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ILHA DAS FLORES

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Por:   •  10/3/2014  •  1.310 Palavras (6 Páginas)  •  3.723 Visualizações

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Ilha das Flores: uma visão degradante da sociedade

Retrato atual e dinâmico da realidade socioeconômica do Brasil e do mundo, o curta metragem ''Ilha das Flores'', de Jorge Furtado, mostra-nos de maneira cruel e irônica as consequências negativas que o presente sistema econômico traz para a vida da sociedade e daqueles que estão tão profundamente excluídos dela que passaram a ser colocados abaixo de porcos em uma lista de prioridades, perdendo sua dignidade humana e sofrendo um lento processo de degradação dos direitos humanos.

Os fatores que levam a este esquecimento das necessidades básicas para a existência da humanidade são simples e apoiam-se na lógica capitalista distorcida que, provendo-se do lucro e estimulando a cada dia uma maior exclusão social, traz consigo as desigualdades. Inseridos nesta linha de pensamento passemos, então, a discutir também sobre o progresso e que tipo de razão utilizamos como mecanismo evolutivo para termos chegado a atual situação precária da qual participamos.

O curta nos mostra de forma contundente como o sistema capitalista contribui para a desigualdade e a indiferença com a necessidade alheia. Através de fatos corriqueiros, ele narra à trajetória de um simples tomate, desde a sua plantação até ser jogado fora. Deixa claro o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho, onde seres humanos, que numa escala de prioridade estão depois dos porcos, são obrigados a procurar no meio dos detritos, durante cinco minutos, alimentos repletos de doenças que possam vir a ser meio de subsistência.

Diferentemente dos antigos conceitos que afirmavam ser a causa da pobreza natural, ou seja, resultado da determinação “divina”, os pensadores reiteram que a pobreza é tão somente o resultado da desigualdade social. Karl Marx, em sua eloquente dialética, aponta os efeitos da contradição entre o capitalismo e a classe trabalhadora. Ele afirma categoricamente que a exclusão e a desigualdade são frutos do nosso sistema econômico. Já para Durkheim, a questão da desigualdade social, os valores humanos construídos no sistema capitalista e a solidariedade social dão-se a partir do elo entre indivíduo e sociedade pela divisão social do trabalho.

As desigualdades sociais e toda perversidade de um sistema são provocadas justamente por seres humanos que procuram viver em seus casulos de forma egocêntrica, fingisse não ver a realidade da exploração do homem sobre o homem. Esquecendo-se da solidariedade e afeto entre seus semelhantes. Infelizmente, explorar a miséria humana faz parte desse sistema, faz parte do "processo natural da sociedade".

Toda essa contraditória, obriga-nos a repensar a vida, o mundo e a nossa participação, contribuição e negligência sobre tudo o que acontece. Até que ponto nós também somos responsáveis?

Somos 100% responsáveis, pois o que é a sociedade e suas características senão um reflexo de nossos pensamentos e atitudes. Com nosso ego inabalável julgamos ser os mais evoluídos e progressistas dos animais, contudo, ao dividirmos e classificarmos os grupos humanos de acordo com seu papel social deixa-se uma parcela da população negligenciada. E não possuindo a mínima condição de escolha, percebemos que não há como assimilar progresso e evolução com o desenvolvimento humano dentro desta imodicidade que o contexto socioeconômico vigente prega.

O documentário “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado produzido em 1989, é de uma rara profundidade que exprime toda a banalização a que foi submetida o ser humano, por mais racional que este seja. Um ácido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho. A lamentável condição de sue existência dos habitantes da Ilha das Flores deixa as pessoas pasmas. A ideia do curta-metragem é mostrar o absurdo desta situação. Seres humanos que, numa escala de prioridade, estão depois dos porcos. Mulheres e crianças que, num tempo determinado de cinco minutos, garantem na sobra dos porcos (que por sua vez, alimentam-se da sobra de outros seres humanos com condições financeiras de escolher o alimento) sua alimentação diária.

