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Matrizes Curriculares dos cursos de Secretariado Executivo do Brasil

Por:   •  11/5/2016  •  Artigo  •  4.999 Palavras (20 Páginas)  •  475 Visualizações

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Grupo Temático 4 - Formação Profissional; Ensino, Extensão e Pesquisa em Secretariado.

 

Matrizes Curriculares de cursos de Secretariado Executivo: que profissional as universidades brasileiras formam?

   

Resumo  

O Secretário Executivo vem ganhando cada vez mais evidência no mercado de trabalho. Dado que há atribuições de novas responsabilidades a esse profissional nas organizações nos dias de hoje, tem-se, obviamente, uma adequação dos cursos de graduação em Secretariado Executivo com vistas a formar egressos que atendam às demandas mercadológicas. Partindo, pois, do pressuposto de que os conteúdos curriculares definem parte das características do perfil dos profissionais que as Instituições de Ensino Superior formam, as matrizes curriculares seriam uma forma de operacionalizar tais conteúdos, com vistas a desenvolver no futuro profissional determinadas competências. Sabino e Rocha (2004) postulam que, no que se refere ao profissional de Secretariado Executivo, tais competências se dariam em dois âmbitos: técnico e comportamental. Nesse sentido, considerando as matrizes curriculares como formadoras do perfil profissional do egresso, escolhemo-nas como objeto de estudo. Esta pesquisa buscou, assim, identificar e analisar, por meio das matrizes curriculares dos cursos de graduação em Secretariado Executivo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da

Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOSTE), o perfil profissional de Secretário Executivo que está sendo construído na atualidade. Tais instituições atualmente são referência nacional na formação de Secretários Executivos e influenciam os outros cursos do país, uma vez que, segundo a classificação do MEC, elas obtiveram as maiores pontuações no Enade 2012 (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes). O estudo dividiu-se em três etapas: identificação das três Instituições de Ensino Superior que obtiveram as maiores notas no Enade 2012, segundo sistema e-MEC; coleta das Matrizes Curriculares - do ano de 2013 - via sites das Instituições; e análise quantitativa e qualitativa das matrizes, com a categorização das disciplinas. Além disso, foi feito um levantamento bibliográfico acerca da formação e do perfil do egresso de Secretariado Executivo de acordo com a Lei das Diretrizes e Bases da Educação para subsidiar nossas análises. A partir do trabalho empreendido, verificamos que, embora avaliadas com conceito máximo em um mesmo exame nacional, cada Instituição de Ensino Superior forma profissionais com um perfil diferente, singular, o que nos leva a afirmar que não há uma formação padrão, assim como não há um perfil padrão de Secretário Executivo.

Palavras-chave: Secretariado Executivo, Matrizes Curriculares, Perfil Profissional.  

 

1 - Introdução

Este artigo deriva de um projeto de pesquisa intitulado: “Introdução do estudante de Secretariado Executivo no universo da pesquisa científica: possibilidades de estudos acerca da profissão”. Trata-se de um trabalho realizado, com o financiamento da CAPES, no programa denominado Jovens Talentos para a Ciência. Esse programa objetiva fomentar no estudante calouro o interesse pela ciência. Assim, com o objetivo de desenvolver um estudo em torno de uma temática concernente à área secretarial, nosso intento foi identificar e analisar, por meio de Matrizes Curriculares (MC) de três cursos de Secretariado Executivo no Brasil, o perfil profissional que está sendo construído na atualidade.

Partimos do pressuposto de que os conteúdos curriculares definem parte das características do perfil dos profissionais que as Instituições de Ensino Superior formam, de modo e que as MC seriam uma forma de operacionalizar tais conteúdos, com vistas a desenvolver no futuro profissional determinadas competências. Sabino e Rocha (2004) postulam que, no que se refere ao profissional de Secretariado Executivo, tais competências se dariam em dois âmbitos: técnico e comportamental. Assim sendo, foi considerando as MC como formadoras do perfil profissional que as escolhemos como objeto de estudo.  

Cabe ressaltar que, algumas vezes, a profissão de Secretário Executivo não é percebida e compreendida como uma assessoria que contempla habilidades gerenciais e administrativas; ao contrário, é comum observar uma concepção dessa carreira atrelada à subserviência. Esse quadro pode ser justificado pelo próprio histórico da profissão, posto que, a partir da inserção da mulher no ofício, tal carreira passou a ser vislumbrada pela execução de tarefas rotineiras, quando se demandavam apenas atribuições técnicas da detentora do cargo (REIS, 2012). Assim sendo, é importante entender a construção do perfil profissional do Secretário Executivo na atualidade, perfil este que passa pelas competências que são desenvolvidas quando da formação desse graduado e vai justamente buscar desconstruir uma imagem estereotipada e negativa em torno da profissão.

Nesse sentido, buscou-se analisar as matrizes curriculares da Universidade Federal de Viçosa (UFV), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Oeste do Pará (UNIOSTE), as quais atualmente são referência nacional na formação de Secretários Executivos. Elas influenciam, de certo modo, os outros cursos do país, uma vez segundo a classificação do MEC (sistema e-MEC)[1], elas obtiveram as melhores classificações no Enade 2012 (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).  

Desse modo, as três matrizes selecionadas foram das universidades federais melhor avaliadas no Enade, e é sobre o Referencial Teórico que norteou nossas análises que trataremos no capítulo a seguir.  

 

2 – Referencial Teórico

2.1 – A profissão de secretariado

A profissão de secretário surgiu com os escribas na época da Dinastia Macedônica, sendo, então, exclusivamente exercida pelos homens. Segundo Sabino e Rocha (2004), o escriba dominava conhecimentos diversos além da escrita, como a matemática, a história e a literatura do seu país, o domínio de outras línguas, a contabilidade e os processos administrativos, detendo cargos de grande prestígio na sociedade, sendo demandados até mesmo por Imperadores.  

Esse cenário se manteve até a Primeira Guerra Mundial, quando os homens precisaram abandonar os postos de trabalho e irem para a guerra. Logo, as empresas começaram a contratar mulheres para assumir o ofício de secretariar, o qual anteriormente competia aos homens. Devido ao êxito que elas obtiveram na execução das tarefas nos escritórios, conquistaram definitivamente o cargo de secretárias, e portanto, a profissão tornou-se, segundo Reis (2012), eminentemente feminina. Porém, a entrada da mulher levou a uma certa desvalorização da profissão. De acordo Reis (2012), tal fato aconteceu porque, como elas faziam parte de uma classe socialmente considerada inferior, desprovida de acesso ao conhecimento formal, às mesmas eram pagos salários inferiores, o que estimulava as organizações a contratarem as mulheres para aquele cargo, mas não necessariamente valorizarem-nas como profissionais.

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