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Memorial De Formação

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Por:   •  9/10/2013  •  3.105 Palavras (13 Páginas)  •  437 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho relato a minha trajetória de vida pessoal e profissional, as influências que interferiram em minha formação moral, social, emocional e intelectual.

Relato também o que me levou a participar do curso de Pedagogia e ingressar na área da Educação, ressaltando a importância dos conhecimentos adquiridos para minha transformação como profissional e pessoa.

CAPÍTULO I: HISTÓRIA DE VIDA

Meu nome é Sheila da Silva e hoje estou com 31 anos de idade. Nasci na cidade de São Paulo, em 23 de julho do ano de 1980. Descendo de uma família humilde vinda da região nordeste. Sou a primogênita de três filhos. Minha mãe se chama Francisca Raimunda de Silva e teve extrema importância em minha formação.

Minha infância foi um pouco conturbada, pois meu pai era uma pessoa com uma personalidade muito difícil e a mentalidade machista, tornando a convivência em família tumultuada. Isso acabou resultando em agressões físicas e psicológicas em minha mãe e eu. Meus irmãos eram pequenos e não foram agredidos, mas presenciaram tudo. A família estava desmoronando e a alternativa adotada por minha mãe foi a separação. Mas o que parecia fácil se tornou uma verdadeira batalha entre os dois, isso, porque ele não queria separar e usou de ameaças de morte para que minha mãe tivesse medo. Funcionou. Ela estava sozinha em São Paulo, pois sua família havia permanecido no nordeste e sem ninguém para ampará-la, acabou por suportar as agressões e ameaças calada durante muito tempo. Presenciei várias cenas de espancamento sofridas pela minha mãe que acabava me batendo para que meu pai não o fizesse. Foram anos de sofrimento até que Deus ouviu os nossos apelos e colocou algumas pessoas amigas em nossas vidas para ajudar minha mãe na saída de casa. Também não foi uma tarefa amigável, pois quando meu pai já tinha aceitado a separação, no momento que minha mãe foi buscar as coisas dela dentro da antiga casa, ele a esfaqueou. Foi um momento trágico presenciado por meus dois irmãos. Graças a Deus ela sobreviveu e conseguiu sair, sendo que ele foi mantido afastado de nós por ordem judicial.

Meu pai já faleceu. Minha mãe se casou novamente com uma pessoa maravilhosa que eu tenho orgulho de chamar de Meu Pai. Por motivos de diferenças de opiniões este relacionamento também acabou há alguns anos, mas a amizade continua até hoje.

Em minha adolescência, vivida durante o segundo relacionamento de minha mãe, passei pela fase de rebeldia sem causa. Como era a mais velha fiquei com muitas responsabilidades para ajudar minha mãe. Ela trabalhava o dia inteiro e ficávamos durante todo o período na escola. Já em casa procurava ajudá-la nos cuidados com a casa e nas lições de casa de meus irmãos. Nós, crianças, brigávamos muito e quando dona Francisca chegava em casa, cansada do dia de trabalho, tinha que resolver as confusões. Como a paciência já havia se esgotado ao longo do dia a solução para sossegar era a surra. Em casa, pendurada atrás da porta ficava o instrumento de horror pra as crianças: uma cinta de couro preta. Doía muito, mas funcionava perfeitamente. A casa ficava um silêncio e minha mãe podia descansar.

Sempre fui muito dedicada a tudo que fazia e perfeccionista. Gosto das coisas do meu jeito. È difícil conseguir que os outros acompanhem nosso jeito de agir e pensar, por isso, em vez de esperar os outros fazerem, eu mesmo coloco a mão na massa. Tenho outra característica marcante de personalidade que carrego desde pequena: o nervoso. Sou nervosa ao extremo. Qualquer coisa me tira do sério. Isso me trouxe muitos problemas na infância e adolescência, pois sempre ficava emburrada pelos cantos. Era chamada de chata, estressada, mimada, nojenta, bicho do mato e diversos outros adjetivos nada agradáveis. Os médicos diziam que eu deveria fazer terapia, mas minha mãe não tinha dinheiro para tratar o que chamavam de “doença de rico”. A vida foi fazendo meu tratamento. Acho, avaliando hoje, que tudo foi fruto da vida conturbada que levei. Toda aquela situação não era confortável para mim, mas não podia reclamar. Calava-me. Guardava tudo dentro de mim. Mas tudo que fica acumulado um dia explode e durante essas explosões de sentimentos eu me revelava uma estressadinha e rebelde.

O tempo passou e aos 17 anos saí de casa. Conheci um rapaz, me apaixonei e vi a oportunidade como um poro seguro para me ver livre da prisão que achava viver em minha casa. No início do relacionamento, achava estar vivendo um conto de fadas, mas tudo desmoronou em minha cabeça com o passar dos anos. Não me uni legalmente, mas foram oito anos de um convívio tão conturbado quanto era o relacionamento da minha mãe e meu pai. Brigávamos por ciúmes e por qualquer outro motivo banal. Ele tinha a mesma mentalidade machista de meu pai e eu queria minha independência. Após seis anos de relacionamento nasceu nosso filho. Demos o nome de Igor. Essa pessoinha passou a ser a coisa mais importante em minha vida. Nada mais tinha valor. Todos os meus pensamentos e sentimentos eram para ele. Com essa mudança de foco e afastamento do meu companheiro de nossas vidas foi fácil tomar a decisão de separação.

Com o término da relação, fomos morar na casa da minha mãe. Meu filho estava, na época, com quase dois anos de idade. Tudo ficou diferente. Não era mais como antes. Agora havia uma responsabilidade maior e essa cobrança fazia a convivência ficar tensa. Tínhamos diferenças de opinião e ambos queríamos nos impor para que prevalecessem sobre a do outro. Foi nessa época que comecei a trabalhar na prefeitura de Ferraz de Vasconcellos como professora. Já havia me esquecido que havia feito o concurso quando ainda não tinha separado. Passei a ter o sustento de minha família. Os ânimos foram acalmados em casa e tivemos um período de paz.

Tudo estava indo bem, quando conheci meu atual marido. Foi na escola mesmo. Filho de uma colega de profissão. Esse novo relacionamento colocou minha vida de ponta cabeça, não negativamente, e sim de uma maneira agradável. Uma pessoa calma e tranquila que me ajudou a melhorar toda essa ansiedade e agitação que tinha dentro de mim. Ainda tenho tudo isso aqui no fundo do meu ser, mas agora sei lidar com ela e o momento certo de reagir em cada situação. Casamos-nos recentemente e estamos passando por um período de adaptação com meu filho, pois para ele é tudo muito novo. Ele é muito apegado ao pai, mas não tem dificuldade de se relacionar com pessoas diferentes. O problema está se refletindo no ambiente escolar. Estamos passando por isso juntos e

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