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História Da Educação De Surdos

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Por:   •  2/3/2015  •  2.200 Palavras (9 Páginas)  •  686 Visualizações

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS.

A História da Educação Surda Ontem e Hoje

FERNANDOPOLIS

2015

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

A História de Educação Surda Ontem e Hoje.

Por: Paulo André Da Mata Costa*

A educação dos surdos é uma preocupação recente, não obstante á presença do cidadão surdo desde que a sociedade humana passou a existir, restando a ser estudada, uma história de séculos e séculos de descaso para com um ser humano que se comunica por intermédio das mãos.

Os surdos possuem uma história de presente, passado e futuro, mas quase todo o registro que se têm, como diz Nídia Sá (2004,p.6) é" a história dos surdos, contada pelos não surdos", e essa não é a história toda.

Para compreender melhor essa história, deve-se observar a definição de STROBEL (2009) para o termo povo surdo, que segundo ela é "grupo de sujeitos surdos que tem costumes, história, tradições em comuns e pertencentes às mesmas peculiaridades". (p. 6) Para essa mesma autora, a comunidade surda já é mais aberta, agrupando em seu seio pessoas não surdas ,

Para MESERLIAN E VITALIANO (2009) , a oralidade foi o que ocorreu de pior para a comunidade surda mundial, pois obrigou um grande número de povo surdo a usar um método que era para facilitar a vida dos ouvintes.

Esse texto vai explorar as diversas etapas da educação de um povo que foi sempre marginalizado, estigmatizado, esquecido, enquanto a história dos demais povos cuidava de criar a falsa ilusão de que eles eram lembrados.

Vamos começar nosso passeio histórico pela idade antiga, onde pouco se tem registrado a respeito do surdo, visto que ele era uma pessoa que, para a sociedade da época, fazia-se digno de dó, de caridade e, segundo DIAS (2006) "eram vistos como ineducáveis; em consequência disto, considerados como inúteis à coletividade." (in: MESERLIAN E VITALIANO, 2009 p. 2)

Apesar de começar esse passei pela idade antiga, faz-se nesessario registrar nesse texto as críticas de Strobel (2009), que diz que os períodos históricos conhecidos faz referencia apenas à sociedade europeia, e que os povos surdos, deveria ser estudados por uma outra vertente que divide o tempo histórico do povo surdo em revelação cultural , isolamento cultural e o despertar cultural.

Apesar do protesto é a autora quem argumenta que na Roma antiga, os surdos eram escondidos por suas famílias, ou trancafiados em moinhos para girar a manivela, visto que não eram perdoados pela sociedade, que implacável, os jogavam no rio Tiger, saindo de lá apenas aqueles que eram fisicamente mais forte que as águas. Os surdos eram acusados de estar sob feitiço ou sob castigo. Mas não somente na sociedade romana os surdos eram castigados no período médio, os gregos, por exemplo, os condenavam à morte lançando-os de cima dos rochedos de Taygéte.

Engraçado como a postura das sociedades variam numa mesma época. Segundo STROBEL (2009) o Egito e a Pérsia, tratavam os surdos de forma humanitária, pois criam que se tratavam de criaturas privilegiadas, enviados dos deuses, "porque acreditavam que eles comunicavam em segredo com os deuses". (p.18)

É nos trabalhos de STROBEL (2009) que vamos receber informações a respeito da educação surda pela idade média. Não que tenhamos algo inovador para contarmos a respeito dessa época, mas ela elenca algumas informações que apurou em suas pesquisas.

Nesse período os surdos eram delegados aos castigos das fogueiras, causavam curiosidade por parte da sociedade da época, não recebiam a comunhão por não poderem confessar seus pecados aos religiosos. Além disso o casamento entre surdos só era permitido se recebessem algum privilégio e autorização do Papa, pela condição social de destaque e honra.

Aos surdos eram negados benefícios sociais como o recebimento de uma herança, eles não podiam expressar o voto, nem tinha direito nenhum à cidadania.

Em 530 da era cristã, os monges beneditinos, na Itália, possuíam uma forma de sinais capazes de estabelecer uma comunicação entre eles, a fim de não violar o rígido voto de silêncio. Mas nada dizia respeito à comunicação com os surdos.

Segundo MESERLIAN E VITALIANO (2009) No início do século XVI temos registros das experiências do médico pesquisador italiano Gerolamo Cardano, que viveu no período de (1501-1576), o qual “concluiu que a surdez não prejudicava a aprendizagem, uma vez que os surdos poderiam aprender a escrever e assim expressar seus sentimentos” (p.2). STROBEL (2009) diz que "ele utilizava a língua de sinais e escrita com os surdos." (p. 19)

A primeira escola para surdos vai aparecer na Espanha (Strobel, 2009), em um monastério de Valladolit, onde vivia Pedro Ponce de Lion ( 1510 - 1584), esse monge se dedicou ao povo surdo. Para Strobel (2009) inicialmente Lion ensinava latim, grego e italiano, conceitos de física e astronomia aos dois irmãos surdos, Francisco e Pedro Velasco, membros de uma importante família de aristocratas espanhóis; Francisco conquistou o direito de receber a herança como marquês de Berlanger e Pedro se tornou padre com a permissão do Papa. Esse padre só atendia aos filhos de nobres espanhóis, os demais surdos eram subjulgados à miséria e desprezo social.

Os passos mais marcantes rumo a uma educação surda começam a aparecer como linguagem visível, na forma de alfabeto visual, através de Juan Pablo Bonet, em 1620, ao publicar o livro Reducción de las letras y arte de enseñar a hablar a los mudos, onde explicava como exercitar o educando para a emissão dos sons.

MESERLIAN E VITALIANO (2009) dizem que a tentativa foi valida, porém, a metodologia deixou muito a desejar, visto que a preocupação era a de ensinar o surdo a se comunicar com técnicas de ouvintes, uma tentativa de fazê-los falar e escrever como um ouvinte.

Depois que Bonet facilita os ensinamentos para com os surdos, vários outros nomes vão aparecendo no cenário histórico com suas colaborações, podemos citar John Bulwer (1614-1684) publicou “Chirologia e Natural Language of the Hand”, onde preconiza a utilização de alfabeto manual, língua de sinais e leitura labial, ideia defendida pelo George Dalgarno anos mais tarde. Esse autor acreditava que a língua de sinais fosse universal e icônica.

Durante

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