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Mudanças Sociais

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Por:   •  9/9/2014  •  5.577 Palavras (23 Páginas)  •  657 Visualizações

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Mudanças Sociais

Qualquer sociedade não permanece a mesma por muito tempo. No transcorrer do tempo, ocorrem inúmeras mudanças em variadas épocas. Muitas destas transformações são imperceptíveis, mas elas existem e a sociologia consegue esmiuçar estas mudanças de uma maneira muito adequada.

Um dos fatores que influenciam para as mudanças nas sociedades está no avanço tecnológico. Influências estas que trazem consequências em níveis globais, onde o desenvolvimento econômico se demonstra muito forte e de uma maneira irreversível, em se tratando de países ricos que mesmo com as crises econômicas, evidenciam um avanço contínuo tecnológico e social. Em contrapartida, os países de Terceiro Mundo, apresentam uma condição contrária, pois encontram dificuldades para descobrir o caminho para o seu avanço social.

São complexas as causas que provocam diferenças nas mudanças sociais nas mais variadas sociedades. O avanço da medicina, por exemplo, está conseguindo prolongar cada vez mais a qualidade de vida em países industrializados, e está se generalizando em sociedades subdesenvolvidas onde a quantidade de vidas salvas acarretou em um encadeamento de problemas relacionados ao emprego e à alimentação.

Uma sociedade que possui tradições pautadas às instituições econômicas, culturais ou religiosas, acontece que os laços habituais destes componentes são reduzidos pelo aumento demográfico, fazendo com que os indivíduos por si próprios comecem a construir suas novas interações, se incluir em outras instituições e modificando seus modos de vida e consequentemente suas condutas. Estas modificações são perceptíveis em países modernos. Tais mudanças tiveram intensidades elevadas em todo o mundo no final do século XX.

Para todas as mudanças sociais, destacam-se quatro características interessantes a serem ponderadas:

1 – São fenômenos coletivos que afetam as condições e/ou as formas de vida da sociedade;

2- As transformações não devem ser superficiais e necessitam possuir provas de certa permanência;

3 – São possíveis de se identificar pelo tempo. A partir do tempo que se tem como referência é possível verificar o que é que mudou;

4 – São mudanças que devem afetar a estrutura da sociedade, pois assim a sua observação se torna possível.

A mudança social na sociologia clássica

O debate que aqui se pretende tratar gira em torno da questão da mudança social na abordagem de três dos principais autores da sociologia clássica, a saber, Emile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. A questão se coloca enquanto um debate devido às metodologias construídas por cada um deles para o tratamento daquilo que definimos aqui como objeto sociológico. Em termos gerais, a própria definição do objeto não coincide nas diferentes visões. Somente à título de exemplo, passemos rapidamente pelas definições dadas por cada um. Durkheim coloca como objeto da sociologia o fato social.

“Fato social é toda maneira de atuar, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o individuo uma coerção exterior; ou ainda, que é geral na extensão de uma dada sociedade, conservando uma existência própria, independete de suas manifestações individuais” (DURKHEIM, 1998: 51).

Assim sendo, um fato social se define por ser um elemento presente na sociedade mas que é exterior e coercitivo aos indivíduos que a compõem. Acontece independente da decisão de cada um isoladamente.

Já para Max Weber, objeto da sociologia são os elementos típicos das relações que se estabelecem entre os indivíduos, as concatenações de suas ações e que são efetivamente os dados a serem analisados. Diferentemente de Durkheim, que observa elementos do coletivo, Weber olha os indivíduos e constrói, a partir de suas relações, os tipos ideais que são, primordialmente, os meios que o sociólogo usa para conhecer a realidade. Reconhecidamente, será sempre uma visão unilateral que confrontada com a realidade permite compreendê-la, assumindo assim uma função heurística.

“Uma ciência empírica não pode ensinar a ninguém o que deve fazer” (Weber, 1998: 85)

“A validade objetiva de todo saber empírico baseia-se única e exclusivamente na ordenação da realidade dada segundo categorias que são subjetivas, no sentido específico de representarem o pressuposto do nosso conhecimento e de associarem, ao pressuposto de que é valiosa, aquela verdade que só o conhecimento empírico nos pode proporcionar” (WEBER, 1998: 135)

“os filósofos só interpretaram o mundo; trata-se agora de o mudar” (Marx, 1965)

Mais que mera provocação, acima de preocupações cientificas, por mais rigorosa e rica que sua obra seja, Marx não está preocupado com a definição propriamente sociológica da mesma. Debate longo que corre no meio daqueles que se intitulam marxistas, jamais o autor separou seu trabalho entre as áreas de conhecimento. O objeto da ciência, a Ciência do Homem, é a própria vida humana e a história de sua produção e reprodução. A fragmentação desta nos diversos ramos, da filosofia à administração cientifica, apenas se justifica como forma de esconder a ideologia que se encontra por de trás da palavra do especialista, ideologia essa que serve à dominação de uma classe sobre outra.

Mesmo defendendo que o fundamento da matéria humana seja seu modo de produção, leitura usualmente feita de sua obra, na raiz dessa leitura, determinada pela forma que se dá o seu desenvolvimento, encontram-se assim as classes sociais. Inexiste na obra de Marx o individuo, pois qualquer exemplar deste será sempre um representante da classe a qual pertence, defende ou nega. O fundamento de sua ciência, que assim não chamarei de sociologia, são as relações as quais estabelecem os grupos sociais, onde presente está sempre o sujeito, que é coletivo.

O exemplo dado da definição de objeto em cada um dos autores tratados apenas introduz o meio no qual discutiremos a mudança social. A riqueza desse debate poderá ser a de encontrar, também, as convergências entre esses mesmos autores e poder aprofundar nas diversas perspectivas sociológicas da questão.

Voltando ao tema, temos o termo mudança social, em si, como um conceito cujo entendimento pode nos servir como primeiro passo para o trabalho. Em primeiro lugar existe o

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