A obra Ilha das Flores é rica em informações reais (às vezes chega a ter um caráter didático), e ao mesmo tempo, segue a trajetória fictícia de um tomate: plantado, colhido, vendido a um supermercado, comprado por uma dona-de-casa, rejeitado na hora de fazer um molho para o almoço, jogado no lixo, levado para a Ilha das Flores, rejeitado pelos porcos, e finalmente, encontrado por uma criança com fome.

A desigualdade social e toda perversidade de um sistema são provocadas justamente por seres humanos que procuram viver em seus casulos de forma egocêntrica e egoísta, fingindo não ver a realidade da exploração do homem sobre o homem, esquecendo-se da solidariedade e afeto entre seus semelhantes. Daí a afirmação no início do curta da não existência de Deus. Infelizmente, explorar a miséria humana faz parte desse sistema, faz parte do “progresso natural da sociedade”. Uma prova disso é que o diretor não precisava ir tão longe para ver a crueldade e a miséria do homem, bastava colocar uma câmera em sua janela de casa.

A noção de progresso é o anteparo usado pelo filme para estabelecer propositalmente uma relação insolúvel na sociedade capitalista. A capacidade criativa e o decorrente progresso são conjugados com os diversos aspectos que envolvem a vida em sociedade. O lixo é capaz de unir- e não separar como normalmente – a “parte limpa” com a “parte suja” do filme. Logo, confirma-se uma incompatibilidade entre progresso e desenvolvimento humano. O espectador sente o sabor da simples profundidade sugerida pelo filme. É uma provocação ao raciocínio social imediato, à propriedade privada, ao lucro, ao trabalho, à exploração, à relação entre progresso criativo e, consequentemente, tecnológico (criação e evolução estão intimamente ligados) e ao desenvolvimento social e humano. Passados quase vinte anos após a sua produção, o curta ainda é bastante atual. O documentário é narrado pelo ator Paulo José e foi aclamado pela crítica, vencendo vários prêmios.

Estudamos sobre o progresso que ocorre no mundo com a revolução industrial e ao assistirmos este filme ficamos perplexos com o egoísmo, a ganância e a falta de solidariedade e amor ao próximo. Por falta de amor ao próximo é que o diretor do filme diz que “Deus não existe”. Fica claro no filme a perversidade de um sistema que cada vez mais aprofunda as desigualdades e injustiças sociais.

Tudo começa com um produtor de tomates que colhe toneladas de tomates, que se transforma em molhos, que são vendidos no supermercado e muitas pessoas compram esses tomates e uma delas é uma mulher que revende perfumes. Desses tomates comprados com o dinheiro do lucro pela revenda de perfumes, um tomate considerado impróprio para consumo de sua família, vai para o lixo e depois para o lixão. No lixão há porcos que comem o lixo. Esse lixão fica numa cidade de Porto Alegre, onde moram pessoas que são muito pobres e por isso têm que catar comida do lixo. Elas têm cinco minutos para catar a comida do lixo.

Entravam em grupo de dez pessoas para conseguir pegar o resto deixado pelos porcos. O que inclui o tomate, que servirá de alimento para uma criança faminta. Isso porque os porcos comiam o lixo antes das pessoas. Por mais racional que seja o ser humano os porcos têm prioridade na hora de alimentar-se. Para chamar atenção sobre o risco que as pessoas correm ao comer o alimento retirado do lixão o autor relembra o césio encontrado na cidade de Goiânia que contaminou várias pessoas resultando em sérias consequências para a saúde das mesmas.

Isso acontece porque alguns de nós somos egoístas, não sabemos dividir o que temos se soubéssemos hoje as pessoas da “Ilha das Flores” e todo o resto das pessoas que dependem do lixo, não estariam nessa situação humilhante.

Trata-se de uma dura e real situação vivida por muitos brasileiros e pessoas em vários lugares do mundo.

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