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JUVENTUDE E DROGAS

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Por:   •  18/3/2015  •  4.707 Palavras (19 Páginas)  •  301 Visualizações

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JUVENTUDE E DROGAS: UMA OUTRA ABORDAGEM

Bruna Nunes da Costa Triana

Lucas Amaral de Oliveira1

CONTATO:

bru_triana@hotmail.com

lucas_amaral_oliveira@hotmail.com

RESUMO: O objetivo deste trabalho é efetuar uma releitura crítica da

problemática das drogas na realidade brasileira, mediante o ponto de vista das

diversas áreas das ciências humanas. Para isso, erigiremos cinco momentos

que se intercalarão em debate, tentando descortinar a noção monista, simplista

e reducionista que liga droga, violência e juventude de maneira acriticamente

mecânica. Nas duas primeiras partes deste trabalho, levaremos em conta quais

são os referentes comumente usados hoje em dia para se delimitar o que é

droga, seja rotineira ou juridicamente falando; ademais, como são postas as

políticas de repressão cujo desígnio é deter o aumento do consumo e comércio

destas substâncias chamadas ilícitas. Neste primeiro momento, portanto,

buscaremos, senão respostas, algumas hipóteses para estes questionamentos.

Num segundo momento, analisaremos a ligação dicotômica da figura do jovem

com a violência e, assim sendo, de que forma se dá a associação tráficoviolência.

Neste ponto, consideraremos a forma que os meios de comunicação

vêem esta relação e como ela é percebida, mesmo no interior do debate

acadêmico, ainda de modo maniqueísta e, podemos até dizer, funcionalista.

Posteriormente, queremos perceber como os educadores lidam com este

assunto tão controverso, que é o das drogas, em suas práticas pedagógicas;

isto é, qual é a influência que sofrem dos meios externos formadores de

opiniões? Por fim, faremos uma análise de todos estes momentos com a

temática do consumo de drogas como busca de prazer, alinhando as

discussões tecidas nos momentos anteriores e estabelecendo alguns subsídios

para se pensar esta problemática através de uma outra abordagem.

Palavras Chave: Juventude; Drogas; Tráfico; Violência.

1. O QUE SÃO DROGAS?

Primeiramente, para tratar da questão das drogas, é fundamental

delimitarmos e conceituarmos nosso objeto. “Do ponto de vista orgânico,

drogas são aquelas substâncias que possuem a capacidade de alterar nosso

estado de consciência, nossa percepção” (CARLINI-COTRIM, 2002, p.72).

Para os meios de comunicação de massa, drogas são determinadas

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Alunos de graduação do 3° ano de Ciências Sociais da UEL. E-mails:

bru_triana@hotmail.com e lucas_amaral_oliveira@hotmail.com.

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substâncias que estão proscritas por lei (crack, cocaína, maconha).

Juridicamente conceituada, drogas são substâncias que alteram o estado

psíquico, físico e mental do consumidor e que causam dependência química e

física. A mídia se utiliza dessa definição legislativa, considerando drogas todas

as substâncias proibidas por lei, e propaga todos os dias, através dos

noticiários da televisão ou dos jornais, muitas situações ligadas diretamente,

através de uma lógica banal de causa-efeito, com o mundo da droga: número

de mortos, traficantes e usuários em guerra, o número de dependentes

aumentando, os quilos apreendidos no intermédio do tráfico, etc.

No entanto, “a droga não é um problema em si, ela é também o

problema da construção social, de construção das comunicações que se fazem

em torno dela” (BOLOGNA, 2002, p.85). O uso de substâncias ilícitas está

relacionado à própria visão de mundo de um grupo social e à construção de

uma identidade individual e cultural. Por exemplo, os que consomem

anabolizantes, atualmente, se voltam para a virilização da ética e, sobretudo,

da estética. Numa lógica totalmente contrária, como aponta Sabino (2000, p.2),

drogas como maconha, cocaína, heroína, entre outras, são “consideradas

substâncias causadoras da perda de autocontrole (...), sendo responsáveis

pela concepção (...) de que seus usuários são pessoas com conduta sem freios

beirando a loucura, enfim, conduta que poderia ser denominada dionisíaca”.

Ainda, a atenção em torno do uso dessas substâncias aumenta cada

dia mais, principalmente devido à ligação que os meios de comunicação fazem

de jovens mortos com o envolvimento com drogas. Nesse sentido, não é mais

possível se perguntar “por que as pessoas usam drogas?” e “que significado

isso tem para os indivíduos”. Nem, tampouco, é mais possível se contentar

com respostas simples apresentadas a essas questões, pois elas só costumam

concluir pelo “erro”,

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