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Humilhação Social

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Por:   •  26/3/2015  •  2.586 Palavras (11 Páginas)  •  194 Visualizações

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HUMILHAÇÃO SOCIAL – UM PROBLEMA POLÍTICO EM PSICOLOGIA

José Moura Gonçalves Filho, aborda através da sua obra o sério problema político e social em estudo – A humilhação social. O autor se utiliza em sua discussão das colaborações trazidas pelo Marxismo e pela Psicanálise, que segundo ele “não poderia ser deixado de lado as colaborações trazidas pelo Marxismo e pela Psicanálise, apesar de deixar claro que ambos os métodos de investigação não se fundem ou confundem, apenas se complementam, se bem utilizados na ação investigativa.”

Na visão do Regime Marxista a questão da humilhação social busca a solução para os problemas de forma eficaz no âmbito social, ou seja, o homem em conjunto, lutando coletivamente. Já para os seguidores de Freud, adeptos da Psicanálise, entendem que o dilema da Humilhação Social inicia internamente no próprio indivíduo, resultado de pressões sofridas inconscientemente, e que só depois se exterioriza e passa a influenciar o grupo o qual pertence.

Como já foi dito, entendemos a partir desta pesquisa que a Psicologia Social, não considera o indivíduo isoladamente, mas sim, deste em grupo, em convivência com outros indivíduos, em sociedade. Assim ao tratarmos de determinados problemas, não devemos considerá-lo sobre um único ponto de vista. Mas considerarmos a investigação por ambos os lados, do homem como indivíduo e da sociedade.

Devemos entender que a humilhação social está diretamente ligada à questão da desigualdade de classes, sendo os seus resultados sentidos mais notadamente pelas camadas mais pobres da sociedade, constantemente expostos às mensagens de inferioridade social.

A fim de enfatizar a questão da humilhação social, o autor faz lembrar o depoimento segurança, estranhando quando este se encontra fora do contexto esperado, qual seja o de submissão e contentamento por recompensas mínimas. De outro, o cidadão empobrecido, que mesmo quando eventualmente tem a oportunidade de gozar de certos privilégios, normais aos mais abastados, são dotados de complexos de inferioridade e aceitam com facilidade serem diminuídos, como se já fosse o comportamento esperado pelos demais. Esses fenômenos ocorrem diariamente em vários lugares, tais como cinemas, restaurantes teatros, shoppings etc. O homem pobre sente-se marginalizado e adota uma atitude passiva, temendo ser mal compreendido e, em consequência, socialmente humilhado; enquanto que o homem rico, visando a preservação de seu patrimônio e poder de posição, evita se relacionar demasiadamente com os integrantes da classe baixa, sendo que os abastados que infringem tais “regras” são vistos com desconfiança pela própria classe, tornando-se também alvos da humilhação social.

José Moura explana sobre a facilidade que o homem possui de receber regras impostas pela sociedade e que o expõe em humilhação social. Discorre sobre a ausência de elementos que justificariam a noção de superioridade de alguns indivíduos em relação a outros, sobretudo os pobres e, não raras vezes, com bastante naturalidade. Questiona também sobre o desequilíbrio político existente, que aceita a imaginária superioridade, opinião do frentista Sr. Gerônimo, natural de Arapiraca, cidadezinha do estado de Alagoas, em entrevista realizada por Ruth Rosenthal. Na entrevista, o imigrante nordestino reclama da falta de solidariedade e frieza dos indivíduos dos centros urbanos, lembrando com tristeza de seus familiares e conterrâneos, revelando os sofrimentos e humilhações aos quais os pobres são constantemente submetidos, principalmente, nas grandes metrópoles.

Segundo Gonçalves Filho, salvo raras exceções, “o homem só investi nas questões sociais, quando estas lhes são convenientes de algum modo ou lhes reverta em algum benefício, além de abordar sobre a desvalorização gradativa do ser humano pelo que simplesmente é e recordar das pequenas atitudes e hábitos saudáveis do passado.”

Trazendo uma profunda reflexão sobre a supervalorização de aspectos, como salários e a saúde, chamam a atenção para a alienação trabalhadora, fazendo com que o mesmo se identifique como uma simples “coisa” ou uma máquina, que vale pelo produz e pela força braçal que é capaz de exercer, nada mais, devendo se contentar com o mínimo.

Ainda no texto em questão aprendemos sobre alguns sintomas da humilhação social, como aqueles manifestos em ambientes públicos, onde a pobreza é diretamente verificada e identificada com certos tipos de atividades. De um lado, o cidadão abastado vê no pobre uma ameaça à sua tranquilidade e a também imaginária inferioridade dos menos favorecidos, penosas e mesmo degradantes.

A DESIGUALDADE E A INVISIBILIDADE SOCIAL NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

O artigo de Ava da Silva Carvalho Carneiro tem por objetivo central a análise da desigualdade social e uma de suas consequências, qual seja, a invisibilidade social. A análise é feita a partir de uma interlocução entre a Sociologia e a Psicologia, contando com a colaboração de Jessé Souza e Fernando Braga da Costa.

Inicialmente, aborda a autora sobre como o sociólogo Jessé Souza tece críticas a outros autores que ofertam conceitos limitados sobre o assunto e não adentram profundamente nas questões em comento, deixando de apresentar a verdadeira origem da desigualdade social, trazendo ainda a experiência vivenciada pelo psicólogo Fernando Braga da Costa quando cursava a disciplina de psicologia social durante sua graduação, qual seja a de experimentar a sensação de invisibilidade ao se disfarçar de gari na USP, assunto já comentado em linhas anteriores. Segundo Ava da Silva, o psicólogo utiliza-se de textos clássicos da sociologia, antropologia e filosofia para explicar a invisibilidade social enfrentada por estes profissionais.

Jessé Souza aduz que é necessário articular a história de vida desses sujeitos invisíveis com teorias sólidas, buscando explicações macrossociológicas para compreender a constituição social dos brasileiros. Após proceder a algumas análises sobre as respostas ofertadas por outros autores de renome, identificando mais ou menos com algumas, Souza arrisca a dar a sua própria resposta para a questão da histórica desigualdade existente no país, conforme a leitura a seguir:

“Uma especificidade importante da modernidade periférica – da nova ‘periferia’ – parece precisamente o fato de que, nestas sociedades as ‘práticas’ modernas são anteriores às ideias ‘modernas’”. (SOUZA, 2003). O Brasil moderniza-se de “fora para dentro”; não é a atitude, nem o comportamento dos brasileiros que conduzem ao processo de modernização do país, mas sim, a adoção

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