma determinada frase em um contexto comunicativo, nas frases:

  1. Eu já li esse livro
  2. Esse livro eu já li

Sintaticamente pode dizer a mesma coisa mas, pragmaticamente não, pois a motivação (pragmática) para se utilizar a segunda sentença é diferente da motivação para se usar a primeira. Na sentença b) pode ser que o locutor tenha escolhido falar "Esse livro" no começo da fala por ser uma informação já dada e quis por esse motivo dinamizar a comunicação colocando uma nova informação no final de sentença.

Jan Firbas desenvolveu no começo de 1960, a teoria sobre a estrutura informacional da sentença onde a informação dada é considerada tema e a informação nova é considerada rema, nas frases:

  1. O que Maria comprou?
  2. Maria comprou uma bolsa preta.

Como foi falado antes a informação dada aparece no início da segunda sentença agora sendo tema e a informação nova "bolsa preta" sendo rema.

Os funcionalistas enfatizam o caráter multifuncional da linguagem.

Na escola de Genebra tendo como principais representantes Charles Bally, Albert Sechehaye e Henri Frei, Saussure influenciou mais de perto. Enquanto Sechehaye se dedicou somente em discutir as ideias de Saussure, Bally se dedicou em estudar a relação entre pensamento e a sua expressão linguística, concentrando-se nos desvios que o uso individual (a fala) é levado a impor no sistema (a língua). Frei se fez promotor da linguística de base funcional, associando os fatos linguísticos e as funções e eles relacionados. Essa influência chegou até Martinet que manteve bastante contato com os linguistas de Praga principalmente com Trubetzkoy por quem foi bastante influenciado. Na Escola de Londres cujo principal idealista foi Micheal K. Halliday que está centrado em um conceito amplo de função que inclui tanto as funções de enunciados e textos quanto as funções de uma unidade dentro de uma estrutura. Defendia que a natureza da linguagem, enquanto sistema semiótico, deve ser analisado dentro dos contextos dos papéis sociais desenvolvidos pelos indivíduos. Tese que inspirou o linguista inglês John Firth para quem a linguagem deve ser parte de um contexto social. No final da década de 1970 Simon Dik e seus seguidores, desenvolveram um modelo de sintaxe funcional em que uma sentença deve ser analisado em três níveis. Considerando a frase "João chegou cedo"  (João, função sintática de sujeito, função semântica de agente e função pragmática de tema). Primeiro as funções semânticas são associadas com os predicados no léxico (por exemplo, agente + "chegar"), e o núcleo de uma sentença (no nosso exemplo, "João chegou") pode ser ampliado de modo mais específico ("cedo" nesse caso).

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