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Hipótese Pré-silábica

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Por:   •  13/3/2015  •  900 Palavras (4 Páginas)  •  248 Visualizações

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Hipótese pré-silábica

Inicialmente, quando ainda não percebem que existe relação entre a escrita e os aspectos sonoros da fala, as crianças tentam estabelecer uma ligação entre a escrita e as características físicas ou psicológicas do objeto representado (realismo nominal). Nessa fase, recorrem a desenhos e a outros sinais gráficos, formulam a idéia de que a escrita seria uma espécie de desenho. Por exemplo, utilizam muitas letras para escrever trem, porque se trata de um meio de transporte grande, e poucas letras para escrever bicicleta, por ser um meio de transporte pequeno. Costumam também utilizar apenas as letras do próprio nome, mudando a sua ordem para escrever coisas diferentes, ou acreditam que não se pode ler ou escrever utilizando menos de duas letras. Criam, enfim, uma série de outras hipóteses, de caráter tanto quantitativo como qualitativo, visando compreender o que significa a escrita do adulto.

Nessa fase, a criança começa a compreender, aos poucos, a diferença entre desenhar e escrever, mas ainda não consegue compreender a natureza do nosso sistema alfabético, no qual a grafia representa o som, e não as idéias como nos sistemas ideográficos.

Hipótese silábica

A partir dos conflitos vivenciados nas tentativas de compreender tal sistema, a criança se dá conta da existência de uma relação entre a escrita e os aspectos sonoros da fala e percebe a sílaba como segmento da fala, mas acredita que cada letra representa graficamente uma sílaba. Assim, cria a hipótese de que a cada som emitido na fala corresponde uma letra. Por exemplo, a criança usa três letras para escrever cavalo (CAO) ou quatro para escrever borboleta (BETV). Essa hipótese, denominada silábica, significa um grande avanço no processo de reconstrução desse sistema, pois ela já descobriu o que a escrita representa, faltando apenas compreender como ela é representada.

Nessa fase, a criança pode escrever sem fazer a correspondência da letra convencional com o seu respectivo som, como por exemplo, escrever VTILO, para papagaio. Quando consegue estabelecer essa relação escrevendo, por exemplo, PAGIO, ela já está mais próxima do princípio alfabético.

Hipótese alfabética

A partir do contato com diversas situações de escrita, mediadas por outros sujeitos letrados, a criança continua o processo de construção de hipóteses sobre o sistema de representação, até chegar à percepção de que as palavras possuem unidades menores que as sílabas, os fonemas, e que a cada fonema corresponde um grafema. Entretanto, não é de um momento para o outro que a criança percebe todos os fonemas. Alguns demoram muito mais a serem percebidos, como por exemplo o R, no final das palavras, ou os sons nasalizados.

Nesse processo, a criança também vai se apropriando dos aspectos gráficos da linguagem escrita, isto é, das letras, do uso de maiúsculas e minúsculas, da pontuação, da segmentação, da orientação da escrita. Assim, começa também a compreender as regras ortográficas e formular novas hipóteses.

Hipótese ortográfica

Quando a criança descobre que a base da escrita é fônica, a tendência é tentar reproduzir o som. Dessa maneira

Aspectos fonológicos envolvidos no aprendizado da escrita

Como vimos, um dos aspectos fundamentais do aprendizado da leitura e da escrita é a compreensão de que a língua é constituída de sons. Existe uma relação muito estreita entre os aspectos fonológicos e o aprendizado da leitura e da escrita. É, pois, muito importante desenvolver na criança a consciência fonológica, isto é, desenvolver a capacidade de refletir sobre a dimensão sonora da língua. É relevante esclarecer que não estamos falando em método fônico, mas em um trabalho com os aspectos sonoros do sistema alfabético de escrita.

Desde muito cedo, a criança tem a capacidade de ouvir e emitir uma infinidade de sons. Quando começa a falar, ela passa a fazer parte de um mundo em que as interações são mediadas predominantemente pela linguagem oral. À medida que se relaciona com os sujeitos de sua cultura e com os sons que eles emitem, ela seleciona alguns sons, restringindo esse repertório àquilo que permitirá o compartilhamento de significados com esses sujeitos. Dessa forma, os balbucios se tornam palavras que são compreendidas quando associadas aos objetos presentes. Nesse processo de construção de significados, a consciência do som que a criança tinha anteriormente vai se perdendo, à medida que ela se prende mais ao conteúdo da fala do que aos sons que emite ou ouve.

É dessa maneira também que nós, adultos, quando falamos, emitimos sons, sílabas, fonemas e palavras, juntamos fonemas em sílabas, sílabas em palavras e palavras em frases, prestando atenção apenas nas idéias, e não nos sons que emitimos. O mesmo acontece quando ouvimos: prestamos atenção apenas nos significados dos discursos, não nos sons de nossa fala.

Canções, poemas, parlendas, trava-línguas, cantigas de roda, quadrinhas, adivinhações, jogos e outras brincadeiras com a língua contribuem para tornar observável sua sonoridade, o que é muito importante na fase inicial de aprendizagem da leitura e da escrita. Além de constituírem situações lúdicas, são recursos para o desenvolvimento da consciência fonológica, pois apresentam rimas, aliterações, possibilidades de trabalhar a segmentação das palavras e de organizá-las numa seqüência com sentido e significado.

Na convivência constante com textos como esses, as crianças se apropriam da dimensão sonora da escrita e percebem, cada vez mais, a relação entre o que falamos e o que escrevemos, entre a quantidade e a qualidade das letras necessárias à escrita, reconhecem o valor posicional das letras nas palavras e a relação entre grafemas e fonemas. Assim, desenvolvem a consciência fonológica e se aproximam do sistema convencional ortográfico, com suas regularidades e irregularidades.

http://sites.aticascipione.com.br/letramento/artigos.asp?id_artigo=5&num_pagina=2

dia: 13/03/2015

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