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MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

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Por:   •  31/3/2014  •  1.981 Palavras (8 Páginas)  •  451 Visualizações

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MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

O artigo de Daiane Melo de Castro evidencia o movimento de reconceituação do Serviço Social do Brasil e ao mesmo tempo buscam suas origens e marcas conectadas à Igreja Católica, seus movimentos, focando no marxismo. Reconceitua a crítica do Serviço Social tradicional e o esforço de construção de uma teoria e práxis do Serviço Social, destacando a realidade latino-americana e sua ideologia, conservacionismo e renovação. No Brasil, o Serviço Social originou-se da ação da Igreja Católica e das transformações econômicas e sociais que experimentaram a sociedade brasileira, quando surgiu ás primeiras escolas de Serviço Social fundadas por grupos cristãos, os alunos eram de classe média em busca de uma profissão gratificante e remunerada.

O Serviço Social brasileiro reconceituado, nada mais é que a proposta de atuar sobre às causas revolucionando o sistema, apropriando-se da metodologia de trabalho americano e introduzindo nos currículos das escolas o Serviço Social de comunidade, impactando as teorias e práticas desenvolvimentistas; do ponto de vista metodológico, a ONU e OEA (décadas de 50, 60 e início de 70) forneceram técnicas, projetos, cursos, seminários e alcance de ampla literatura que foram adotadas pelas escolas de Serviço Social no ensino relacionado ao desenvolvimento da comunidade.

Outros projetos foram inseridos dando suporte ás instituições públicas como: SUDENE, SUDAM e SUDERSUL, sendo de livre iniciativa da igreja católica, que se deparou com inúmeros problemas na população subdesenvolvida, como: baixo índice de renda, ausência de infra-estruturas de saneamento, analfabetismo, saúde e educação precária.

O marxismo é introduzido nas universidades e o Serviço Social retrocede quanto á filosofia do desenvolvimentismo, surgem perguntas, críticas ao Serviço Social tradicional e novas ideologias, segundo o olhar aguçado de (FALEIROS; 2004).

Em 1964, no Brasil acontece o encontro regional de escolas de Serviço Social (nordeste), sendo a primeira manifestação grupal de crítica ao Serviço Social tradicional e ensaio da reconceituação, onde docentes e profissionais situam os métodos de intervenção face á realidade subdesenvolvida daquela região. É constituída a elementar expressão do processo de renovação do Serviço Social no Brasil.

Os dois documentos: Araxá (19-26/03/1967) e Teresópolis (10-17/01/1970) podem ser considerados como renovadores do Serviço Social no Brasil, questionando ás tendências políticas da ditadura.

Observamos a ruptura com a herança conservadora, legitimando a ação profissional do Assistente Social e a ampliação dos serviços voltados para os usuários, à abrangência das implicações políticas de sua prática profissional e a polarização pela luta de classes, conquistando o intercâmbio teórico e a prática renovada politicamente correta; constituindo elemento decisivo para superar o voluntarismo, a prática rotineira e burocrática, as tendências empiristas, o alheamento do modo de vida do povo e o desconhecimento do saber popular. (IAMAMOTO,1995).

Devemos refletir e assimilar que o objetivo geral do Serviço Social e a ação que transforma e liberta do antigo sistema que dominava, conceitua o Serviço Social como uma práxis que precisa atuar em busca de mudanças, onde a teoria, ideologia, práxis e ciência estão interligados, de tal ordem que a ideologia determina à práxis e o processo científico constitui-se na sistematização da práxis, levando a idéia que não existe conhecimento sem transformação e transformação sem conhecimento.

No processo de reconceituação, o Código de Ética no Brasil tem duas vertentes: uma vinculada direta com a classe trabalhadora e a outra para os trabalhadores na defesa de seus direitos. Em 1986, a versão aprovada pelos então Conselhos Federal de Assistentes Sociais; como diz sua introdução, "a nova ética é resultado da inserção de categoria profissional na luta da classe trabalhadora".

A nova Constituição do país estava em discussão, sendo aprovada em outubro de 1988. O Código reafirma a defesa dos direitos sociais e da participação dos usuários no contexto democrático, como uma definição mais clara dos direitos e deveres profissionais. No ano de 1993, é aprovada uma Lei (nº. 8.862) que dispõem sobre Regulamentação da Profissão que se consolidou uma perspectiva de transformação social e um projeto ético-político da profissão que tem profundas raízes no movimento de reconceituação do Serviço Social. A reforma curricular aprovada em 1979 pela Assembléia da Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social, implementada a partir de 1982 defendeu uma perspectiva de "visão crítica e comprometida com a transformação social". Buscou-se estruturar a formação em uma articulação de teoria- histórica metodologia- pesquisa. Na reforma de 1998-2000 busca-se a formação de um profissional generalista, em ruptura com as especializações (NETTO, 2005).

Conforme afirma (NETTO, 2005) entre as principais conquistas a recusa do profissional de situar-se com um agente técnico puramente executivo (quase sempre um executor terminal das políticas sociais) o Serviço Social reivindicou atividade de planejamento para além dos níveis de intervenção micros sociais valorizando o estatuto intelectual do Assistente social (abriu espaço para inserção na pesquisa com atributo também do Serviço Social). Assentou as bases da requalificação profissional rechaçado à subalternidade expressa então na divisão entre os teóricos e os executores profissionais da prática.

Na crítica em relação aos desafios, destacam-se os que não se apropriam ou não estão se apropriando corretamente do referencial teórico com qualidade para uma apreciação crítica e teórica da sociedade na sua historicidade, estão impedindo a previsão, projeção e a efetivação de um trabalho que rompa com práticas conservadoras e tradicionais. Como desafio, temos a necessidade de concluir um trabalho dinâmico de transformação das relações sociais, resistir a ordem dominante e promover a cidadania e a democracia, produzindo análises concretas para que a reconceituação siga sendo questionada como movimento na tradição crítica (FALEIROS, 2004).

A fase da reconceituação foi apontada por análises críticas ao Serviço Social tradicional e ao sistema que vigorava, envolvendo crises, impasses e adquiriu vitalidade com indagações, protestos, reelaborações que tracejaram diferentes fases, promovendo rupturas e reclamando novos posicionamentos que promovessem mudanças circunstanciais e apropriadas.

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