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Memorial De Formação

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Por:   •  5/5/2013  •  2.533 Palavras (11 Páginas)  •  1.293 Visualizações

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CAPÍTULO I – HISTÓRIA DE VIDA

Foram vários dias pensando sobre quais fatos de minha vida narrar e outras tantas horas delimitando os caminhos que minha memória deveria percorrer. As lembranças estavam avivadas pelo exercício de rememorizar, meus pensamentos entrelaçavam­se nas múltiplas situações vivenciadas em diferentes espaços e tempos, entretanto, a escrita me era impedida pela dificuldade de escolher o que seria relevante contar em um memorial de formação.

Segundo Prado e Soligo (2004) “Como toda narrativa autobiográfica, o memorial é um texto em que o autor faz um relato de sua própria vida, procurando apresentar acontecimentos a que se confere o status de mais importante ou interessante no âmbito de sua existência. (...) É uma marca, um sinal, um registro do que o autor considera essencial para si mesmo e que supõe ser essencial também para os seus ouvintes/leitores”.

Relatar experiências vividas, rever o passado com os olhos do presente. Indícios que apontavam possibilidades, mas ainda não esclareciam minhas dúvidas a respeito do que relatar. Quais situações/acontecimentos mereceriam destaque? Afinal, de tudo que vivi o que me fez chegar onde hoje estou?

A infância para mim e para muitas outras pessoas é lembrada com muita alegria e deixa muitas saudades. Infelizmente não conseguimos lembrar nossas próprias memórias da época que somos bebê e muito paparicados. As memórias são ativadas através das memórias de pessoas que conviveram conosco durante a infância. Através destas memórias coletivas pude ter o conhecimento sobre coisas que jamais saberia sem elas.

Neste trabalho gostaria de destacar algumas lembranças que constituíram minha infância e que considero importantes.

Segundo minha mãe eu era uma nenê muito bonita, que recebia muito carinho. Durante minha infância meus pais me proporcionaram muitas alegrias, principalmente o fato de podermos morar numa chácara, onde meu irmão e eu podíamos brincar a vontade por se tratar de um lugar bem tranqüilo. Ah, que saudades que tenho do meu tempo de criança, da rede armada na varanda, do córrego perto de casa, onde tomava banho com meu pai e meu irmão, colher o milho verde na hora e comer assado na brasa. Acordar cedinho e comer pão de milho com leite puro que meu pai trazia do curral e eu na cozinha o esperava e que mamãe carinhosamente preparava no fogão de lenha, água no pote de barro, que lugar seguro. Como eu adorava pôr milho pra galinhas e no final do dia observá-las no poleiro. Correr atrás dos porquinhos pequenos. Ver a fogueira de lenha verde queimando até de madrugada e ao amanhecer do dia notar que a brasa não estava apagada. Tempo que jamais volta e que não se compra com dinheiro.

Aprendi as coisas desde muito cedo. Minha mãe me ensinava entre uma brincadeira e outra a arrumar a casa, fazer comida, cuidar de minhas coisas, tudo parecia brincadeira para mim, mas hoje vejo que esses valores transmitidos como brincadeira são muito importantes quando crescemos. E tudo isso me fez aprender desde muito nova a ter consciência das dificuldades que eu poderia encontrar pela frente e reconhecer valores que guardo até hoje.

Minha mãe me disse que das minhas brincadeiras a mais preferida era pegar minhas bonecas e fazê-las de minhas alunas e ficava horas brincando de dar aulas para elas.

Quando eu tinha seis anos ganhei o maior presente de minha infância, uma cachorrinha linda a qual coloquei o nome de Belinha, e que eu cuidava com todo carinho, meus pais dizem que eu tratava ela como um bebezinho, dava banho nela, brincava com ela pelo quintal e colocava comida para ela sempre que ia fazer minhas refeições.

Sou uma pessoa que sempre tive sonhos, quando criança, como toda menina da minha idade, meu grande sonho era ser modelo, contudo, outras coisas também me chamavam a atenção, eu ficava vendo as crianças mais velhas que eu sair todos os dias, uniformizadas com mochila nas costas e lancheira, e tinha curiosidade de saber pra onde elas iam e não via hora de chegar minha vez.

Quando já estava na idade de freqüentar a escola, foi aí que descobri que este sonho estava se tornando cada vez mais difícil, pois meus pais não tinham condições financeiras, já que ele era lavrador e ela dona de casa e onde morávamos não tinha escola perto.

Meu pai me contou que com muita dificuldade, arrumou um jeito e matriculou meu irmão e eu numa escola particular, numa cidade que ficava longe. Este foi um dos fatos mais importantes de minha vida, apesar do sufoco que seria pro meu pai nos manter na escola, pois a renda que tinha era só na colheita. Seria uma vida difícil, mas meu pai disse sempre ter em mente que estudar era o melhor caminho para proporcionar um bom futuro aos filhos.

E baseado nesse pensamento de meu pai, crescendo e vendo as dificuldades que ele teve para nos educar, tudo isso me inspirou a traçar meus objetivos de vida, sempre batalhar para conseguir galgá-los, estudar bastante, fazer uma faculdade e conseguir um bom emprego, justificando o esforço por ele feito para nos oferecer a oportunidade de aprender algo importante para nossas vidas.

CAPÍTULO II – HISTÓRIA ACADÊMICA E PROFISSIONAL

Sempre tive vontade de freqüentar uma escola, quando minha mãe disse que eu iria para a escola aprender a ler, escrever, desenhar e pintar, fiquei muito feliz, pois iria aprender a fazer coisas que eu gostava, principalmente escrever, já que vivia com um caderninho escrevendo palavras e pedindo a minha mãe para ler o que eu havia escrito. Minha mãe estudou pouco, o suficiente para aprender a ler e escrever, mas isso não a impedia de me ajudar e solucionar algumas das minhas dúvidas de escrita.

Comecei a freqüentar a pré-escola no ano de 1993, numa escola chamada Centro Educacional Balão Mágico, na cidade de Valparaiso de Goiás, no período da manhã com uma professora chamada Dilma. Sempre calma, carinhosa, que falava baixo, a professora perfeita para uma menina tímida que tinha vergonha para falar até o nome. A sala de aula era toda decorada com desenhos, uma sala muito aconchegante com cheirinho gostoso de massinha de modelar que sinto até hoje quando me recordo da minha pré-escola.

O fato de ser muito tímida fez com que eu tivesse alguns problemas de adaptação na escola. Tinha poucos amigos, chegava quase a fazer xixi na roupa com vergonha de pedir para ir ao banheiro. A insegurança tomava conta de mim, mas encontrei na professora Dilma a companheira que me ajudou a vencer todas essas dificuldades.

Paciente e com palavras de carinho e incentivo, ela sempre demonstrou respeito pela bagagem cultural, valores e diferenças dos

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