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Por:   •  21/5/2013  •  1.784 Palavras (8 Páginas)  •  758 Visualizações

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Após estabelecermos alguns elementos consensuais face à questão do que se pode

entender por criatividade, essencialmente identificaremos desafios que tal conceito tem vindo

a colocar. Emergirão assim a) desafios inerentes à ambiguidade de polémicas conceptuais

com implicações práticas; b) desafios para a irradicação de mitos prejudiciais à promoção de

criatividade no quotidiano; c) desafios para a gestão de riscos e de potencialidades ns domínio

da avaliação. Pretendem ser desafios transversais a variados contextos de vida, face aos quais

os leitores, na sua diversidade, se identifique. Pretendem ser ainda desafios abordados

genericamente (apenas identificados) com o objectivo de partilhar preocupações que

sensibilizem o leitor para o questionamento acerca de uma competência de quase

sobrevivência no século XXI.

Introdução

O que se pretende com este texto não é divulgar ou comentar resultados de um

trabalho teórico ou empírico específico. O objectivo, neste espaço potencialmente

amplo e heterogeneo de uma conferência, será essencialmente o de artilhar ou

sistematizar pistas para pensar. Assim, tentarei partilhar o que entendo por

criatividade e depois sistematizar alguns desafios que nos rodeiam face a esse

conceito – desafios simultaneamente antigos e actuais.

Falar de criatividade é – tem sido há décadas – difícil. Por um lado, é algo que se

vem explicitando como cada vez mais imprescindível. De acordo com preocupações

de P. Torrance, em 2002, de que o estudo da criatividade deveria sair do predomínio

dos USA e de se apostar cada vez mais na multiculturalidade neste domínio, há dois

anos foi o Ano Europeu da Criatividade e Inovação; temos, por seu lado, vindo a

assistir à aposta na criatividade por parte de Governos tão distintos como Inglaterra

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(veja-se o relatório em 1999 do NACCCE sobre orientações criativas na Educação,

comité que não sendo governamental foi suscitado e suportado pelo Governo), como

a Coreia (Park, Lee, Oliver & Cramond, 2006) ou como Hong Kong (Cheung, Tse

& Tsang, 2003) onde foram feitas revisões curriculares expressamente visando

criatividade; a própria Comissão Europeia, já em 1996, mostrou a criatividade como

uma competência primordial no documento “White paper – teachers and learning

towards a learning society” e a Associação de líders, gestores e educadores (essa já

na América) “Partnership for the XXfirst Century Skills” afirmou em 2006 (p.10) “

é chegado o momento de preparar os jovens para os desafios do séc XXI

promovendo competências de adaptação e de? inovação”.

Sintomas, todos estes, de que a criatividade é reconhecida actualmente como

um requisito urgente, transdisciplinar e transcultural para a gestão do século que está

começando (Adams, 2006; Kaufman & Sternberg, 2006; Starko, 2010). Há então

que fazer funcionar eficaz e suficientemente tal requisito.

Contudo, falar de criatividade, repito, é – tem sido há décadas – difícil. P.

Torrance disse “As escolas do futuro deverão não ser só para aprender mas para

pensar. Este é o desafio criativo da Educação” mas…disse-o em 1963(a) (p. 4).

Toynbee afirmou “dar oportunidade à capacidade criativa é uma questão de vida ou

de morte para qualquer sociedade”, mas…disse-o em 1963(a) (p. 4). Também

Barron alertou para que “necessitamos de reconhecer e desenvolver criatividade na

nova geração”, mas em…1988 (p.19) Lemos, por outro lado, que “a educação

convencional frequentemente impede o desenvolvimento de competências, atitudes

e motivos necessarios à produção de inovação. Entre outras coisas perpetua a ideia

de que há sempre uma única resposta correcta para cada problema e (…) os alunos

adquirem unicamente competências necessárias para a produção de ortodoxia”: e

isto foi escrito por Cropley já em 2001 e reeditado em 2009 (p.169).

Portugal é exemplo desta ambiguidade entre o que se afirma e o que se vai

concretizando. Por exemplo, o nosso Sistema de Ensino afirma explicitamente a

necessidade de criatividade em todos os seus níveis (Lei nº46/86 de 14 de Outubro);

contudo, estudos sobre percepções de professores portugueses manifestam ideias

? O sublinhado é nosso.

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erradas sobre criatividade e necessidade de informação e de formação (Azevedo,

2007; Morais & Azevedo, 2011); também são poucas ainda as investigações sobre

este tema nos vários contextos, sublinhando particularmente o contexto académico.

Falar de criatividade é – tem sido há décadas – difícil, insisto. Mas como

poderia ser fácil estudar e investir um conceito que, num paradigma de ciência e de

academia ainda frequentemente positivista, se veste de

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