Historia Da Educação Fisica

A História da Educação Física

(Prof. Mário André Sígoli – 08/02/2006)

Essa disciplina acadêmica investiga o surgimento das manifestações da cultura do movimento do corpo humano, o crescimento e desenvolvimento destas manifestações em diferentes períodos da história. Interpreta as influências da atividade física nas diferentes culturas e sociedades.

Ao estudar os diferentes períodos históricos e as diferentes sociedades, a história da Educação Física, analisa as condições do desenvolvimento sócio-econômico, cultural de cada povo ou era, pois estas características estão diretamente relacionadas com a cultura de prática de atividade física.

O estudo da história tem importante função no cotidiano profissional do professor de Educação Física. É um referencial dos acontecimentos da área no passado, que ensina com as glórias e vivências dos povos antigos, mas também alerta para os erros cometidos pelos nossos antecessores.

O que é História?

A história não deve ser apenas um amontoado de fatos, datas e nomes em uma seqüência cronológica, mas sim um instrumento para a discussão crítica do passado, comparando e analisando acontecimentos relevantes, que proporcionem soluções para problemas do presente.

A história humana é construída por evidências, achados, documentos, fontes primárias e depoimentos materializados por caracteres simbólicos conhecidos como escrita. Pode-se afirmar que a história humana teve início junto com a aquisição da habilidade de escrever e registrar os fatos do cotidiano. Isto teria ocorrido a aproximadamente 5 mil anos, mas o que teria ocorrido antes da escrita?

A arqueologia é a ciência que desvenda uma série de pistas e indícios sobre a vida humana anterior à escrita e levanta hipóteses sobre como teria sido o período pré-histórico.

A Evolução Humana E A Importância Das Habilidades Motoras

Acredita-se que há cerca de 12 milhões de anos, pequenos macacos com aproximadamente um metro de altura, viviam em diferentes regiões da Europa, Ásia e África. O desenvolvimento dessa espécie seria a chave para a evolução do homem.

O macaco, chamado de Ramapithecus, era dotado de algumas habilidades que o diferenciavam de outros macacos. Ele atirava objetos em seus inimigos, carregava seus filhotes nos braços e se apoiava nas patas traseiras para vigiar seu território. Em função da seleção natural (Teoria evolucionista de Charles Darwin), o Ramapithecus teria se tornado cada vez mais bípede e seus pés foram se adaptando a caminhar com segurança. Os filhotes adaptados a caminhar não conseguiam mais agarrar com os pés o pêlo de suas mães, com isso pela necessidade foi sendo aperfeiçoada a postura ereta, que liberou as mãos para carregar os filhotes.

A liberação das mãos do Ramapithecus foi um acontecimento evolutivo de grande importância. A evolução das mãos e das habilidades motoras que eles desenvolveram foram importantes para o aprimoramento do cérebro.

Com mãos livres o Ramapithecus passou, além de carregar filhotes, manipular ferramentas com objetivo de defesa e ataque, uma vez que não eram tão ágeis quanto seus predadores quadrúpedes. Usando pedaços de paus e pedras conseguiam se impor no meio ambiente agressivo.

Em seu processo evolutivo o Ramapithecus deu origem a diferentes espécies de descendentes. Fósseis com cerca de 3 milhões de anos revelam a existência do Australopithecus africanus, Australopithecus boisei e do Homo habilis.

Os arqueólogos acreditam que os três hominídeos sejam fruto de uma ramificação evolutiva do Ramapithecus, que teria ocorrido há cerca de 5 milhões de anos, devido a alterações climáticas e ambientais.

A espécie humana teria evoluído a partir do Homo habilis, enquanto os Australopithecus teriam sido extintos.

As evidências arqueológicas apontam para a África como o berço da humanidade e palco deste processo evolutivo que durou milhões de anos. No entanto, há um milhão de anos o Homo erectus, descendente aperfeiçoado do Homo habilis, iniciou um processo de migração da África para o mundo, espalhando seus descendentes pelo planeta.

Diversos descendentes tiveram origem a partir do Homo erectus, entre eles o Homo neanderthalensis (homem de Neanderthal). Porém apenas o Homo sapiens fossilis se perpetuou há aproximadamente 500mil anos e há 50 mil anos surgiu o Homo sapiens sapiens.

Apesar de diversas espécies de hominídeos terem sido contemporâneas e expostas às mesmas condições do ambiente, apenas o Homo sapiens evoluiu e sobreviveu até os dias atuais, isso deve-se ao seu desenvolvimento intelectual superior, que permitiu uma melhor adaptação aos obstáculos colocados pelo meio ambiente, pelo uso mais evoluído de ferramentas e armas, pela construção de abrigos mais seguros e pelo domínio do uso do fogo.

Atualmente, todos os homens pertencem a subespécie Homo sapiens sapiens. As variações físicas constatadas ocorreram devido a adaptações às exigências do meio, nas diferentes regiões do planeta onde o homem se instalou há

milhares de anos.Desta forma constata-se uma pigmentação da pele mais intensa nos habitantes de regiões com maior irradiação solar, assim como habitantes das frias regiões polares possuem mais gordura corporal, que serve como reserva energética e proteção térmica contra as baixas temperaturas.

Durante toda sua jornada evolutiva o homem teve como atividades de subsistência a caça e a coleta de raízes, ramos e frutos. Em função dessas atividades, o homem teve que desenvolver habilidades físicas específicas, tais como a corrida, os saltos, a natação, a escalada, o mergulho, o uso e lançamento de implementos (machado, lança, arco e flecha).

Cerca de 10 mil anos atrás o homem passou por um período de grande mudança em seu comportamento. A Revolução Agrícola foi a descoberta do plantio como recurso para a obtenção de alimentos. Este recurso fixou mais o homem em um mesmo local, pois antes a vida era nômade (quando a caça ficava escassa, o grupo migrava para outra região). O plantio gerou um excedente de produção, que alavancou um grande aumento da população humana.

No entanto, a fixação em um só lugar e o acúmulo de recursos trouxe problemas para o homem. A condição de fartura atraía a cobiça de outros grupos, que passaram a saquear as comunidades agrícolas. A necessidade de proteger seu grupo, sua lavoura e seus animais, levou o homem a intensificar sua preparação guerreira. A destreza humana pa manipular armas, que