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Gripe Aviária

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Por:   •  10/10/2014  •  2.020 Palavras (9 Páginas)  •  191 Visualizações

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GRIPE AVIÁRIA

Atualmente, a gripe aviária representa mais uma possibilidade de risco à saúde e à sobrevivência da população mundial. A doença tem se espalhado em aves, desde 2003, pela Ásia, Europa e recentemente pela África. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) foram registrados até 11 de abril de 2007, 291 casos e 172 óbitos em todo o mundo (letalidade de 59, 0%). Novos aspectos desta doença, antigamente restrita às aves, preocupam as organizações de saúde pública e a comunidade científica mundial. A eclosão do subtipo H5N1 do vírus influenza na Ásia alertou o mundo para a possibilidade de uma nova pandemia.

Uma nova pandemia causada pelo vírus da gripe é aguardada a qualquer momento, mas não sabemos quando, onde e qual vírus será o responsável pela próxima pandemia de influenza, cujo impacto é imprevisível. A taxa de ataque da população vai depender de inúmeros fatores, entre eles, qual o vírus circulante.

O agente etiológico da influenza aviária é um vírus RNA pertencente à família Orthomyxoviridae, gênero influenza A, que é encontrado em diversas espécies de aves, em humanos, suínos, cavalos e ocasionalmente, em outros mamíferos. Os vírus do tipo A são divididos em subtipos, de acordo com a natureza antigênica de sua hemaglutinina (HA) e da neuraminidase. Existem, pelo menos, quinze subtipos diferentes de antígeno HA e nove de antígenos neuraminidase. Há descrição de isolamento em aves de todos esses subtipos, nas mais diversas combinações. Entretanto, em mamíferos, apenas alguns poucos subtipos do vírus são encontrados. As novas combinações, resultado de

um rearranjo genético do vírus, permitiram uma fácil disseminação da doença em uma população que ainda não havia tido contato prévio com aquele subtipo do vírus.

A infecção simultânea de humanos ou suínos por vírus influenza aviários e humanos pode, teoricamente, gerar novos vírus com potencial pandêmico, como resultado da recombinação genética entre esses subtipos virais. Tais vírus híbridos podem ser capazes de expressar antígenos de superfície de vírus aviários para os quais a população humana não apresenta imunidade.

O antígeno HA é o mais importante, pois é responsável pela atividade hemaglutinante do vírus e pela aderência nas células susceptíveis. Além disso, os antígenos presentes na HA e na neuraminidase variam constantemente, o que dificulta o controle imunológico da doença. Salienta-se que o vírus influenza é capaz de permutações genéticas, variando, dessa forma, suas características de patogenicidade. Assim, amostras de baixa a média patogenicidade podem se tornar altamente patogênicas e causar a doença em humanos.

Todos os tipos de vírus H5N1 possuem uma série de aminoácidos básicos, no sítio de clivagem da HA, e são altamente letais para frangos, produzindo infecção sistêmica.

A HA do vírus influenza é sintetizada como um polipeptídio e, depois, clivada em HA1 e HA2 por proteínas do hospedeiro. A clivagem da HA é essencial para a infectividade do vírus porque este evento é o mediador da fusão entre o envelope viral e a membrana

endossomal. Entretanto, a relevância deste mecanismo para o H5N1 não é clara.

O vírus influenza é altamente contagioso e pode ser transmitido de diversas formas entre as aves: diretamente, a partir de secreções do sistema respiratório e digestivo, de animal doente para animal sadio; e, indiretamente, por equipamentos, roupas, calçados, insetos, aves e animais silvestres, alimentos e água.

Vigilância Epidemiológica da Influenza

Devido ao potencial do vírus influenza para causar epidemias e até pandemias, foi criada, em 1947, pela Organização Mundial de Saúde, uma rede mundial de vigilância do vírus da influenza. No Brasil, a partir de 2002, a vigilância passou a ser realizada pela Rede Nacional de Influenza do Ministério da Saúde (MS). Em agosto de 2002, foram implantadas duas unidades sentinela no Município de São Paulo, que se localizam no Hospital Infantil Menino Jesus (Região Central) e no Hospital José Storopolli (Região Norte).

Evidências epidemiológicas e moleculares sugerem que as aves domésticas sejam a fonte do vírus H5N1. Investigações revelaram que epidemias de infecção fatal pela influenza aviário ocorreram em granjas de frangos no nordeste de Hong-Kong, em

março e abril de 1997, um pouco antes do primeiro caso de infecção humana ter sido relatado. Subseqüentemente, epidemias similares foram detectadas em outubro, novembro e dezembro do mesmo ano, quase que ao mesmo tempo da epidemia em

humanos. A vigilância epidemiológica de Hong Kong detectou o H5N1 em, aproximadamente, 20% das amostras fecais de frangos e em 2% das de patos e gansos vendidos em mercados públicos. Cada uma das cepas isoladas dessas amostras foi letal para frangos. Esses achados implicaram as aves contaminadas desses mercados como a fonte da infecção pelo H5N1 em Hong-Kong.

A comparação entre todos os oito segmentos de RNA de vírus isolados de humanos e aves mostrou homologia de seqüências maior que 99%. A seqüência de acontecimentos e a relação temporal entre epidemias em aves e humanos sugerem fortemente a transmissão direta entre espécies, sem o envolvimento de um hospedeiro intermediário. Os vírus influenza humanos são, geralmente, transmitidos por inalação de gotículas de aerossol. Entretanto, aves excretam os vírus em suas fezes, mas não se sabe se a infecção pelo H5N1 é transmitida por inalação de vírus em aerossol, contato direto com fezes de aves domésticas ou por alguma outra via. É necessário destacar que a literatura apresenta estudos epidemiológicos que sugerem a transmissão entre humanos, mas com baixa eficiência.

Os objetivos da vigilância da influenza

_ Identificar e monitorar a propagação de variantes antigênicas do vírus da influenza.

_ Colaborar na produção da vacina contra a influenza pelo isolamento, identificação e seleção de cepas emergentes.

_ Monitorar as doenças associadas ao vírus influenza em seus vários aspectos epidemiológicos, por meio da vigilância continua.

_ Detectar de maneira oportuna e adequada surtos, epidemias e pandemias.

Notificação compulsória

De acordo com a portaria N° 33 de 14/07/2005 e portaria N° 5 de 21/02/06, da Secretaria de Vigilância

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