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Movimento Reconceituação Do Serviço Social No Brasil

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Por:   •  19/9/2014  •  3.881 Palavras (16 Páginas)  •  918 Visualizações

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MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL

1ªETAPA

OBJETIVO:

O objetivo deste artigo é mostrar como se deu o processo de construção teórica do Serviço Social e a sua prática como profissão, como modelo tradicional e, conservador, desde os tempos em que era vista como forma de fazer “caridade”, com forte base moral e religiosa até a atualidade; em que o profissional do Serviço Social precisa de qualificação técnica-científica para poder atuar nos diversos setores da sociedade, enfrentando situações cada vez mais desafiadoras e toda sua problemática dentro de um contexto social durante o período da ditadura militar (1964-1985), em que a profissão passou por uma fase de grandes questionamentos acerca do modo de fazer e de pensar a intervenção. Um período marcado pela „Reconceituação do Serviço Social‟ um movimento que buscava a renovação da profissão, visando romper com sua forma tradicional. Neste aspecto, o trabalho visa mostrar que a profissionalização do Serviço Social está internamente relacionada à conjuntura vivenciada pelo processo social.

INTRODUÇÃO:

Visando atingir o aperfeiçoamento técnico da prática profissional, o Serviço Social buscou adotar métodos e padrões modernos, trazendo das teorias marxistas o apoio necessário para uma nova concepção em sua forma de atuar na sociedade. O assistente Social é um profissional especialmente habilitado para identificar e atuar em problemas de educação, saúde, trabalho, justiça e segurança entre outras áreas, planejando e executando políticas públicas comunitárias, podendo atuar diretamente com os indivíduos, famílias, grupos empresas e comunidades. A profissão estava fortemente vinculada às classes dominantes, considerando, portanto, que sua organização política era insipiente e inoperante, contribuindo assim para a lógica da produção e reprodução do capital.

Dentro de um contexto histórico de mudanças e crises político-econômicas, ocorreu a necessidade de aprimoramento do profissional do Serviço Social, o qual foi, e é levado o pensamento na prática como profissão. O momento em que o Serviço Social se depara com o aumento dos problemas sociais, entre eles baixos salários e crescimento de favelas nas grandes cidades, gerados pela crescente industrialização e aumento do capitalismo, era necessário um conjunto de medidas e esforços para suprir as necessidades dessas pessoas, dando-lhes assim melhores condições de vida. Diante disto, nesta analise podemos considerar como o início da ‘conscientização’ desta necessidade de romper com os modelos tradicionais e dar inicio ao Movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil.

UM MOVIMENTO EM QUESTÃO

Esta análise visa fornecer de forma abrangente esclarecimentos do processo de renovação sofrido pelo Serviço Social no Brasil entre os anos 60 e 80 que se denomina convencionalmente de “Teorização”, tendo como objetivo considerar as forças sociais que inspiraram as iniciativas do Movimento de Reconceituação do Serviço Social. Neste estudo abordaremos o conjunto de transformações econômico-sociais e políticas e seus efeitos na vida cultural brasileira.

A profissão do Serviço Social, profissional se firma no Brasil sob o regime autocrático burguês, favorecendo assim a classe burguesa numa sociedade onde impera o capitalismo. Apoiado pela Igreja Católica exerce um trabalho de assistencialismo o que criou o mito de que o profissional de Serviço Social é aquele que faz caridade. O Serviço Social só passa a ter uma significância maior a partir da década de 50 quando a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros grupos internacionais empenham-se em sistematizar e divulgar o Desenvolvimento de Comunidade (DC) para unificar a população aos planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

Os assistentes sociais se comprometiam com essa nova perspectiva. Grande parte deles assumia o posicionamento dos cristãos de esquerda entrando para o Movimento de Educação de Base (MEB), organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, começando com um trabalho de alfabetização, depois para animação popular e um trabalho de sindicalização, onde alguns destes assistentes sociais utilizam à cultura popular de Paulo Freire.

O Brasil passou por um regime Militar que podemos comparar com o regime totalitário acontecido na Alemanha, esta época amarga aconteceu no período de 1964 a 1985 e caracterizou-se pela falta de democracia, suspensão dos direitos constitucionais, censura concentração de renda, pensamentos capitalistas, perseguição política e repressão a todos que eram contra o regime militar.

Para compreendermos é necessário enfatizar este contexto histórico, pois foi neste período da Ditadura Militar que nasceu a necessidade do Movimento de reconceituação do Serviço Social.

A necessidade de renovação se inicia neste período, como uma resposta dos assistentes sociais contra a alienação e a rede de relações entre o profissional e a sociedade. O movimento de reconceituação é movido pelas pressões sociais e pela mobilização dos setores populares e iniciou-se com a ideologia de práticas de desenvolvimento.

Precisamente ao ano de 1964, quando o Presidente João Goulart apresentou um projeto de reformas, econômicas e sociais, que almejava garantir melhores condições de vida nas diversas camadas populares e promoveria a emancipação econômica brasileira. Esta estratégia não tinha o objetivo de quebrar a hierarquia de classes, mas todo este processo de reforma aborreceu os conservadores capitalistas. Contudo, os mesmos tinham medo que a nação vivenciasse um regime socialista e assim articularam a derrubada de João Goulart por meio de um golpe com apoio dos militares. Os generais decidem governar por contra própria e o fez por 21 longos anos. Com isso as eleições para cargos mais importantes, como Presidência da República, foram suspensas, assim como muitas liberdades individuais. Neste momento se dá início a um longo período de ditadura militar, que é considerado um dos acontecimentos mais marcantes e tristes da história do Brasil. Neste período muitas pessoas foram presas, torturadas e assassinadas, casas eram invadidas, entre muitas outras violações dos direitos humanos. Estatisticamente, um número grande de pessoas apoiou o golpe, as prisões, a cassação de mandatos e intervenção. Muita gente aderiu à ideia de que havia um risco político grave da parte de uma esquerda revolucionária comunista. No entanto, a adesão à repressão política também foi grande.

É

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