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Movimento De Reconceituação Para O Serviço Social

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Por:   •  21/4/2014  •  2.401 Palavras (10 Páginas)  •  912 Visualizações

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Movimento de Reconceituação para o Serviço Social

Este movimento surge a partir de fortes questionamentos, por parte de alguns profissionais, que buscavam quebrar com a força do tradicionalismo, contudo, não foram todos os profissionais que aderiram ao movimento e, por isto a reconceituação deixou forte “divisor de águas” no Serviço Social.

Vale ressaltar que reestruturação dos mercados de trabalho no capitalismo contemporâneo vem se fazendo via rupturas, apartheid e degradação humana.

Os encontros que aconteceram em Araxá (1967), Teresópolis (1970), Sumaré-RJ (1978) e Porto Alegre, foram de grande importância para a profissão do Assistente Social, pois a partir desse encontro, houve a reformulação dos direitos e deveres do profissional Assistente Social.

A libertação do tradicionalismo, onde o profissional alienado praticava a metodologia copiada pelos americanos, trouxe para a categoria novas ideologias, dando ênfase a critica quanto ao aspecto economicista e adota o processo de conscientização na linha de libertação do oprimido.

A ruptura com o Serviço Social tradicional expressa rompimentos das amarras imperialistas, de luta pela libertação nacional e de transformação da estrutura capitalista, concentradora, explorada. Essa ruptura expressa à luta por alcançar novas bases de legitimação da ação profissional e de colocar-se a serviço dos interesses dos usuários.

Podemos dizer que através da reconceituação, o Serviço Social deu sinal de sua contemporaneidade e renovação. Este movimento foi a resposta na mais ampla revisão já ocorrida na trajetória dessa profissão. A herança do movimento foi a continuidade e ruptura.

O Serviço Social adota o método dialético, o que permite a concepção da realidade social e “negar a ação individualizada”. Silva (1985).

Instala-se a luta pela superação das relações sociais dominantes. Coube aos profissionais a superação das limitações e o permanente esforço de reconstrução histórica da profissão. Este foi o verdadeiro significado desse movimento.

A categoria vem tentando se firmar e legitimar, a partir de uma perspectiva de critica às sociedades marcadas pela exclusão social e econômica da maioria da população. Trata-se de um espaço político de luta por uma cidadania coletiva (FALEIROS, 2006).

A importância da relação teoria e prática, numa perspectiva lógica, altamente enfatizada pelo movimento, é também um dos seus marcantes resultados. Fatos sinalizaram sua contemporaneidade e renovação.

A conceituação foi um marco decisivo no desenvolvimento do processo de revisão critica do serviço Social. Foi um fenômeno tipicamente latino-americano de contestação ao tradicionalismo profissional.

O Código de Ética profissional no Brasil e o processo de reconceituação têm duas versões, uma vinculada direta com a classe trabalhadora e a outra para os trabalhadores na defesa de seus direitos.

A fase da reconceituação foi marcada por análises críticas ao Serviço Social tradicional e ao sistema vigente que envolveu impasses, crises e ganhou vitalidade com questionamentos, contestações, reelaborações que delinearam diferentes fases, provocando rupturas e reclamando novas abordagens.

Na crise da autocracia burguesa o Serviço social caracterizado como tradicional na sua perspectiva diante do panorama sócio econômico ditatorial, não atende mais as demandas que lhes são requeridas. Havendo assim, a necessidade de uma renovação do Serviço Social em toda sua estrutura com a diferenciação e redefinição dos profissionais na sua formação e na pratica dentro da organização do Estado e nas mudanças que ocorrem e se acentuam na sociedade dentro da questão social. Diante desta nova perspectiva social, da necessidade de um profissional moderno que confronte, intervenha, e conceba propostas e projetos para as praticas sociais abre-se uma discussão teórica e metodológica iniciando assim a Renovação do Serviço Social.

José Paulo Neto distingue a constituição de três perspectivas dentro do processo: modernizadora; reatualização do conservadorismo; intenção de ruptura.

O Serviço Social tradicional se firmou depois do Seminário de Araxá em 1967 sobre novas bases, manifestando-se de varias formas nos níveis de intervenção macrossocial onde o assistente social está voltado para a formulação de políticas sociais e microssocial ele atua na execução terminal das políticas. Sendo que no Seminário de Teresópolis tem como propósito analisar a questão da metodologia profissional. Para Dantas o método profissional é o científico aplicado operando através do diagnóstico e a intervenção planejada. No positivismo só existe um método para conhecer a realidade, o papel de razão instrumental. O profissional intervém na racionalidade calculista dando maior controle na burocracia e na prática.

Para NETTO (1991:190), em Teresópolis,

“... o que está no centro das formulações, aqui, não

são teorias, valores, fins e legitimidade (antes,

esses componentes são dados como tácitos), mas

sim a determinação de formas instrumentais

capazes de garantir uma eficácia da ação

profissional apta a ser reconhecida como tal pelos

complexos institucional-organizacionais.”

Sumaré e Alto da Boa Vista é a continuidade ao processo de teorização do Serviço Social. Nesse momento ocorre uma aproximação efetiva do Serviço Social com a teoria social por meio das obras de Marx e marxistas como Gramsci, Heller, Lukács, Thompson Hobsbawm e aqui no Brasil destacaram intelectuais como Iamamoto, Netto, Yasbek, Potiara, Faleiros entre outros. No encontro de Sumaré foram apresentados e discutidos documentos de base sobres a cientificidade do serviço Social, e reflexões em torno da construção do serviço social a partir de uma abordagem de compreensão, ou seja, interpretação fenomenológica do estudo cientifico do Serviço Social.

O fortalecimento da nossa profissão e a nossa formação e qualificação profissional passa pela participação em espaços democráticos de avaliação, discussão e deliberação legítimos e legais desde a Constituição Federal de 1988. A superação reducionismo da atuação profissional consiste em ir além das possibilidades, pois estas estão sempre aquém das demandas.

De acordo com o fundador do positivismo Augusto Comte

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